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Montadoras forçam entrada de veículos nas lojas, mas guerra de preços e estoques altos colocam revendedores e fabricantes em crise profunda na China
A indústria de carros elétricos na China enfrenta um colapso silencioso. Após anos de intensa competição por preços mais baixos, o país agora se depara com um problema inesperado: excesso de veículos nas concessionárias.
A tentativa de impulsionar as vendas acabou provocando o efeito contrário. Montadoras e revendedores estão mergulhados em uma crise de estoques e fechamento de lojas.
Concessionárias viram depósitos
Fabricantes chineses têm recorrido às chamadas “automatrículas” para inflar seus números de vendas. A prática consiste em registrar os carros como se estivessem vendidos, mesmo sem compradores.
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Assim, eles são enviados às concessionárias e classificados como seminovos ou “km 0”. Mas os veículos se acumulam nos pátios, sem saída.
Na província de Shandong, pelo menos 20 lojas da BYD estão desertas ou já fecharam as portas, segundo relatos da imprensa local.
As concessionárias deixaram de suportar o peso das metas agressivas impostas pelas montadoras.
Pressão financeira e fluxo de caixa
As redes de revenda pedem socorro. Em um comunicado divulgado na terça-feira, elas solicitaram que as montadoras parem de forçar a entrada de mais carros.
De acordo com a agência Reuters, a guerra de preços está corroendo o fluxo de caixa, derrubando a rentabilidade e forçando o fechamento de lojas.
A Câmara de Comércio de Concessionários de Automóveis da China alertou que o cenário ficou ainda mais difícil.
As condições atuais são descritas como “ainda mais rigorosas” do que antes. Para o setor, é urgente que as fabricantes deixem de empurrar estoques para os revendedores e passem a definir metas de produção mais realistas.
Críticas às práticas das montadoras
Representantes das concessionárias também afirmam que não devem ser pressionadas a deixar a rede de distribuição.
Eles criticam o uso da “otimização dos canais” como justificativa para fechar lojas. Segundo eles, essas ações só ampliam o impacto negativo de um mercado já saturado.
Órgãos oficiais reagem
Diante da situação, a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis e o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação emitiram alertas públicos.
Eles condenam as “guerras de preços desordenadas” e apontam que a queda nas margens de lucro comprova a escalada da competição destrutiva entre empresas do setor.
Com informações de Xataka.
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