O navio Vasa, que afundou em 1628, foi içado após 338 anos em uma das maiores operações de salvamento naval. Veja como a Suécia resgatou o navio de guerra histórico e o levou ao museu em Estocolmo.
O navio de guerra Vasa, construído entre 1626 e 1628, é um dos maiores ícones da história naval da Suécia — mas também um dos maiores desastres marítimos da época. Em 10 de agosto de 1628, ele afundou em águas rasas do porto de Estocolmo apenas 1,3 km após deixar o cais, numa viagem inaugural que durou minutos. Por mais de três séculos, o Vasa permaneceu soterrado a 32 metros de profundidade, protegido pelo ambiente frio e pobre em oxigênio do mar Báltico, até que, em uma das maiores operações de salvamento naval já realizadas, o colosso de madeira foi içado entre 1957 e 1961.
A recuperação do Vasa não foi apenas uma façanha de engenharia: exigiu quase quatro anos de escavações, preparações e içamentos graduais, interrompeu parte do tráfego marítimo em Estocolmo e mobilizou mergulhadores da Marinha Sueca, engenheiros, arqueólogos e até a imprensa internacional, que acompanhou a operação passo a passo.
Navio Vasa: de símbolo de poder a tragédia em 1628
O Vasa foi encomendado pelo rei Gustavo II Adolfo como o maior e mais poderoso navio de guerra de seu tempo.
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O projeto previa um galeão de três mastros com 69 metros de comprimento e mais de 64 canhões, uma verdadeira fortaleza flutuante. Mas o excesso de peso no convés superior e um casco instável condenaram a embarcação antes mesmo de sua primeira batalha.
Logo após zarpar, uma rajada de vento inclinou o navio, e a água entrou pelos porões abertos dos canhões. O Vasa naufragou diante da população estupefata de Estocolmo, matando dezenas de tripulantes e tornando-se um símbolo de falhas de projeto naval no século XVII.
Resgate do Vasa: um plano ousado começa a ganhar forma em 1957
Por 338 anos, o Vasa permaneceu adormecido no fundo do porto, mas em 1957 a história começou a mudar. O engenheiro naval Anders Franzén, que havia identificado o local do naufrágio anos antes, liderou os esforços para recuperar o navio.
Entre 1957 e 1959, mergulhadores da Marinha Sueca escavaram seis túneis sob o casco para passar cabos de aço. Esses cabos foram conectados a dois enormes pontões flutuantes, batizados Oden e Frigg, que seriam usados para erguer gradualmente a embarcação.
Içamento de navio histórico: 18 içamentos e 4 anos de trabalho
O processo foi lento e delicado. O casco de carvalho, embora bem preservado, estava encharcado e fragilizado, e qualquer erro poderia fazer com que o Vasa se despedaçasse. Entre 1959 e 1961, foram realizados 18 içamentos controlados, cada um elevando o navio alguns metros, até que chegasse a águas mais rasas.
Finalmente, em 8 de abril de 1961, começou o içamento final. E em 24 de abril de 1961, diante de milhares de espectadores e jornalistas de todo o mundo, o Vasa rompeu a superfície do mar pela primeira vez em mais de três séculos — um momento histórico transmitido internacionalmente.
Maior operação de salvamento naval do século XX
A magnitude do resgate impressiona:
- Profundidade do naufrágio: 32 metros
- Tempo de preparação: 1957 a 1959
- Número de içamentos: 18
- Data em que emergiu: 24 de abril de 1961
- Duração total da operação: quase quatro anos
O tráfego marítimo na região precisou ser redirecionado, e rios subterrâneos usados para dragagem foram desativados temporariamente para permitir os trabalhos de escavação e içamento.
Museu Vasa em Estocolmo: o destino final do navio sueco Vasa
Depois de emergir, o Vasa passou por um longo processo de conservação. O casco foi tratado com polietilenoglicol (PEG), uma substância usada para substituir a água nos poros da madeira e evitar que o navio se desintegrasse ao secar.
Hoje, o Vasa está exposto no Museu Vasa, em Estocolmo, uma das atrações mais visitadas da Suécia, com mais de um milhão de visitantes anuais.
O museu não apenas exibe o navio quase intacto, mas também conta a história de sua construção, naufrágio e resgate, incluindo artefatos, roupas e restos mortais encontrados a bordo.
Recuperação de navio de guerra antigo: impacto histórico e cultural
O resgate do Vasa se tornou um marco para a arqueologia subaquática e para a engenharia naval, inspirando operações semelhantes ao redor do mundo. Nenhum outro navio de guerra do século XVII foi preservado com tanto detalhe, tornando o Vasa uma cápsula do tempo sem igual sobre a construção naval, a vida a bordo e o poder militar sueco na Era Moderna.
O içamento do Vasa foi mais do que um feito técnico — foi um resgate da própria história. O navio, que naufragou por falhas de projeto em 1628, hoje reina em um museu dedicado a ele, lembrando que até os maiores desastres podem se transformar em patrimônios culturais de valor incalculável.
Com mais de 95% de sua estrutura original preservada, o navio sueco Vasa é hoje um símbolo do poder, da engenharia e também da fragilidade humana — um gigante do mar que emergiu dos 32 metros de profundidade para contar sua história ao mundo.
MUITO BOM ISSO. PARTE DA HISTÓRIA DO PAÍS RESGATADA. NO BRASIL UMA PRENSA OU MOENDA DE ENGENHO DE CANA DE AÇÚCAR, EU NÃO ME RECORDO BEM, FABRICADA NO SÉCULO 18 OU 19, SUMIU EM UM DEPÓSITO E DEPOIS DE MUITO TEMPO, DECOBRIRAM QUE ELA NÃO FOI PARAR NO LUGAR MERECIDO E ADEQUADO, QUE ERA NO MUSEU MAS FOI DERRETIDA E TRANSFORMADA EM CHURRASQUEIRAS. COISA DE BRASILEIRO.