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Rodovia da morte, que teve mais de 7 MIL acidentes nos últimos anos, é leiloada e empresa vencedora terá que investir 9 BILHÕES no local

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 10/09/2024 às 11:33
A famosa e temida BR-381, conhecida como a “Rodovia da Morte”, está prestes a passar por uma transformação gigantesca.
A famosa e temida BR-381, conhecida como a “Rodovia da Morte”, está prestes a passar por uma transformação gigantesca.

Um leilão histórico finalmente aconteceu após anos de tentativas frustradas. A famosa e temida BR-381, conhecida como a “Rodovia da Morte”, está prestes a passar por uma transformação gigantesca.

A estrada, que tem acumulado tragédias e acidentes ao longo dos anos, agora desperta esperanças. O futuro da BR-381, porém, envolve bilhões de reais e um compromisso de décadas.

No último dia 29 de agosto, um marco foi registrado na sede da B3 em São Paulo: a gestora de recursos 4UM arrematou a concessão de um trecho de aproximadamente 300 quilômetros da BR-381, ligando Belo Horizonte a Governador Valadares, em Minas Gerais.

Após três tentativas fracassadas, finalmente uma empresa assumiu o desafio de investir pesadamente na recuperação e melhoria de uma das rodovias mais perigosas do Brasil.

O contrato, que terá validade de 30 anos, prevê um investimento total de R$ 9 bilhões, sendo R$ 5,6 bilhões destinados a obras e melhorias, e outros R$ 3,7 bilhões em despesas operacionais.

Conforme as informações divulgadas, o leilão foi acirrado, com duas empresas estreantes no setor rodoviário disputando a concessão: a 4UM e a Opportunity.

A proposta vencedora ofereceu um desconto de 0,94% em relação à tarifa básica de pedágio. Para a pista simples, o valor inicial era de R$ 16,04 por 100 km, enquanto para a pista dupla, o valor base ficou em R$ 22,46 por 100 km.

Por que a BR-381 é tão problemática?

Essa rodovia ganhou o apelido de “Rodovia da Morte” devido ao elevado número de acidentes fatais que acontecem em seu trajeto.

De acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), em 2023, a BR-381 foi classificada como a sexta rodovia mais perigosa do Brasil, em termos de acidentes e mortes.

Essa realidade, somada à sua má conservação, fez com que o governo buscasse parcerias com a iniciativa privada para tentar reverter esse cenário, mesmo após diversas tentativas falhas.

Segundo o ministro dos Transportes, Renan Filho, o foco do projeto não está apenas no desconto oferecido pelas empresas, mas sim na execução das melhorias.

“Não adianta termos um desconto significativo se as obras não forem entregues conforme o prometido”, declarou o ministro, ao enfatizar a necessidade de realizar obras que tragam impacto real na segurança e qualidade da rodovia.

Para Renan Filho, o fato de haver duas propostas competitivas demonstra que o projeto foi bem estruturado e tem potencial de sucesso.

Estreantes assumem um desafio monumental

Este leilão também marcou a estreia da 4UM no setor de concessões rodoviárias. A gestora de recursos, que possui mais de R$ 7 bilhões sob sua gestão, com sede em Curitiba, entrou no setor de infraestrutura com um fundo de investimento especialmente criado para leilões de rodovias.

Entre os cotistas do 4UM FIP-IE I estão nomes influentes, como as famílias Malucelli, Salazar, Federmann e Backheuser, donas de importantes construtoras e empresas de engenharia.

Para o presidente da 4UM, Leonardo Boguszewski, a empresa está segura quanto à sua capacidade de entregar o que foi prometido. “Sabemos da complexidade do desafio, mas estamos confiantes em nossa capacidade de execução”, afirmou ele.

De acordo com o executivo, a empresa pretende financiar o projeto por meio de uma combinação de capital próprio (equity) e dívidas. Até agora, já foram captados R$ 800 milhões para a primeira fase do projeto, mas o fundo permanece aberto para novas captações.

Oportunidades e incertezas à frente

A outra empresa que participou do leilão, a Opportunity, que já possui 30 anos de atuação no mercado financeiro e cerca de R$ 60 bilhões em ativos sob gestão, não levou a concessão.

Mesmo com um desconto de apenas 0,10%, a gestora demonstrou interesse em explorar oportunidades no setor rodoviário, algo inédito em sua trajetória.

No entanto, apesar das expectativas, a 4UM terá pela frente desafios imensos. A BR-381, além de perigosa, exige obras complexas e de grande escala, o que incluirá duplicações de trechos, construção de viadutos e melhorias na sinalização e pavimentação.

Com o início das operações previsto para o final de 2024, a gestora precisará provar que conseguirá, de fato, transformar a estrada e salvar vidas, enquanto enfrenta as inevitáveis adversidades financeiras e operacionais.

Um futuro de esperança ou mais do mesmo?

Embora a concessão da BR-381 acenda uma luz no fim do túnel, resta saber se a 4UM será capaz de cumprir com suas promessas.

O investimento bilionário certamente trará melhorias, mas o histórico de acidentes e má gestão dessa rodovia assombra qualquer previsão otimista.

Afinal, será que esse contrato de 30 anos será o suficiente para transformar a “Rodovia da Morte” em uma estrada segura e moderna? Ou estaremos apenas adiando mais um fracasso? O futuro, como sempre, é incerto.

Você acredita que finalmente a BR-381 será recuperada e se tornará uma rodovia segura, ou acha que esse projeto enfrentará os mesmos obstáculos que as tentativas anteriores? Deixe sua opinião nos comentários!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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