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Reatores Nucleares compactos prometem energia limpa e segura para cidades e data centers

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 21/07/2025 às 10:30
Energia Nuclear pode abastecer data centers de IA e reduzir emissões no Brasil
Energia Nuclear pode abastecer data centers de IA e reduzir emissões no Brasil
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Conheça a tecnologia da energia nuclear “verde” e reatores modulares pequenos, usinas compactas que prometem energia limpa, segura e confiável para abastecer cidades inteiras e data centers de IA.

Uma nova era para a energia nuclear está começando, e ela é impulsionada por uma tecnologia que mais parece ter saído da ficção científica: a energia nuclear “verde” e reatores modulares pequenos (SMRs, na sigla em inglês). Longe das usinas gigantescas do passado, esses novos reatores são compactos, fabricados em série como carros e montados no local, prometendo uma geração de energia mais barata, rápida e segura.

Essa inovação está ressurgindo como uma poderosa aliada na luta contra as mudanças climáticas e na busca por fontes de energia estáveis para suprir a demanda crescente de tecnologias como a inteligência artificial. Com potencial para abastecer até 1 milhão de pessoas com um único módulo, a energia nuclear “verde” e reatores modulares pequenos já é uma realidade em alguns países e desperta grande interesse no Brasil como uma solução para diversificar sua matriz energética.

O que são os reatores modulares pequenos (SMRs)?

Os SMRs são, em essência, usinas nucleares em miniatura. Com uma capacidade de até 300 megawatts elétricos (MWe) por unidade — cerca de um terço de um reator tradicional —, eles são projetados para serem construídos em fábricas e transportados para o local de instalação. Essa abordagem industrial oferece vantagens revolucionárias:

Construção rápida e barata: o tempo de construção cai de quase uma década para cerca de 3 a 4 anos, e o custo inicial é drasticamente reduzido, de mais de 10 bilhões de dólares para algo entre 1 e 5 bilhões.

Segurança aprimorada: seu design compacto e sistemas de segurança passivos (que não dependem de intervenção humana ou energia externa para funcionar) os tornam muito mais seguros que as usinas antigas.

Flexibilidade: podem ser instalados em locais remotos, substituindo usinas a carvão ou diesel, ou agrupados para formar uma grande central de energia.

A corrida global e o “boom” da IA

Reatores Nucleares compactos prometem energia limpa e segura para cidades e data centers
Bill Gates, está desenvolvendo o reator Natrium, com início de construção previsto para 2028

A demanda por energia limpa e constante está impulsionando uma corrida global pelo desenvolvimento de SMRs. A firma de capital de risco Andreessen Horowitz (a16z) previu um “boom” na energia nuclear para 2025, impulsionado pela necessidade de alimentar os data centers de inteligência artificial, que consomem uma quantidade colossal de eletricidade.

Gigantes da tecnologia e da indústria já estão investindo pesado:

NuScale Power (EUA): é uma das empresas mais avançadas, com um projeto já certificado nos Estados Unidos.

TerraPower (EUA): fundada por Bill Gates, está desenvolvendo o reator Natrium, com início de construção previsto para 2028.

Rosatom (Rússia): já opera o primeiro SMR flutuante do mundo, o Akademik Lomonosov, desde 2019.

Google: fechou um acordo com a Kairos Power para usar SMRs para alimentar seus data centers até 2030.

O Brasil de olho na tecnologia

Reatores Nucleares compactos prometem energia limpa e segura para cidades e data centers

Com uma matriz energética fortemente dependente de hidrelétricas, o Brasil vê nos SMRs uma oportunidade para garantir a segurança energética, especialmente durante períodos de seca. O interesse do país tem se intensificado:

Parceria com a Rússia: em maio de 2025, o governo brasileiro firmou uma parceria com a Rosatom para o desenvolvimento de SMRs e a mineração de urânio.

Projetos para a Amazônia: já estão em andamento planos para o uso de microrreatores em comunidades isoladas na Amazônia, que poderiam gerar energia por até 10 anos sem a necessidade de recarga, substituindo os caros e poluentes geradores a diesel.

Custo, resíduos e aceitação pública

Apesar do otimismo, a energia nuclear “verde” e reatores modulares pequenos ainda enfrenta desafios. O custo por megawatt-hora (MWh) dos primeiros projetos ainda é mais alto que o de fontes como a solar e a eólica. Além disso, estudos indicam que os SMRs podem gerar, proporcionalmente, um volume maior de lixo nuclear do que os reatores convencionais, uma questão que exige soluções de longo prazo.

Superar a desconfiança do público, ainda marcada por acidentes como Chernobyl e Fukushima, e criar um ambiente regulatório claro são os passos fundamentais para que essa tecnologia promissora possa, de fato, se consolidar como um pilar da energia limpa no futuro.

E você, o que acha? A energia nuclear “verde” e reatores modulares pequenos são a solução para a crise energética e climática, ou os riscos ainda superam os benefícios? Deixe sua opinião nos comentários!

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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