Tecnologia via satélite Starlink levanta debates sobre cobertura gratuita, expectativas de conectividade direta e entraves regulatórios no Brasil. Entenda o cenário, o posicionamento da Anatel e a situação do serviço no país.
O interesse dos brasileiros pela possibilidade de utilizar a internet Starlink, criada por Elon Musk, gratuitamente em celulares tem crescido nos últimos meses, impulsionado por uma série de boatos nas redes sociais e aplicativos de mensagem.
Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), no entanto, essa tecnologia ainda não está liberada para uso em celulares no Brasil.
A agência esclareceu, em nota oficial, que a empresa de Elon Musk não possui autorização para fornecer esse tipo de serviço no país, respondendo assim a uma das dúvidas que mais intrigam milhões de brasileiros em 2025.
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A Starlink ganhou destaque mundial ao oferecer conexão de internet via satélite em áreas onde não existe cobertura das operadoras tradicionais, como regiões rurais, comunidades isoladas e locais de difícil acesso.
O novo sistema, chamado de “direct-to-device” ou “direct to cell”, promete ampliar ainda mais essa cobertura ao permitir que celulares comuns possam se conectar diretamente aos satélites, sem depender de antenas ou torres terrestres.
No entanto, apesar do avanço tecnológico, a funcionalidade ainda não chegou ao território brasileiro.
A tecnologia “direct-to-device” da Starlink permite que, em locais totalmente sem sinal de operadora, o usuário compartilhe sua localização, envie e receba mensagens de texto por meio da conexão direta com satélites.
Essa inovação representa um passo importante para a conectividade global, oferecendo uma alternativa para situações de emergência ou ausência completa de sinal.
De acordo com a Anatel, entretanto, nenhuma empresa está autorizada a oferecer esse serviço gratuitamente no Brasil, seja para celulares ou para qualquer outro dispositivo móvel.
Em comunicado recente, a Anatel reforçou: “A tecnologia Direct to Cell (ou Direct to Device) pode representar um avanço significativo na cobertura de telefonia móvel. Reconhecendo esse potencial, a Agência tomou a iniciativa de promover um ambiente propício à experimentação dessa tecnologia, estabelecendo um Sandbox regulatório que favorece arranjos técnicos nesse sentido”.
No entanto, o órgão deixa claro que, até julho de 2025, a Starlink não obteve as licenças e autorizações necessárias para operar essa modalidade no Brasil.
Internet Starlink no celular: por que não é possível usar de graça?
Atualmente, o serviço de banda larga via satélite oferecido pela Starlink está disponível apenas para residências, empresas e propriedades rurais, sempre mediante contratação de planos pagos e instalação de antena específica.
A conexão direta ao celular, sem custo para o usuário, ainda depende de mudanças na regulamentação, além da necessidade de uma infraestrutura compatível.
Segundo a Anatel, “A prestação do serviço móvel no Brasil é regulamentada e requer a obtenção de outorga específica, bem como autorizações para uso das radiofrequências destinadas à modalidade celular. Até o presente momento, a Starlink não possui diretamente essas licenças necessárias”.
Ou seja, mesmo que a tecnologia já exista e esteja em testes em outros países, como Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália, Canadá, Chile e Japão, no Brasil ela ainda esbarra em questões legais e regulatórias.
A agência também destaca que qualquer oferta pública de internet móvel, seja gratuita ou paga, precisa seguir as normas estabelecidas pela legislação brasileira e pelas regras da Anatel.
Isso inclui a obtenção de licenças específicas, a garantia de qualidade mínima do serviço e o cumprimento das obrigações fiscais e técnicas previstas em lei.
Starlink para celulares: onde a tecnologia já está disponível?
O sistema “direct-to-device” já está em operação em algumas regiões dos Estados Unidos e Nova Zelândia, onde usuários de determinadas operadoras podem acessar a internet via satélite diretamente pelo celular.
Em países como Austrália, Canadá, Chile e Japão, a tecnologia está em fase de testes, ampliando gradativamente sua disponibilidade.
Apesar do avanço, ainda não existe nenhum país onde o serviço seja oferecido de forma completamente gratuita e irrestrita para qualquer usuário de celular.
Em geral, as operadoras fazem parcerias com a Starlink para disponibilizar a conexão em situações específicas, como emergências, áreas remotas ou eventos excepcionais.
O acesso pleno e gratuito, como sugerem alguns boatos, não faz parte do modelo comercial da empresa.
Anatel e o futuro da internet Starlink no celular
A Agência Nacional de Telecomunicações acompanha de perto a evolução dos serviços de internet via satélite e já criou um ambiente de testes regulatórios para estimular o desenvolvimento dessas soluções no Brasil.
O chamado “Sandbox regulatório” é uma iniciativa voltada à experimentação de novas tecnologias, permitindo que empresas testem funcionalidades inovadoras sob supervisão da agência e dentro de regras específicas.
Apesar disso, até o momento, a Starlink só está autorizada a operar planos de banda larga fixa via satélite no país, atendendo principalmente residências, comércios, escolas e propriedades rurais.
O serviço móvel, que permitiria a conexão direta de celulares aos satélites, segue em análise pela Anatel e depende de regulamentação detalhada para ser liberado ao público.
Boatos e dúvidas: por que a internet Starlink para celulares virou assunto nas redes sociais?
O tema ganhou grande repercussão após uma série de vídeos, postagens e áudios viralizarem na internet, prometendo internet Starlink gratuita para celulares no Brasil.
As mensagens, sem base em informações oficiais, contribuíram para a propagação de dúvidas e expectativas infundadas entre os consumidores.
A Anatel reforça que, até julho de 2025, qualquer promessa de acesso gratuito à internet Starlink em celulares no Brasil não tem respaldo legal ou técnico.
Os interessados em utilizar os serviços da empresa devem recorrer aos planos oficialmente disponíveis no país, voltados exclusivamente para banda larga fixa via satélite.
O que esperar do acesso à internet Starlink no Brasil?
Enquanto não houver autorização para o uso do serviço “direct-to-device” no Brasil, os consumidores continuarão dependendo das redes tradicionais de telefonia móvel ou dos planos de banda larga via satélite contratados para residências e empresas.
A expectativa é que, com o avanço da regulação e da infraestrutura, a tecnologia possa chegar ao país nos próximos anos, ampliando o acesso à conectividade em regiões remotas.
Diante desse cenário, fica o alerta para que os usuários desconfiem de promessas de acesso gratuito à internet Starlink para celulares, principalmente em vídeos, grupos de mensagens ou redes sociais.
A recomendação da Anatel é buscar sempre informações em fontes oficiais e evitar compartilhar conteúdos sem comprovação.
Afinal, você acredita que o Brasil está preparado para receber tecnologias inovadoras como a internet direta via satélite nos celulares, ou ainda precisa superar muitos desafios regulatórios e de infraestrutura?