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Segundo analistas, a transição energética e várias mudanças na matriz de energia irão mudar, devido aos efeitos provocados pela pandemia e a guerra da Rússia

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 08/08/2022 às 08:45
Energia, transição energética, guerra
Foto: reprodução pixabay.com

Com a pandemia e a guerra da Rússia, países poderão mudar suas matrizes de energia, a chamada transição energética

A junção dos efeitos da pandemia e da guerra da Rússia com a Ucrânia vai modificar a forma de como os países direcionam a chamada transição energética, mudança de energia, para combater as mudanças climáticas, de acordo com dados expostos por especialistas ao CNN Brasil Business.

O termo “transição energética” se refere ao processo de modificação na matriz energética de algum país, mais recentemente especificando a substituição de fontes poluentes por fontes de energia limpa, como as energias eólica, solar e hidrelétrica.

Esse processo de transição energética, que ainda é novo, poderá obter novas concepções após os acontecimentos dos últimos anos, como a guerra e a pandemia, incorporando um termo que voltou a ser utilizado: segurança energética.

A AIE (Agência Internacional de Energia) expôs um relatório nesta primeira semana de agosto onde ele afirma que a demanda pela energia vinda do carvão em 2022 pode chegar ao maior nível já registrado em 2002.

O recorde dessa utilização de energia ocorre enquanto muitos países procuram administrar as emissões de gases poluentes, com o carvão sendo uma das fontes mais prejudiciais ao meio ambiente.

No mesmo documento, a AIE comenta que a transição energética está ligada à mudança de postura dos países após as consequências da pandemia de Covid-19 e a guerra na Ucrânia.

Para os especialistas, a transição energética não acabou e é necessária para evitar as mudanças ainda mais extremas no clima global, porém ainda não há como saber qual velocidade ela poderá ter após as crises ocasionadas pela guerra e pela pandemia.

Transição energética após consequências da guerra e da pandemia poderá vir com mais segurança

A grande modificação de padrão para a transição energética, de acordo com o diretor do Centro Brasileiro de energia (Cbie) Adriano Pires, veio com a guerra entre Ucrânia e Rússia, uma vez que começou a ser essencial conciliar a preocupação climática com a de fornecimento de energia.

O diretor afirma ainda que a tendência agora é de uma transição energética com mais segurança. “Os combustíveis fósseis voltaram a ter um certo protagonismo e o cenário atual mostra que eles foram demonizados rápido demais”.

Adriano espera ainda que os países procurem construir matrizes energéticas cada vez mais diversificadas, incluindo as de combustíveis fósseis, de maneira a compensar a vulnerabilidade de cada tipo de fonte energética.

As energias renováveis, por exemplo, possuem como principal problema a intermitência, com uma capacidade de geração de energia que depende de fatores como intensidade de chuvas, vento e sol, ao passo que os combustíveis fósseis possuem fatores de risco que envolvem preço, fornecimento e poluição.

Por isso, o diretor considera que enquanto as fontes renováveis não passarem uma segurança de fornecimento para os países que querem introduzir a transição energética, o uso de combustíveis fósseis vai continuar.

Para especialista, países deverão investir na transição energética devido ao preço dos combustíveis fósseis

Para Edmilson Moutinho, professor do IEE-USP, as sinalizações na economia têm sido graduais, porém com o objetivo de estimular investimentos em outros tipos de energia em virtude do salto dos preços do petróleo com a guerra e a pandemia.

Essa reação, contudo, é a longo prazo e diverge dos esforços de curto prazo dos países. A China, por exemplo, voltou a utilizar o carvão quando não conseguiu atender à procura do país por energias renováveis e gás natural.

Países europeus, especialmente a Alemanha, reativaram suas usinas termelétricas movidas a petróleo e carvão, ao passo que a Rússia excedeu o fornecimento de gás, prometendo que a ação é temporária.

Na opinião de Moutinho, o gás natural é a fonte de energia não renovável mais beneficiada pelo novo cenário pelo fato de ser menos poluente que o petróleo e o carvão, sendo que ele passou a ser taxado como seguro e importante na transição energética pós guerra e pandemia.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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