Os pais confiam no potencial das recentes descobertas e na proximidade com a Guiana.
A empresa estatal de petróleo e gás do Suriname, a Staatsolie, está abrindo uma nova oportunidade para licitações de áreas exploratórias de óleo e gás. Nesta rodada, 11 áreas offshore em águas rasas serão disponibilizadas para possíveis licitantes.
Com previsão de duração até 2024, a licitação oferecerá pacotes de dados a partir de 18 de dezembro, com a apresentação das propostas agendada para até 31 de maio do próximo ano.
Os blocos em questão estão localizados em lâmina d’água de até 150 metros e se encontram ao sul das descobertas feitas por outras empresas em águas profundas, como TotalEnergies e Petronas. Além dessas, ExxonMobil, Chevron, Capricorn Energy, Apache e Shell também têm ativos operacionais na costa do Suriname.
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O potencial do Suriname como produtor de petróleo
O Suriname é um pequeno produtor de petróleo onshore, com uma produção diária de cerca de 16 mil barris, mas está focado em suas descobertas offshore para se tornar um produtor significativo no futuro.
O país compartilha fronteiras com a Guiana, que teve sucessos significativos em exploração e começou a produzir petróleo em 2019. Esta localização cria um ambiente favorável para o desenvolvimento da indústria petrolífera na região.
Em setembro, a TotalEnergies anunciou planos para investir US$ 9 bilhões em um projeto de produção de petróleo no Suriname. As descobertas realizadas pela empresa foram altamente promissoras, e a geologia da região apresenta semelhanças com a Margem Equatorial brasileira, a qual já é conhecida por suas reservas petrolíferas. Os campos de petróleo no Suriname estão localizados aproximadamente mil quilômetros ao norte da Foz do Amazonas, o que indica um potencial significativo de desenvolvimento para a área.
A TotalEnergies planeja investir em petróleo no Suriname, com previsão de tomar a decisão final de investimento até o final de 2024. A empresa tem como meta iniciar a produção de petróleo em 2028. Para isso, está avaliando a instalação de um FPSO (plataforma flutuante) a 150 km da costa do Suriname, com capacidade de produção de 200 mil barris por dia. A TotalEnergies opera o Bloco 58 em parceria com a APA Corporation, onde possui uma participação de 50%.
Em agosto, foi concluída a avaliação das descobertas de petróleo em Sapakara South e Krabdagu, que juntas possuem recursos estimados em cerca de 700 milhões de barris. Essas descobertas foram feitas em lâmina d’água que varia de 100 a 1.000 metros.
A Transpetro, subsidiária da Petrobras, está planejando expandir suas operações internacionalmente e espera dar início a esse processo até 2023. O presidente da companhia, Sérgio Bacci, revelou em agosto que a Transpetro está perto de assinar o seu primeiro memorando de intenções internacional com a Staatsolie. Essa iniciativa faz parte do objetivo de buscar oportunidades no Suriname.
O potencial do Brasil na exploração de petróleo na Guiana
A visão da companhia é que o Brasil deve considerar a abertura de portas para a vizinha Guiana, mesmo depois de uma longa disputa por fronteira entre os dois países. Além disso, o leilão na Guiana reacende uma disputa territorial de quase 2 séculos com a Venezuela, o que traz à tona a importância da região.
O diretor da ANP, Décio Oddone, destacou que tanto a Guiana quanto o Suriname não têm experiência prévia na exploração e produção de petróleo, mas a Margem Equatorial brasileira apresenta um modelo geológico similar aos casos de sucesso nesses países. Isso sugere um grande potencial para o Brasil na exploração de petróleo na Guiana, de acordo com a ANP.
Após descobertas na costa de Gana em 2007, a indústria começou a voltar sua atenção para a região em busca de novas oportunidades de exploração. A área oeste do continente africano tem uma história geológica semelhante à da Margem Equatorial sul-americana, o que aumenta o potencial de descobertas importantes.
A TotalEnergies se destacou como a empresa que mais investiu na aquisição de blocos exploratórios na Bacia Foz do Amazonas, durante a 11ª Rodada da ANP em 2011. No entanto, após tentativas fracassadas de obter licença do Ibama, a empresa desistiu de explorar a região, demonstrando os desafios e obstáculos envolvidos na exploração de novas fronteiras petrolíferas.
Fonte: Agência EPBR