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Refinaria Riograndense faz história como a primeira a produzir combustíveis com conteúdo celulósico no país, usando tecnologia desenvolvida pela Petrobras

Publicado em 13/03/2025 às 10:04
Petrobras e Refinaria Riograndense revolucionam a produção de combustíveis com conteúdo celulósico, impulsionando a inovação sustentável no Brasil.
Petrobras e Refinaria Riograndense revolucionam a produção de combustíveis com conteúdo celulósico, impulsionando a inovação sustentável no Brasil. Imagem: João Paulo Ceglinski
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Petrobras e Refinaria Riograndense revolucionam a produção de combustíveis com conteúdo celulósico, impulsionando a inovação sustentável no Brasil.

A Refinaria Riograndense (RPR), com participação da Petrobras, Ultra e Braskem, alcançou um marco inédito no Brasil ao concluir com sucesso o teste de coprocessamento de 5% de bio-óleo — uma matéria-prima de biomassa não alimentar — junto à carga mineral. Localizada em Rio Grande (RS), a refinaria se tornou a primeira do país com capacidade para produzir combustíveis com conteúdo celulósico, consolidando um passo importante rumo à transição energética.

Teste de coprocessamento na Refinaria Riograndense

O teste, realizado na unidade de craqueamento catalítico (FCC) da Refinaria Riograndense, foi conduzido com tecnologia desenvolvida pela Petrobras e teve duração de sete dias, sendo concluído em 17 de fevereiro.

Durante todo o processo, uma equipe técnica altamente especializada da Petrobras e da RPR monitorou as etapas de comissionamento, partida, operação e parada do sistema de fornecimento e injeção do bio-óleo na unidade.

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O bio-óleo, matéria-prima testada no processo, é um líquido viscoso de coloração escura, rico em compostos orgânicos. Assim como o petróleo, ele requer tratamento adicional para ser utilizado em motores e turbinas.

Ao ser coprocessado na unidade FCC da RPR, foi convertido em diversas frações, incluindo gás combustível, GLP e componentes para a formulação de gasolina e combustível marítimo com conteúdo renovável.

Inovação no setor de refino

O craqueamento catalítico é um dos processos fundamentais para a conversão de petróleo em produtos como GLP, gasolina e diesel. Para viabilizar a incorporação do bio-óleo ao processo, a unidade da Refinaria Riograndense passou por adaptações, permitindo a co-refinação simultânea com gasóleo derivado do petróleo.

O catalisador utilizado pertence à linha ReNewFCC, produzido pela Fábrica Carioca de Catalisadores (FCC S.A.), uma joint venture entre a Petrobras e a Ketjen.

Esse catalisador foi projetado para otimizar a conversão de matérias-primas renováveis e fósseis, garantindo eficiência e qualidade na produção de combustíveis com conteúdo celulósico.

A matéria-prima utilizada no teste foi fornecida pela empresa Vallourec Unidade Florestal e certificada pelo International Sustainability and Carbon Certification (ISCC).

O bio-óleo é obtido através da condensação de vapores gerados na produção de carvão vegetal de eucalipto, um processo que reduz significativamente a emissão de gases de efeito estufa.

Pioneirismo global na Refinaria Riograndense

A Refinaria Riograndense já havia alcançado um feito inédito em 2023, quando se tornou a primeira refinaria do mundo a processar 100% de óleo vegetal em sua unidade de FCC, gerando combustíveis e insumos químicos como propeno e bioaromáticos (BTX – benzeno, tolueno e xileno).

Esse avanço reforça o papel da Petrobras como líder na transição energética e na implementação de soluções tecnológicas para a sustentabilidade.

“O recente teste representa um avanço significativo para o biorrefino global, pois pode viabilizar a transformação de madeira e de outros resíduos agroflorestais em derivados típicos do refino de petróleo”, afirma Renata Baruzzi, diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras.

O diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, destaca a relevância dessa inovação:

“O aspecto inovador desse novo desenvolvimento do Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação (CENPES) da Petrobras marca a introdução do bio-óleo em um ativo existente de refino, reduzindo a necessidade de investimentos adicionais e abrindo uma nova perspectiva na transição energética e geração de valor para a indústria brasileira”.

Já Mauricio Tolmasquim, diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, ressalta o impacto da iniciativa em um contexto global: “Com a proximidade da COP 30, essa inovação reforça o protagonismo da Petrobras e do Brasil no cenário internacional, consolidando o papel da empresa na liderança da promoção de soluções tecnológicas para uma transição energética em nosso país”.

Investimentos e compromissos da Petrobras com o biorefino

As iniciativas fazem parte do Programa BioRefino da Petrobras, que prevê investimentos de US$ 1,5 bilhão até 2029. O teste de coprocessamento na Refinaria Riograndense foi realizado conforme as diretrizes da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), que regulamenta investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) para o setor.

O projeto visa transformar a Refinaria Riograndense na primeira refinaria do mundo a fabricar produtos 100% renováveis. “Em linha com nosso compromisso de liderar uma transição energética justa no Brasil, transformaremos a Refinaria Riograndense em uma biorefinaria que produzirá combustíveis exclusivamente a partir de óleos vegetais”, afirma Magda Chambriard, presidente da Petrobras.

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Andriely Medeiros de Araújo

Ensino superior em andamento. Escreve sobre Petróleo, Gás, Energia e temas relacionados para o CPG — Click Petróleo e Gás.

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