Com investimentos bilionários previstos e promessa de milhares de empregos, novo trecho ferroviário da Vale conectará cidades capixabas, revolucionando a logística, ampliando o transporte de cargas e marcando um novo capítulo na infraestrutura do Espírito Santo e do Sudeste brasileiro.
Um dos maiores investimentos em infraestrutura ferroviária dos últimos anos no Espírito Santo está prestes a sair do papel.
A mineradora Vale S.A. anunciou que irá destinar R$ 7,43 bilhões para a construção do ramal Anchieta da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), projeto que promete transformar a logística do Sudeste e gerar cerca de 5 mil empregos diretos e indiretos ao longo das obras, previstas para durar aproximadamente 50 meses.
A informação foi publicada pelo jornal A Gazeta, que revelou detalhes inéditos sobre o empreendimento.
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Com início das obras agendado para 2028, o novo trecho ferroviário terá 99,3 quilômetros de extensão, conectando o município de Santa Leopoldina a Anchieta, no litoral capixaba, e passando por seis cidades do Espírito Santo.
O projeto não apenas fortalece o escoamento de minério de ferro e cargas gerais, mas também marca o início de uma ligação estratégica entre o Espírito Santo e o Rio de Janeiro, graças à integração futura com a ferrovia EF 118, cujo leilão está previsto para ocorrer até o final deste ano.
Segundo o Relatório de Impacto Ambiental (Rima), apresentado pela Vale ao Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) em abril de 2025, a obra prevê a construção de túneis e pontes — tanto ferroviárias quanto rodoviárias — para garantir a eficiência do novo ramal.
Além do Rima, foram protocolados o pedido de Licença Prévia e o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), documentos essenciais para a análise ambiental, que seguem em avaliação técnica conforme os prazos legais.
A expectativa é de que o novo ramal tenha capacidade para transportar até 15 milhões de toneladas de cargas por ano, abrangendo grãos, combustíveis, insumos agrícolas e minério de ferro, além de impulsionar o desenvolvimento regional, melhorar a segurança no transporte de cargas e reduzir o fluxo de caminhões nas rodovias capixabas.
Essa expansão é vista como estratégica para a modernização do setor logístico brasileiro e pode resultar em ganhos ambientais, com a diminuição da emissão de poluentes decorrente do transporte rodoviário.
Investimento ferroviário no Espírito Santo
De acordo com informações da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a Vale S.A. entregou à autarquia, em agosto de 2023, o projeto executivo referente ao trecho entre Cariacica e o Porto de Ubu, em Anchieta.
Desde então, a ANTT encaminhou consulta ao Ministério dos Transportes para confirmar se o ramal Anchieta continuará como investimento adicional ao contrato original da EFVM.
Após a resposta oficial, serão possíveis avanços nos trâmites para um termo aditivo contratual, etapa necessária para o início das obras.
O Ministério dos Transportes foi procurado para comentar a proposta, mas não havia respondido até o fechamento desta reportagem.
Geração de empregos e impacto social
A geração de aproximadamente 5 mil empregos diretos e indiretos ao longo de mais de quatro anos de obras representa um impulso importante para a economia local.
Há expectativa de estimular cadeias produtivas, movimentar o comércio e oferecer oportunidades para trabalhadores da construção civil e de áreas técnicas especializadas.
Conforme o Relatório de Impacto Ambiental, a presença da ferrovia também deve fortalecer a economia dos seis municípios cortados pelo trajeto, tanto pela circulação de mercadorias quanto pela atração de investimentos.
A estimativa da Vale S.A. indica que o valor total de R$ 7,43 bilhões será aplicado em obras de infraestrutura pesada, aquisição de equipamentos, sistemas de controle e compensações ambientais.
Os recursos, segundo a mineradora, reforçam o compromisso com o desenvolvimento sustentável e com a ampliação da malha ferroviária nacional, considerada essencial para a competitividade do setor mineral brasileiro.
Logística capixaba e o futuro do transporte
Além do ramal Anchieta, a previsão de integração com a futura EF 118 cria uma perspectiva promissora para a expansão do transporte ferroviário entre o Espírito Santo e o Rio de Janeiro.
Isso poderá beneficiar a logística de exportação e a distribuição de produtos em larga escala.
O projeto da Vale é acompanhado de perto por autoridades, técnicos e investidores do setor de infraestrutura, que veem na obra uma resposta às demandas de modernização e aumento de eficiência logística no Brasil.
Ao avançar para uma nova etapa de mobilidade de cargas, o Espírito Santo se posiciona como protagonista na construção de uma malha ferroviária mais ampla, eficiente e alinhada aos padrões internacionais de transporte.
E você, acredita que a ampliação das ferrovias pode realmente mudar o cenário logístico e econômico do Brasil, diminuindo a dependência do transporte rodoviário?