Um leilão histórico finalmente aconteceu após anos de tentativas frustradas. A famosa e temida BR-381, conhecida como a “Rodovia da Morte”, está prestes a passar por uma transformação gigantesca.
A estrada, que tem acumulado tragédias e acidentes ao longo dos anos, agora desperta esperanças. O futuro da BR-381, porém, envolve bilhões de reais e um compromisso de décadas.
No último dia 29 de agosto, um marco foi registrado na sede da B3 em São Paulo: a gestora de recursos 4UM arrematou a concessão de um trecho de aproximadamente 300 quilômetros da BR-381, ligando Belo Horizonte a Governador Valadares, em Minas Gerais.
Após três tentativas fracassadas, finalmente uma empresa assumiu o desafio de investir pesadamente na recuperação e melhoria de uma das rodovias mais perigosas do Brasil.
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O contrato, que terá validade de 30 anos, prevê um investimento total de R$ 9 bilhões, sendo R$ 5,6 bilhões destinados a obras e melhorias, e outros R$ 3,7 bilhões em despesas operacionais.
Conforme as informações divulgadas, o leilão foi acirrado, com duas empresas estreantes no setor rodoviário disputando a concessão: a 4UM e a Opportunity.
A proposta vencedora ofereceu um desconto de 0,94% em relação à tarifa básica de pedágio. Para a pista simples, o valor inicial era de R$ 16,04 por 100 km, enquanto para a pista dupla, o valor base ficou em R$ 22,46 por 100 km.
Por que a BR-381 é tão problemática?
Essa rodovia ganhou o apelido de “Rodovia da Morte” devido ao elevado número de acidentes fatais que acontecem em seu trajeto.
De acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), em 2023, a BR-381 foi classificada como a sexta rodovia mais perigosa do Brasil, em termos de acidentes e mortes.
Essa realidade, somada à sua má conservação, fez com que o governo buscasse parcerias com a iniciativa privada para tentar reverter esse cenário, mesmo após diversas tentativas falhas.
Segundo o ministro dos Transportes, Renan Filho, o foco do projeto não está apenas no desconto oferecido pelas empresas, mas sim na execução das melhorias.
“Não adianta termos um desconto significativo se as obras não forem entregues conforme o prometido”, declarou o ministro, ao enfatizar a necessidade de realizar obras que tragam impacto real na segurança e qualidade da rodovia.
Para Renan Filho, o fato de haver duas propostas competitivas demonstra que o projeto foi bem estruturado e tem potencial de sucesso.
Estreantes assumem um desafio monumental
Este leilão também marcou a estreia da 4UM no setor de concessões rodoviárias. A gestora de recursos, que possui mais de R$ 7 bilhões sob sua gestão, com sede em Curitiba, entrou no setor de infraestrutura com um fundo de investimento especialmente criado para leilões de rodovias.
Entre os cotistas do 4UM FIP-IE I estão nomes influentes, como as famílias Malucelli, Salazar, Federmann e Backheuser, donas de importantes construtoras e empresas de engenharia.
Para o presidente da 4UM, Leonardo Boguszewski, a empresa está segura quanto à sua capacidade de entregar o que foi prometido. “Sabemos da complexidade do desafio, mas estamos confiantes em nossa capacidade de execução”, afirmou ele.
De acordo com o executivo, a empresa pretende financiar o projeto por meio de uma combinação de capital próprio (equity) e dívidas. Até agora, já foram captados R$ 800 milhões para a primeira fase do projeto, mas o fundo permanece aberto para novas captações.
Oportunidades e incertezas à frente
A outra empresa que participou do leilão, a Opportunity, que já possui 30 anos de atuação no mercado financeiro e cerca de R$ 60 bilhões em ativos sob gestão, não levou a concessão.
Mesmo com um desconto de apenas 0,10%, a gestora demonstrou interesse em explorar oportunidades no setor rodoviário, algo inédito em sua trajetória.
No entanto, apesar das expectativas, a 4UM terá pela frente desafios imensos. A BR-381, além de perigosa, exige obras complexas e de grande escala, o que incluirá duplicações de trechos, construção de viadutos e melhorias na sinalização e pavimentação.
Com o início das operações previsto para o final de 2024, a gestora precisará provar que conseguirá, de fato, transformar a estrada e salvar vidas, enquanto enfrenta as inevitáveis adversidades financeiras e operacionais.
Um futuro de esperança ou mais do mesmo?
Embora a concessão da BR-381 acenda uma luz no fim do túnel, resta saber se a 4UM será capaz de cumprir com suas promessas.
O investimento bilionário certamente trará melhorias, mas o histórico de acidentes e má gestão dessa rodovia assombra qualquer previsão otimista.
Afinal, será que esse contrato de 30 anos será o suficiente para transformar a “Rodovia da Morte” em uma estrada segura e moderna? Ou estaremos apenas adiando mais um fracasso? O futuro, como sempre, é incerto.
Você acredita que finalmente a BR-381 será recuperada e se tornará uma rodovia segura, ou acha que esse projeto enfrentará os mesmos obstáculos que as tentativas anteriores? Deixe sua opinião nos comentários!