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Energia nuclear no mar: transportador de gás natural liquefeito ganha aval e promete operação sem reabastecimento

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 10/09/2025 às 13:32
Primeiro navio transportador de gás natural movido a reator nuclear recebe aprovação internacional e estreia
Primeiro navio transportador de gás natural movido a reator nuclear recebe aprovação internacional e estreia
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Navio pioneiro com reator de sal fundido de 100 MWth promete operar sem reabastecimento e marca avanço histórico na propulsão marítima limpa

Engenheiros sul-coreanos alcançaram um feito inédito ao apresentar o primeiro navio transportador de gás natural liquefeito (GNL) do mundo movido por energia nuclear.

A embarcação utiliza um reator modular de sal fundido (MSR) e obteve a chamada Aprovação em Princípio (AiP) em 9 de setembro.

Essa aprovação é simbólica, mas fundamental, porque atesta a conformidade do projeto com regulamentos e padrões internacionais de segurança.

O reconhecimento veio do Departamento Americano de Navegação (ABS) e do Estado de bandeira da Libéria, fortalecendo a credibilidade da iniciativa.

O que é um AiP

O AiP funciona como uma certificação preliminar. Ele não significa a construção imediata do navio, mas confirma que o projeto atende aos requisitos básicos de segurança e viabilidade.

No caso da embarcação sul-coreana, trata-se da primeira vez em que um navio com propulsão por reator de sal fundido recebe esse tipo de reconhecimento oficial.

Tecnologia de sal fundido

O reator de sal fundido difere dos convencionais porque utiliza combustível misturado a sal fundido, em vez de combustíveis sólidos. Segundo a KAERI, o sistema de propulsão desenvolvido tem capacidade térmica de 100 megawatts (MWth).

Essa configuração oferece vantagens significativas porque combina alta segurança com eficiência energética. Além disso, garante a operação contínua sem necessidade de reabastecimento durante toda a vida útil do navio.

Reatores tradicionais exigem manutenção e troca de combustível, o que causa interrupções. O MSR, portanto, surge como uma solução revolucionária para reduzir paradas e melhorar a logística marítima.

Parceria estratégica

O projeto é fruto da cooperação entre o Instituto Coreano de Pesquisa de Energia Atômica (KAERI) e a Samsung Heavy Industries. A pesquisa começou em 2023 e recebeu apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) da Coreia e do Ministério dos Oceanos e Pesca.

As equipes trabalham para concluir o projeto conceitual do reator marinho até o próximo ano, consolidando a Coreia do Sul como protagonista na inovação naval.

Estreia internacional

O anúncio oficial ocorreu pouco antes da Gastech 2025, maior exposição de gás e energia do mundo. O evento será realizado em Milão, na Itália, de 9 a 12 de setembro.

A Gastech funciona como palco global para setores de construção naval, energia e sociedades classificadoras. A escolha do evento para o anúncio reforça o peso internacional da novidade.

Visão de futuro

Segundo Jin Young Cho, diretor do instituto de pesquisa de reatores avançados da KAERI, o objetivo é claro: contribuir para a neutralidade de carbono no setor marítimo.

A declaração sintetiza o impacto da iniciativa porque mostra que o projeto vai além da inovação tecnológica. Ele se conecta diretamente à transição energética e ao esforço mundial por reduzir emissões.

Esse primeiro passo marca o início de uma nova era para os oceanos, onde o transporte pode se tornar mais limpo e sustentável.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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