A Petrobras manifestou a necessidade de paralisar a termelétrica para manutenção, no entanto o ONS teria pressionado para manter o funcionamento
No último sábado (25/09), em informação divulgada pelo jornal O Estado de São Paulo, Petrobras desligou a usina termelétrica de Três Lagoas, no estado do Mato Grosso do Sul, por risco de falha catastrófica na estrutura da unidade. A Petrobras manifestou a necessidade de paralisar a usina para realizar uma importante manutenção, porem o Operador Nacional do Sistema (ONS), teria pressionado a estatal a manter o funcionamento da termelétrica. Leia ainda esta notícia: Localizada no Porto do Açu, obras da usina termelétrica GNA II serão iniciadas em outubro
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O desentendimento da Petrobras e o ONS sobre o funcionamento da termelétrica
O Operador Nacional do Sistema (ONS) pressionou a Petrobras a manter ligada uma termelétrica que precisava de manutenção. Alegando que precisava evitar “falha catastrófica” na estrutura da unidade, a estatal desligou a usina, conforme mostram comunicados que foram trocados entre a Petrobras, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o ONS obtidos pelo ‘Estadão’.
Diariamente, é o ONS que determina o que será gerado em cada uma das usinas termelétricas em operação no País, como forma de distribuir essa geração entre as diferentes fontes e garantir o equilíbrio dessa divisão. Com o nível dos reservatórios das hidrelétricas muito baixos por causa da pior estiagem dos últimos 91 anos, o órgão tem exigido que usinas de geração térmica — a gás, diesel, biomassa e carvão — funcionem na capacidade máxima para tentar reter mais água nas barragens. Essas determinações, no entanto, têm testado os limites do sistema.
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A estatal comunicou que havia necessidade para uma manutenção na usina
No primeiro fim de semana de setembro, entre os dias 3 e 5, a Petrobras havia comunicado ao Operador que precisaria paralisar as operações de sua usina termelétrica de Três Lagoas, em Minas Gerais, uma planta de 386 megawatts de potência instalada em Mato Grosso do Sul, porque tinha de fazer uma manutenção importante na estrutura. A empresa teve o cuidado de agendar o serviço para o fim de semana, quando o consumo elétrico no País diminui, e apresentou a programação com duas semanas de antecedência. Como é praxe no setor, se tratava de uma parada programada, ou seja, uma operação de rotina. Ocorre que o ONS decidiu rejeitar o pedido.
Três dias antes da paralisação agendada na usina termelétrica no Mato Grosso do Sul, no dia 31 de agosto, o Operador rejeitou o pedido da Petrobras e, sem dar espaço para justificativas, declarou que “em função do cenário energético, com cargas elevadas e alto despacho térmico”, tinha que manter a “máxima disponibilidade de unidades geradoras” e que a paralisação deveria ocorrer apenas no feriado, entre 5 e 7 de setembro.
No dia seguinte, a Petrobras ainda insistiu com o órgão regulador e pediu para que fosse mantida a programação original da intervenção, porque “já não havia tempo hábil para reprogramar a atividade e que essa postergação de data ia contra as recomendações dos especialistas e do fabricante”. O ONS, porém, voltou a rejeitar as alegações da companhia e, por meio de um e-mail, manteve a ordem de adiar a parada, indicando mais uma vez o cenário de crise energética para adiar a intervenção na usina termelétrica.