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Vidro 10 vezes mais resistente é criado por cientistas com método inovador e preço mais acessível que o convencional

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 01/08/2023 às 13:05
Vidro 10 vezes mais resistente é criado por cientistas com método inovador e preço mais acessível que o convencional
Foto: LionGlass

Cientistas da Pensilvânia desenvolveram um novo tipo de vidro capaz de reduzir as emissões de gases poluentes. O produto também é mais resistente e barato que os vidros comuns.

Cientistas revelaram um novo tipo de vidro, chamado de LionGlass, ou “vidro leão” em tradução livre, em homenagem ao mascote da Universidade do Estado da Pensilvânia, que é 10 vezes mais resistente a quebras e trincas. Além disso, o novo vidro possui um processo de fabricação que utiliza apenas metade da energia dos processos convencionais, com foco em tornar a produção de vidro sustentável a um longo prazo.

Cientistas reduzem temperaturas de fusão para a produção do novo vidro

O vidro comum mais utilizado no dia a dia, chamado de vidro sodo-cálcico, é produzido a partir da fusão da areia de quartzo, carbonato de sódio (Na2CO3) e carbonato de cálcio (CaCO3), liberando CO2 durante o processo de derretimento. Entretanto, grande parte das emissões de CO2 na indústria de vidro são gerados da alta energia necessária para aquecer os fornos até as altas temperaturas de fusão, chegando a aproximadamente 1.600 ºC.

Para a produção do novo vidro, os cientistas reduziram as temperaturas de fusão em aproximadamente 300 a 400 graus Celsius, resultando em uma notável redução de aproximadamente 30% no consumo de energia se comparado com o vidro convencional.

Por conta do processo de patenteamento do novo produto, os detalhes sobre o processo de produção e a composição exata do LionGlass ainda foram divulgados pela equipe de cientistas. O novo vidro não apenas ganha destaque por sua maior sustentabilidade e custo reduzido na produção, mas também surpreende os pesquisadores ao exibir uma maior resistência a rachaduras inesperadamente elevadas.

O vidro comum geralmente apresenta rachaduras quando submetido a um teste comum de carga de 0,1 kgf aplicada por um penetrador Vickers de diamante. Entretanto, algumas composições avaliadas pela equipe suportam até 1 kgf sem apresentar rachaduras, e este valor pode ser ainda maior.

Novo vidro pode ser utilizado em várias aplicações

Segundo o pesquisador Nick Clark, a equipe continua aumentando a carga no Lion Glass até que o limite máximo permitido pelo equipamento seja atingido. Surpreendentemente, o produto não quebrou.

A resistência à quebra é uma propriedade de suma importância para vidro, sendo essencial para várias aplicações, desde a indústria automotiva e eletrônica até a tecnologia de comunicação e a arquitetura, como cabos de fibra óptica. Até mesmo no setor da saúde, embalagens de vidro fortes e quimicamente resistentes são essenciais para armazenar vacinas.

Devido à sua grande resistência, a expectativa é que o LionGlass possibilite a produção de peças de vidro ainda mais resistentes, entretanto consideravelmente mais finas do que as atuais. A equipe está, atualmente, efetuando uma série de testes químicos em várias composições do vidro leão para verificar sua resistência a longo prazo e validar suas qualidades excepcionais.

Novas invenções

Em novembro do último ano, cientistas do Instituto de Tecnologia da Universidade de Nova Déli, na Índia, desenvolveram uma nova tecnologia que pode substituir o plástico e vidro no setor de engenharia civil e automotivo.

A madeira transparente pode ser utilizada na produção de para-brisas de carros, embalagens e equipamentos elétricos. Segundo os pesquisadores, este material inovador, mitiga os impactos ecológicos no meio ambiente devido suas propriedades renováveis e biodegradáveis, além de ser mais econômico e muito mais resistente que o plástico e o vidro, reduzindo significativamente o custo da energia para sua produção.

Segundo o professor de engenharia química e autor principal do estudo, Prodyut Dhar, a madeira transparente como material sustentável pode substituir o plástico e vidros à base de poluentes prejudiciais ao ambiente de forma efetiva.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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