Fernando Borges, diretor executivo de Exploração e Produção da Petrobras ressalta que o risco de interferência é um fator que tem atrasado a venda das refinarias
Em entrevista concedida à epbr, o diretor executivo de Exploração e Produção da Petrobras, Fernando Borges ressalta que o risco de interferência nos preços dos combustíveis é um fator que tem atrasado a venda das refinarias da Petrobras. O executivo diz que é preciso preservar a competitividade da indústria de óleo e gás, o que passa pela liberdade na formação de preços. Veja ainda esta notícia: Petrobras consegue estender o prazo para a venda das refinarias REMAN, LUBNOR e REFAP
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Tais riscos estão dificultando a venda das refinarias da Petrobras
Fernando Borges, além de defende que é preciso preservar a competitividade da indústria de óleo e gás, o que passa pela liberdade na formação de preços, diz também pela manutenção da política de conteúdo local vigente e de participação governamental, que inclui a tributação e os royalties baseados no valor da produção. O diretor executivo ainda cita que é um dos riscos que não está tornando fácil a Petrobras vender suas refinarias. Esse histórico de interferência no Brasil é longo e, quando se tem alternância de governo, pode ter um outro que acha que é a solução controlar preço.
Ele ainda cita que a percepção no mercado é que, de fato, o risco afeta o valor das refinarias. Das oito unidades à venda, a Petrobras fechou uma – a RLAM, na Bahia – e decidiu reiniciar a concorrência pela Repar, no Paraná, justamente porque as propostas ficaram muito abaixo do esperado.
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Refinarias que estão em processo de venda mais avançado
Borges diz que no momento, a refinaria em fase mais avançada é a Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas. Além da planta de lubrificantes do Ceará (Lubnor) e da SIX, unidade de processamento de xisto betuminoso minerado no Paraná, que também estão mais adiantadas.
Novas fronteiras na Margem Equatorial, da Foz do Amazonas à Bacia Potiguar, são as áreas inexploradas de maior potencial na visão da Petrobras. Fernando Borges, contudo, cobrou a liberação das licenças ambientais. “É muito frustrante para uma companhia internacional, que não consegue atender os requisitos do licenciamento. A paciência acaba, como aconteceu no caso [da Foz do Amazonas] e perdemos dois sócios”, diz.
Confira ainda esta notícia: Petrobras diz que novos concorrentes nas refinarias de petróleo podem ajudar na redução do valor aos consumidores
Em junho, durante a comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público na Câmara dos Deputados, o presidente da Petrobras disse que novos concorrentes no segmento de refinarias de petróleo podem reduzir os preços dos combustíveis para o consumidor. A estatal decidiu vender oito refinarias, entre outros ativos, para gerar caixa e diminuir a sua dívida, que encerrou o ano de 2020 em US$ 75,5 bilhões.
O presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, afirmou que a estatal se mantém alinhada ao PPI (Preço de Paridade de Importação) como forma de manter a atratividade e no mercado de combustíveis. Além do general, a política de preços também era defendida pela gestão de Roberto Castello Branco, demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em fevereiro de 2021. A demissão ocorreu depois de sucessivos aumentos no preço dos combustíveis.
Luna diz que nesses 2 meses que está à frente da Petrobras não teve nenhuma intervenção, qualquer que seja. O CEO da Petrobras ainda diz que o que fizeram foi uma análise de cenário, verificaram o compromisso e separaram aquilo que é estrutural do que é conjuntural e não deve impactar preços.