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Vazamento de petróleo: Peru declara emergência ambiental na Amazônia após acidente com oleoduto

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 27/09/2022 às 10:04
Atualizado em 23/07/2023 às 12:02
Petróleo, óleo, oleodutos
Foto: reprodução www.gob.pe

O acidente ambiental com o vazamento de petróleo do oleoduto ocorreu na região de Loreto e causou grande impacto no ecossistema do Rio Amazonas

O governo do Peru declarou emergência ambiental na região de Loreto no sábado, 24, depois da ocorrência de vazamento de petróleo do oleoduto Norperuano. A medida tomada pelo governo, após o acidente com o oleoduto, vai prevalecer por 90 dias.

“O objetivo é resguardar a gestão sustentável dos territórios afetados pelo oleoduto, realizando os correspondentes trabalhos de recuperação e remediação para mitigar a contaminação ambiental”, consta na nota divulgada pelo Peru.

A medida tomada pelo governo, após o vazamento de petróleo pelo oleoduto, visa a proteção da saúde dos moradores daquela região do país e também a conservação dos recursos naturais que compõem o território do Rio Amazonas, afetado pelo petróleo.

De acordo ainda com a administração federal, a área atingida pelo vazamento do oleoduto por petróleo é onde ocorre a pesca artesanal. Segundo as autoridades, esse acontecimento de vazamento do oleoduto se baseia em um evento súbito com impacto significativo no ecossistema do rio Amazonas, além de alto risco à saúde pública.

A Agência de Avaliação e Fiscalização Ambiental declarou que foram afetados pelo vazamento de oleoduto “848.400 m² de corpo d’água, o que compreende 33.600m² do canal de flotação, 600 m² de um córrego sem nome, 154.200 m² do córrego Cuninico e 660.000 m² da margem esquerda do rio Marañón.

Governos locais e regionais coordenarão com as entidades públicas responsáveis a execução do plano emergencial, com vistas a minimizar os impactos causados pelo vazamento de petróleo pelo oleoduto.

Mais sobre petróleo: Correndo risco de explodir, plataforma de petróleo é interditada no Espírito Santo

Após uma fiscalização de uma plataforma de petróleo no Espírito Santo, a ANP (Agência Nacional de Petróleo) interditou as operações no navio-plataforma FPSO Cidade de Vitória. A unidade apresenta diversos problemas, dentre eles o de riscos de vazamento de gases perigosos em taxas cinco vezes maiores do que o previsto em projeto e falhas nos sistemas de comunicação com a população embarcada. De acordo com o boletim de fiscalização e interdição da ANP, “foram identificadas diversas situações de risco grave iminente”. Em nota, a agência declarou ainda que a plataforma de petróleo, se estiver em operação, pode trazer riscos para a cidade de Vitória de “ocorrência de perdas de contenção, incêndios e acidentes graves”

Plataforma de petróleo interditada no Espírito Santo em não tem data para voltar suas operações

A fiscalização da plataforma na cidade de Vitória foi feita no período de 30 de maio a 3 de junho deste ano, com um auto de interdição e notificação no documento declarando que a operação só poderia ser retomada depois que todas as exigências estabelecidas pela ANP fossem cumpridas.

“O operador (da plataforma) somente poderá retomar a produção depois de comprovar  atendimento das notificações a seguir que foram estabelecidas e autorizadas pela ANP”, diz o texto do boletim de fiscalização.

Segundo informações do site da Petrobras, a cidade de Vitória, no Espírito Santo, está inserida no campo de Golfinho, a cerca de 50 quilômetros da costa capixaba, no litoral entre a Grande Vitória e Aracruz.

Riscos identificados na plataforma de petróleo no Espírito Santo

Não detecção de gases perigosos: De acordo com o documento de interdição da ANP,  cerca de 90% das nuvens de gases perigosos não são detectadas pelo sistema instalado no FPSO Cidade de Vitória, Espírito Santo. É mostrado que na plataforma do Espírito Santo são usados critérios de detecção de nuvens de gás diferentes da maior parte das plataformas de petróleo do país e que embora não seja contra as normas, têm como consequência projetos menos seguros, o que demanda uma maior eficiência da contenção primária, por meio da garantia da integridade, o que não acontece.

Vazamento de gás: Em 2020 foi identificado na plataforma do Espírito Santo que “a taxa de vazamentos real é cinco vezes maior que a esperada em projeto”. Esse fato ficou evidenciado na fiscalização, onde apresentou uma baixa integridade e corrosão severa em diversas tubulações. De acordo com a estimativa oficial, a frequência de vazamentos deveria ser de um evento a cada 1,2 anos, porém nos seis primeiros meses de 2019 aconteceram 3 vazamentos, que resultaram em explosões e um jato de fogo, causados, de acordo com o documento, por falta de manutenção e falta de competência.

Sistema de comunicação: A fiscalização na plataforma de petróleo apontou ainda,  que foi identificado que o sistema da unidade de Espírito Santo se encontra degradado, não sendo possível entender as mensagens enviadas, após a realização de vários testes. Foram identificadas também algumas falhas nos amplificadores e na sala de controle.

O objetivo do alarme e aviso no navio-plataforma, de acordo com a fiscalização, é diminuir os riscos de as pessoas embarcadas ficarem confusas no decorrer de um incidente e fazer ações que possam colocar em riscos a si e aos outros.

A solução deste problema na plataforma de petróleo de Espírito Santo, de acordo com o documento, é uma das condicionantes para o retorno da produção do FPSO Cidade de Vitória.

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Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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