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Rio Grande do Norte aposta em hidrogênio verde com alto potencial e marco regulatório

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 26/09/2025 às 07:35
Caminhão tanque de hidrogênio em estrada iluminada com cores vivas.
Caminhão tanque especializado no transporte de hidrogênio em estrada, representando inovação energética.
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Descubra como o Rio Grande do Norte aposta em hidrogênio verde para gerar energia limpa e atrair investimentos estratégicos no setor sustentável.

O Rio Grande do Norte aposta em hidrogênio verde como estratégia principal para consolidar seu papel no cenário nacional de energias renováveis. E, ao mesmo tempo, atrair investimentos de alto impacto.

Além disso, o Estado aproveita suas condições naturais e infraestrutura promissora, utilizando recursos como energia eólica e solar, essenciais para a produção do hidrogênio verde.

Por isso, o governo implementa iniciativas legais e regulamentares que reforçam o compromisso com sustentabilidade e competitividade do setor.

Historicamente, o Rio Grande do Norte sempre se destacou no uso de energias renováveis, especialmente a eólica.

De fato, o Estado mantém ventos constantes e radiação solar abundante, criando assim um ambiente favorável para a produção de hidrogênio verde.

Diferentemente de outros combustíveis fósseis, o hidrogênio verde não emite dióxido de carbono. E, consequentemente, contribui para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, além de mitigar as mudanças climáticas.

Nos últimos anos, o governo estadual trabalhou ativamente para criar condições de investimento e desenvolvimento tecnológico.

Em 31 de julho, a governadora Fátima Bezerra sancionou a Lei do Marco Legal do Hidrogênio Verde e da Indústria Verde. Estabelecendo regras claras para a produção e o investimento no setor.

Essa legislação pioneira aumenta a competitividade do Estado e oferece segurança jurídica aos investidores, incentivando assim o crescimento de uma indústria estratégica para a economia local.

Hidrogênio verde e inovação tecnológica

O hidrogênio verde amplia o portfólio energético e, além disso, abre espaço para inovação tecnológica.

Por exemplo, o Estado transforma o hidrogênio em amônia verde ou metanol de baixo carbono, produtos denominados Power-To-X, que servem como insumos para diversas indústrias.

Entre os produtos finais que utilizam o hidrogênio verde estão fertilizantes, aço e combustíveis de baixo impacto ambiental.

No setor siderúrgico, a utilização do hidrogênio reduz quase completamente as emissões de CO2, oferecendo, portanto, alternativa sustentável à produção tradicional de aço.

O Porto-Indústria Verde, localizado em Caiçara do Norte, destaca-se como iniciativa central do Estado.

Ele será o primeiro porto brasileiro concebido desde o início com infraestrutura dedicada à produção, armazenamento e exportação de hidrogênio verde e amônia.

Com mais de 13 mil hectares, o porto atenderá não apenas o setor de hidrogênio, mas também atividades de petróleo e gás, mineração, sal, granéis, eólica onshore e offshore, e transporte de contêineres.

Esse planejamento supera a lacuna histórica na logística brasileira, visto que os portos atuais não possuem estrutura segura para produtos energéticos inovadores.

A estrutura do porto garante eficiência e segurança.

O BNDES analisa atualmente as propostas de empresas interessadas em elaborar estudos técnicos e econômicos.

Ao mesmo tempo, o governo do Estado, em parceria com o Ministério dos Portos e Aeroportos, liberou recursos via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para elaborar estudos ambientais necessários à obtenção da licença prévia.

Assim, espera-se obter as licenças até o final de 2026, permitindo o lançamento do edital de concessão em 2027, com previsão de operação inicial entre o final de 2031 e o começo de 2032.

Regulamentação e licenciamento ambiental

O governo estadual também avança no licenciamento ambiental.

O Idema/RN (Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente) elaborou uma minuta de resolução para normatizar o licenciamento de projetos de hidrogênio verde.

O Conselho Estadual do Meio Ambiente (Conema) analisará o documento em breve.

Dessa forma, a regulamentação garante que o crescimento da indústria ocorra de forma sustentável e segura.

Ao mesmo tempo, o governo discute a construção de emissários para transporte do hidrogênio até os portos com órgãos federais, como o Ibama, devido à jurisdição marítima.

O Rio Grande do Norte aposta em hidrogênio verde também por meio de pesquisa e desenvolvimento.

O Senai-RN criou o primeiro Centro de Excelência em Formação Profissional para Hidrogênio Verde do Brasil, replicado em outros estados.

O laboratório, localizado em Natal, conta com sistemas experimentais de produção de hidrogênio alimentados por módulos de energia solar e microgeradores eólicos.

Além disso, alunos de cursos técnicos e de Engenharia Mecânica participam de programas de extensão sobre a tecnologia do hidrogênio, como “Sistemas de propulsão a Hidrogênio Verde” e “Hidrogênio Verde (H2V) – Termo Gestão e Controle de Eficiência”.

A colaboração acadêmica também fortalece o setor.

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), por meio do grupo de pesquisa Creation, contribuiu para o modelo conceitual do Porto-Indústria Verde e para a elaboração do Marco Legal do Hidrogênio Verde.

Desde 2017, a universidade estuda a economia renovável e identificou a demanda portuária, avaliando a melhor localização e o projeto conceitual do porto.

Localização estratégica e investimentos

O Estado também se beneficia de sua localização estratégica para exportação.

A proximidade com os mercados europeu e norte-americano torna o Rio Grande do Norte fornecedor competitivo de hidrogênio verde e produtos derivados.

Consequentemente, a abundância de energia eólica, combinada à regulamentação eficiente, permite ao Estado liderar a produção de hidrogênio com custo competitivo, atraindo indústrias de alto consumo energético e contribuindo para a transição energética global.

Os investimentos já em andamento incluem plantas de hidrogênio verde, como a da Cimento Mizu, em parceria com a chinesa State Grid, localizada em Baraúna, e a planta-piloto da Petrobras na Usina Termelétrica do Vale do Açu (TermoAçu), executada pela WEG em cooperação com o Senai ISI-ER.

O projeto da Petrobras tem orçamento de R$ 90 milhões e previsão de início das operações no primeiro trimestre de 2026.

Como resultado, esses projetos fortalecem a economia local e geram empregos especializados, tornando o setor uma realidade concreta.

A visão do Estado é clara: criar um ambiente favorável ao crescimento do hidrogênio verde e de produtos de baixo carbono, promovendo sustentabilidade, inovação tecnológica e competitividade econômica.

Ao integrar investimentos públicos e privados, regulamentação avançada, capacitação profissional e pesquisa científica, o Rio Grande do Norte aposta em hidrogênio verde como estratégia de longo prazo para se consolidar como polo nacional e internacional de energia renovável.

Além disso, o fortalecimento da cadeia produtiva do hidrogênio verde estimula setores complementares, como engenharia, transporte, manutenção industrial e tecnologia de sensores, promovendo diversificação econômica e oportunidades de emprego de alto valor agregado no Estado.

Em resumo, o Rio Grande do Norte combina recursos naturais, legislação avançada, pesquisa acadêmica e investimentos estratégicos para liderar a produção de hidrogênio verde no Brasil.

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O que é o HIDROGÊNIO VERDE e qual o papel do Brasil nessa revolução | InvestNews BR

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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