Entre cassinos bilionários, torres de mármore e jatos luxuosos, Donald Trump construiu nos anos 80 e 90 uma fortuna que misturava negócios arriscados, autopromoção e uma ostentação que redefiniu o conceito de sucesso americano.
Nos anos 1980 e 1990, Donald Trump construiu uma imagem pública marcada por luxo, extravagância e ostentação. Ele se tornou o símbolo de uma era em que riqueza e espetáculo andavam lado a lado, especialmente no cenário nova-iorquino. O magnata transformou o próprio nome em marca e fez da grandiosidade o alicerce da sua reputação, mesmo quando as finanças começavam a dar sinais de fragilidade.
O luxo como vitrine de poder
Durante a década de 1980, Trump emergiu como o rosto mais visível do capitalismo ostentatório americano. Em 1983, inaugurou a Trump Tower, um arranha-céu de vidro e bronze em Manhattan, com interiores cobertos de mármore rosado e dourado. O edifício rapidamente se tornou um ícone da cidade e uma vitrine para a imagem de sucesso que ele desejava projetar. O nome “Trump”, em letras douradas, passou a ser sinônimo de poder, ambição e extravagância.
A estratégia era clara: transformar o luxo em narrativa pública. Trump promovia festas grandiosas, cercava-se de celebridades e dava entrevistas em que falava abertamente sobre dinheiro, vitórias e conquistas. Revistas como Time e Vanity Fair o retratavam como o novo rosto da riqueza americana, e ele próprio incentivava essa fama. Em 1987, lançou o livro The Art of the Deal, um best-seller que misturava memórias e autopromoção, consolidando sua imagem como o homem que sempre “fechava grandes negócios”.
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O império de mármore e luzes em Atlantic City
O ápice dessa fase de ostentação foi a criação de seu império de cassinos em Atlantic City. O mais famoso deles, o Trump Taj Mahal Casino Resort, inaugurado em 1990, foi descrito por ele mesmo como “a oitava maravilha do mundo”.
O evento de abertura contou com Michael Jackson, fogos de artifício e um desfile de luxo. Com escadarias monumentais, lustres de cristal e decoração dourada, o empreendimento simbolizava o auge da era Trump — brilho, mídia e exagero.
Além dos cassinos, o magnata também investiu em outros símbolos de status, como iates e aviões particulares. Na mesma época, adquiriu o iate Trump Princess e um Boeing 727 personalizado com interiores luxuosos.
Tudo era calculado para reforçar a imagem de poder e sucesso absoluto — um espetáculo que atraía investidores, curiosos e jornalistas.
O império por trás da fachada
Mas por trás das aparências, o império começava a se desgastar. No início dos anos 1990, o Taj Mahal e outros cassinos enfrentaram graves dificuldades financeiras.
As dívidas acumuladas ultrapassavam centenas de milhões de dólares, e Trump precisou vender parte de seus bens pessoais, incluindo o próprio iate. Ainda assim, manteve o discurso de vencedor e continuou a aparecer nas capas das revistas, sustentando a narrativa do magnata invencível.
Relatórios financeiros e investigações posteriores mostraram que, durante os anos 1980, Trump havia inflado seu patrimônio líquido para aparecer nas listas da Forbes.
Em 1982, a revista estimou sua fortuna em cerca de US$ 100 milhões, mas análises subsequentes indicaram que o valor real era muito menor. Mesmo assim, o empresário continuou a cultivar a imagem de bilionário imbatível — uma ilusão cuidadosamente construída sobre mármore, publicidade e autoconfiança.
A construção do mito
Nos anos 1990, quando muitos de seus empreendimentos enfrentavam falência, Trump já havia se tornado uma figura midiática maior que seus próprios negócios. Sua presença constante em programas de TV, colunas sociais e talk shows manteve viva a aura de sucesso. Ele compreendia que a percepção pública era, muitas vezes, mais poderosa que os números reais.
Essa fase consolidou o padrão que marcaria toda a sua trajetória: a ostentação como ferramenta de marketing pessoal. Trump transformou a grandiosidade em estratégia e o excesso em linguagem de poder. Mesmo diante de falências e dívidas, manteve o controle sobre sua narrativa — e construiu um personagem que unia o luxo, o espetáculo e a promessa de vitória.
Em suma, as décadas de 1980 e 1990 moldaram o Trump que o mundo conhece: o homem das torres douradas, dos cassinos brilhantes e das manchetes calculadas. A ostentação não era apenas um capricho, mas o coração de sua identidade pública — uma combinação de imagem, ambição e autopromoção que redefiniu o significado do luxo empresarial na virada do século.



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