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Texas aprova lei radical: cidadãos e empresas da China, Irã, Coreia do Norte e Rússia ficam proibidos de comprar ou alugar imóveis no estado

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 11/09/2025 às 14:30
Texas aprova lei radical: cidadãos e empresas da China, Irã, Coreia do Norte e Rússia ficam proibidos de comprar ou alugar imóveis no estado
Foto: Texas aprova lei radical: cidadãos e empresas da China, Irã, Coreia do Norte e Rússia ficam proibidos de comprar ou alugar imóveis no estado
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Texas aprova lei que proíbe cidadãos e empresas da China, Irã, Rússia e Coreia do Norte de comprar ou alugar imóveis, em nome da segurança nacional.

O Senado do Texas aprovou e o governador Greg Abbott sancionou, em junho de 2025, a Senate Bill 17 (SB 17), considerada uma das legislações mais duras dos Estados Unidos contra a presença estrangeira no mercado imobiliário. A norma, que entrou em vigor em 1º de setembro de 2025, restringe a compra e a posse de imóveis por pessoas físicas, empresas e entidades ligadas a China, Irã, Coreia do Norte e Rússia, países classificados como ameaça à segurança nacional.

O objetivo declarado do governo texano é impedir que nações adversárias adquiram terrenos próximos a áreas sensíveis, como bases militares, usinas e sistemas de energia, reduzindo o risco de espionagem, controle territorial estratégico e influência estrangeira.

O que diz a lei e quais são as restrições

De acordo com o texto da SB 17, estrangeiros de países considerados hostis não podem:

  • Comprar imóveis em território texano;
  • Adquirir participação societária em propriedades ou empreendimentos imobiliários;
  • Firmar arrendamentos ou contratos de longo prazo que confiram direito de uso ou posse.

No entanto, a lei não é absoluta. Estão previstas exceções importantes:

  • Cidadãos que possuam residência legal permanente nos EUA (green card) não são afetados;
  • Estrangeiros que adquiram imóvel para uso como residência principal (homestead) podem ser autorizados;
  • Arrendamentos de curta duração, inferiores a um ano, não entram na restrição.

Ainda assim, a legislação impõe um limite rígido e cria barreiras inéditas em um dos mercados mais dinâmicos do país.

Consequências econômicas e sociais

A medida deve gerar efeitos imediatos no setor imobiliário e em áreas estratégicas:

  • Mercado imobiliário: investidores estrangeiros — especialmente chineses, que já vinham comprando propriedades rurais e urbanas — deixam de participar de operações milionárias, afetando incorporadoras e fundos.
  • Setor agrícola e energético: muitas terras no Texas são destinadas à produção de alimentos e energia. A lei busca evitar que estrangeiros de países hostis tenham acesso a esse patrimônio estratégico.
  • Diplomacia: a decisão do Texas pode aumentar tensões entre Washington e Pequim, além de reverberar em relações com Teerã, Moscou e Pyongyang.
  • Precedente nacional: outros estados americanos já estudam legislações semelhantes, e o debate deve chegar ao Congresso em breve.

Críticas e polêmicas

Apesar de a lei ter sido defendida em nome da segurança nacional, críticos apontam riscos de discriminação e impactos econômicos negativos. Associações imobiliárias alegam que a norma pode afastar investimentos legítimos, reduzir liquidez do mercado e gerar disputas judiciais de constitucionalidade.

Juristas também alertam que o conceito de “entidade ligada a países hostis” pode ser interpretado de forma ampla, abrindo espaço para insegurança jurídica.

Penalidades previstas

A SB 17 prevê que violações às regras podem gerar:

  • Nulidade dos contratos de compra ou arrendamento;
  • Perda do direito de propriedade em favor do Estado;
  • Multas e penalidades civis, além de possibilidade de sanções criminais em casos de fraude.

Esse arcabouço dá ao Texas ferramentas para coibir operações consideradas de risco e punir eventuais tentativas de driblar a lei.

Especialistas avaliam a decisão

Para o advogado de imigração e direito internacional David Bier, “o Texas está respondendo a uma preocupação real de segurança nacional, mas a lei pode criar um ambiente hostil para investidores legítimos que nada têm a ver com governos estrangeiros”.

Já a professora de Direito Constitucional da Universidade de Houston, Sandra Guerra Thompson, afirma:
A medida pode enfrentar questionamentos judiciais. A Constituição dos EUA limita discriminações baseadas em nacionalidade, mas estados têm competência para legislar em áreas de segurança e uso da terra. Essa tensão certamente será levada à Suprema Corte.”

Entre segurança e liberdade de mercado

A nova lei do Texas insere-se em um contexto de crescente rivalidade entre Estados Unidos e países como China e Rússia.

Ao restringir a compra e o aluguel de imóveis por cidadãos e empresas dessas nações, o estado reforça a narrativa de defesa da soberania e da segurança.

Por outro lado, o movimento abre um debate delicado: até que ponto o combate a riscos estratégicos pode justificar limitações à liberdade de investimento e à igualdade de tratamento de estrangeiros?

O que já é certo é que a SB 17 marca um divisor de águas: o mercado imobiliário no Texas nunca mais será o mesmo, e a medida pode servir de modelo para outras regiões dos EUA.

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Valdemar Medeiros

Formado em Jornalismo e Marketing, é autor de mais de 20 mil artigos que já alcançaram milhões de leitores no Brasil e no exterior. Já escreveu para marcas e veículos como 99, Natura, O Boticário, CPG – Click Petróleo e Gás, Agência Raccon e outros. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras (empregabilidade e cursos), Economia e outros temas. Contato e sugestões de pauta: valdemarmedeiros4@gmail.com. Não aceitamos currículos!

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