São Paulo consolida posição como maior produtor e exportador de limão do país, com aumento de 21% nas exportações e forte presença na Europa.
O estado de São Paulo lidera a produção de limão no Brasil. Em 2024, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA – Apta), ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP (SAA), foram cultivadas mais de 1,1 milhão de toneladas.
O desempenho também se refletiu nas exportações. No primeiro semestre de 2025, já saíram do estado mais de 81 mil toneladas.
O valor chegou a US$ 72 milhões, um aumento de 21% em relação ao mesmo período do ano passado.
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Esse crescimento reforça a importância do setor para a economia paulista. Além disso, abre novas perspectivas para a fruticultura no cenário internacional.
Europa como destino principal
O mercado europeu é o maior comprador do limão paulista. Os Países Baixos lideram o ranking, com 62,2 mil toneladas recebidas.
O Porto de Roterdã serve como porta de entrada para a distribuição a outros países da União Europeia.
Outros destinos relevantes são o Reino Unido, que importou 11,6 mil toneladas, a Rússia, com 1,3 mil toneladas, e o Canadá, que recebeu 970 toneladas.
“O comércio entre os Países Baixos e o Brasil é um exemplo dinâmico de mercados agrícolas complementares”, afirmou o assessor agrícola do Consulado Geral dos Países Baixos, Alf de Wit.
Ele destacou a participação expressiva de importadores holandeses na feira Fruit Attraction, em São Paulo.
Itajobi, a capital do limão
No interior paulista, Itajobi, na região de São José do Rio Preto, se consolidou como capital nacional do limão. A cidade se destaca na produção da variedade taiti.
A Pimentel Itajobi, empresa familiar com 30 anos de atuação, é um exemplo do protagonismo local. Em 2024, exportou mais de 4 mil toneladas, principalmente para o Reino Unido e a União Europeia.
“Foi um ano próspero, mesmo com seca severa. Investimos no packing house e aumentamos nossa capacidade”, explicou o analista de exportação Alison Dejavite.
Ele reforçou que a expectativa para 2025 é de crescimento contínuo, mirando 2026 como ainda mais positivo.
Certificação como diferencial
O chefe do Departamento de Defesa Sanitária e Inspeção Vegetal, Alexandre Paloschi, destacou os avanços da certificação. “Investimos continuamente para garantir qualidade e segurança. O cadastro e a supervisão dos plantios asseguram competitividade, novos mercados e renda para produtores”, disse.
Esse processo envolve a integração entre produtores, setor privado e serviço oficial. O resultado é a abertura de mais espaço para os citricultores paulistas no exterior.
Crédito para estimular o setor
O crescimento do limão paulista também conta com apoio financeiro. O Fundo de Expansão do Agronegócio (FEAP), da SAA, oferece uma linha especial para citricultores.
Segundo o secretário executivo do FEAP, Felipe Alves, a linha de crédito Agricultura Sustentável Paulista financia renovação e ampliação de pomares com mudas certificadas, irrigação eficiente e outros investimentos.
O teto é de até R$ 250 mil para pessoas físicas e R$ 500 mil para pessoas jurídicas. O pagamento pode ser feito em até 84 meses, com carência de 12 meses.
Os dados revelam um cenário de expansão contínua do limão paulista no mercado internacional.
O aumento das exportações, a diversificação de destinos e os investimentos em tecnologia e certificação reforçam a posição de São Paulo como protagonista.
O mais importante é que os esforços combinados entre governo, produtores e empresas mostram resultados concretos.
O limão paulista não apenas garante renda aos agricultores, mas também fortalece a presença brasileira no comércio global de frutas.



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