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Transporte de cargas: Abastecer com diesel um tanque de caminhão tem custo 30% maior em comparação ao início do ano devido à alta dos combustíveis

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 24/06/2022 às 22:51
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Imagem de Jacqueline Macou / Fonte: Pixabay

Levantamento do IPTC, aponta que o custo para encher com diesel, o tanque de combustível de um caminhão de transporte, beira os R$ 2.000,00

Durante os seis primeiros meses deste ano, houve aumento de em média 30% no custo para abastecer com diesel o tanque de combustível de um caminhão no Brasil. A informação foi obtida a partir de levantamento realizado pelo Instituto Paulista do Transporte de Carga (IPTC), a pedido da CNN Brasil.

O levantamento expôs, ainda, que, no mês de janeiro deste ano, o gasto efetuado para abastecer com diesel S-10 um veículo de médio porte do tipo truck, com capacidade média de 280 litros, era de R$ 1.519,28. Atualmente, o custo atinge a quantia de R$ 1.969,52.

Caso a intenção seja encher o tanque de um caminhão de grande porte, com capacidade de 400 litros de combustível, o valor a ser pago neste mês é de R$ 2.813,60, enquanto, em janeiro deste ano, o custo era equivalente a R$ 2.170,40. Para abastecer um caminhão pequeno, por sua vez, com capacidade de 100 litros de diesel e denominado VUC, era necessário pagar, no início do ano, R$ 542,60, o que corresponde a um preço bem menor em relação aos atuais R$ 703,4.

Para realizar o cálculo, o IPTC levou em conta os valores do diesel exibidos no boletim mais recente da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), divulgado na última terça-feira (dia 21).

Adriano Depentor afirma que os combustíveis influenciam diretamente o custo final das operações de transporte, sendo necessário o repasse imediato para toda a cadeia logística

Diante do cenário apresentado, Adriano Depentor – presidente do conselho superior do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp) – declarou que os combustíveis têm impacto direto no custo final das operações de transporte, influenciando de 35% a 50% do valor do frete.

De acordo com Depentor, a única alternativa para os transportadores é o repasse imediato da alta do valor do diesel para toda a cadeia logística, haja vista que, caso contrário, os recentes aumentos causariam uma maior defasagem nas tarifas. Para ele, é de extrema importância que, diante dessas oscilações, as empresas de transporte negociem os contratos antigos e levem em consideração a questão da variação do combustível nos novos.

Lauro Valdivia rebate Depentor ao defender que o repasse do aumento no valor do diesel é um problema para as empresas de transporte, devido à frequência dos reajustes

Por outro lado, o assessor técnico da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), Lauro Valdivia, argumenta que o repasse representa um problema para as empresas de transporte.

Segundo o assessor, é muito difícil que o aumento no valor do diesel seja repassado devido à intensa frequência com que os reajustes ocorrem. Ele explica que, muitas vezes, uma nova ampliação é anunciada antes mesmo que o último reajuste seja passado. Além disso, Valdivia pondera que não só o combustível sofreu alta, mas o preço de um caminhão também subiu, havendo crescimentos de 40% até 64%.

No estudo do IPTC, é possível ver também que o mais recente reajuste nos preços praticados pela Petrobras acarretará, na média geral, elevação dos custos do transporte de cargas com lotação máxima em 21,87%, de modo a prejudicar ainda mais as operações de longas distâncias, que equivalem a mais de 6000 km.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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