O novo parque eólico da renova energia na Bahia terá capacidade de abastecer quase 1 milhão de residências
A Renova Energia tenta se recuperar da crise em que está, entrando em operação na unidade eólica Alto Sertão III, na Bahia. Em recuperação judicial desde outubro de 2019, foi o único parque eólico que ficou com a companhia depois da venda de diversos ativos para quitar as dívidas no mercado.
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O parque eólico irá gerar R$ 250 milhões de caixa (Ebtida) por ano, por possuir capacidade para 432 megawatts (MW), quantia suficiente para abastecer quase 1 milhão de residências . “Esse será o pilar para liquidar as dívidas da empresa”, afirmou o presidente da empresa, Marcelo Milliet.
No total, investiu-se R$ 2,5 bilhões na unidade que terá 155 aerogeradores e 208 quilômetros de linhas de transmissão, distribuídos por seis municípios da Bahia (Caetité, Igaporã, Pindaí, Licínio de Almeida, Riacho de Santana e Guanambi).
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Os testes do parque eólico foram iniciados no dia 12 de dezembro e, para os próximos dias, espera-se liberá-lo para operar comercialmente.
O projeto ficou embargado por cinco anos devido a problemas financeiros da Renova energia e foi retomado somente em abril de 2021. A empresa foi uma das primeiras a investir em energia eólica no Brasil.
Fundada pelos empresários Ricardo Delneri e Renato Amaral em 200, momento da pior crise elétrica do Brasil, a empresa teve as ações lançadas na Bolsa e atraiu a atenção de gigantes do segmento, como Light e Cemig, que tornaram-se acionistas.
Após uma parceria frustrada com a americana SunEdison, que logo depois da negociação entrou em recuperação judicial nos Estados Unidos, a Renova Energia precisou realizar um rígido ajuste nas suas estruturas. Com as perdas ocasionadas pelo contrato, os sócios precisaram aportar recursos na companhia e projetos sofreram renegociação.
Negociações de recuperação
Entretanto, a situação dificultou e a maior companhia de energia eólica do Brasil precisou vender os principais parques a fim de sanar dívidas. Restaram somente algumas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Alto Sertão III, a qual é a maior aposta da Renova Energia atualmente para se reerguer. Porém, esse objetivo tem envolvido várias transações e mudanças.
Só foi possível retomar as obras do parque eólico após um empréstimo de R$ 360 milhões na modalidade DIP (devedor em posse) – uma forma de financiamento para empresas em recuperação judicial. Outra operação que contribuiu para o caixa foi a venda da Brasil PCH, por R$ 1,1 bilhão. Com o capital, foi realizada parte do pagamento do empréstimo DIP e de alguns outros credores, afirma Marcelo.
A Renova Energia também vendeu o Complexo Hidrelétrico Serra da Prata (Espra), por R$ 265 milhões. A negociação ainda depende de autorizações de órgãos regulatórios. As vendas contribuirão para a redução do endividamento de R$ 2 bilhões da companhia, que irão vencer em um período de dez anos.
Carteira de projetos
A Renova Energia possui uma carteira de projetos de 6 gigawatts (GW) de potência. Uma parcela será vendida para demais investidores do segmento. “Uma outra fatia vamos reservar para a empresa”, declarou o presidente da empresa, Marcelo Melliet. Ele também afirmou que há projetos híbridos, de energia eólica e solar, para serem desenvolvidos, incluindo o parque em Alto Sertão III. A Renova, no entanto, deve seguir um ritmo menos acelerado que no passado para construir novos empreendimentos. No lugar de megaprojetos, a companhia deve apostar em parques eólicos e híbridos que serão construídos em parcelas menores. “Temos capacidade de voltarmos a ser um grande player do mercado”.