Exercício naval no mar do Japão simula destruição de submarinos dias após fala agressiva do ex-presidente americano
A aliança entre Rússia e China mostrou mais uma vez sua força militar nesta semana. Após o presidente dos Estados Unidos Donald Trump ameaçar Moscou com o deslocamento de submarinos nucleares, os dois países aliados realizaram um exercício conjunto de caça a submarinos no mar do Japão, simulando a detecção e destruição de um inimigo submerso.
Segundo nota da Frota do Pacífico da Rússia, o treinamento envolveu helicópteros de guerra, aviões de patrulha e um navio de resgate submarino da China, e teria terminado com sucesso na eliminação do “alvo hostil” durante a simulação. Embora classificado como uma manobra “defensiva”, o exercício ocorre num momento de alta tensão com os Estados Unidos, e é interpretado como resposta direta à retórica escalada por Trump.
Onde ocorreu o exercício e quem participou?
A operação foi realizada nesta quarta-feira (6), como parte de uma manobra naval anual que teve início no domingo anterior (3). Os treinamentos ocorreram no mar do Japão e contaram com a participação de:
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- Aeronaves Il-38 da Rússia
- Aviões Y-8 de guerra antissubmarino da China
- Navios de guerra e embarcações de apoio de ambas as frotas
- O navio chinês Xihu, especializado em resgate de submarinos
Segundo imagens divulgadas pelo Ministério da Defesa russo, as embarcações manobraram em mar calmo sob céu limpo, com destaque para a atuação coordenada entre os dois países.
O que motivou o treinamento conjunto?
A ação é interpretada como uma resposta simbólica à ameaça feita por Trump na última sexta-feira (1º). Em uma fala pública, o presidente americano declarou que “dois submarinos nucleares” estavam sendo deslocados para uma região não especificada, após desentendimento virtual com Dmitri Medvedev, ex-presidente da Rússia e atual conselheiro da linha-dura do governo Putin.
Medvedev havia reagido a críticas feitas por Trump à economia russa, ironizando com uma referência ao sistema Perímetro conhecido como “mão morta” que permite o lançamento automático de mísseis nucleares russos em caso de ataque devastador.
Quais são as implicações geopolíticas da aliança entre Rússia e China?
O exercício militar desta semana reforça a cooperação estratégica firmada entre Putin e Xi Jinping dias antes da invasão da Ucrânia em 2022. Desde então, os dois países têm intensificado operações conjuntas navais e aéreas, muitas vezes com bombardeiros nucleares, e agora com foco em operações antissubmarino.
O Ocidente acompanha com preocupação esses movimentos. A OTAN já alertou para a possibilidade de ações militares coordenadas entre Moscou e Pequim, enquanto o Pentágono especula sobre um cenário em que a Coreia do Norte, também aliada, se junte ao bloco, ampliando o risco de escalada com o uso de armas nucleares táticas.
O que acontece a partir de agora?
Ao fim do exercício desta quarta-feira, a Frota do Pacífico da Rússia anunciou que uma força conjunta de navios russos e chineses seguirá em patrulha pelo Oceano Pacífico. Embora as manobras tenham caráter ostensivo, os governos dos dois países reforçam o discurso de que se tratam de ações defensivas de rotina.
No entanto, analistas avaliam que o momento da operação, tão próximo à fala de Trump e ao prazo final de uma suposta trégua na Guerra da Ucrânia (previsto para sexta, 8), indica um alerta estratégico e um recado claro ao Ocidente.
Na sua opinião, a aliança entre China e Rússia representa um risco real para a estabilidade global? A ameaça com submarinos nucleares passa do limite? Compartilhe seu ponto de vista nos comentários sua leitura do cenário é essencial para esse debate.