Conheรงa a tecnologia da energia nuclear “verde” e reatores modulares pequenos, usinas compactas que prometem energia limpa, segura e confiรกvel para abastecer cidades inteiras e data centers de IA.
Uma nova era para a energia nuclear estรก comeรงando, e ela รฉ impulsionada por uma tecnologia que mais parece ter saรญdo da ficรงรฃo cientรญfica: a energia nuclear “verde” e reatores modulares pequenos (SMRs, na sigla em inglรชs). Longe das usinas gigantescas do passado, esses novos reatores sรฃo compactos, fabricados em sรฉrie como carros e montados no local, prometendo uma geraรงรฃo de energia mais barata, rรกpida e segura.
Essa inovaรงรฃo estรก ressurgindo como uma poderosa aliada na luta contra as mudanรงas climรกticas e na busca por fontes de energia estรกveis para suprir a demanda crescente de tecnologias como a inteligรชncia artificial. Com potencial para abastecer atรฉ 1 milhรฃo de pessoas com um รบnico mรณdulo, a energia nuclear “verde” e reatores modulares pequenos jรก รฉ uma realidade em alguns paรญses e desperta grande interesse no Brasil como uma soluรงรฃo para diversificar sua matriz energรฉtica.
O que sรฃo os reatores modulares pequenos (SMRs)?
Os SMRs sรฃo, em essรชncia, usinas nucleares em miniatura. Com uma capacidade de atรฉ 300 megawatts elรฉtricos (MWe) por unidade โ cerca de um terรงo de um reator tradicional โ, eles sรฃo projetados para serem construรญdos em fรกbricas e transportados para o local de instalaรงรฃo. Essa abordagem industrial oferece vantagens revolucionรกrias:
-
Conferรชncia Regional de Desenvolvimento Sustentรกvel em Ponta Grossa une meio ambiente, energia limpa, mineraรงรฃo responsรกvel, indรบstria petrolรญfera e agronegรณcio sustentรกvel no Paranรก
-
Anรกlise de desempenho da geraรงรฃo distribuรญda (GD) no 1ยบ semestre revela pontos crรญticos
-
Seguranรงa hรญdrica e monitoramento de รกguas subterrรขneas ganham destaque em Fortaleza com workshop sobre recursos hรญdricos, gestรฃo ambiental, inteligรชncia artificial e tecnologia sustentรกvel
-
Usina Termelรฉtrica Novo Tempo Barcarena fortalece energia no Parรก com gรกs natural, leilรฃo de energia, subestaรงรฃo elรฉtrica e novo PAC nacional sustentรกvel
Construรงรฃo rรกpida e barata: o tempo de construรงรฃo cai de quase uma dรฉcada para cerca de 3 a 4 anos, e o custo inicial รฉ drasticamente reduzido, de mais de 10 bilhรตes de dรณlares para algo entre 1 e 5 bilhรตes.
Seguranรงa aprimorada: seu design compacto e sistemas de seguranรงa passivos (que nรฃo dependem de intervenรงรฃo humana ou energia externa para funcionar) os tornam muito mais seguros que as usinas antigas.
Flexibilidade: podem ser instalados em locais remotos, substituindo usinas a carvรฃo ou diesel, ou agrupados para formar uma grande central de energia.
A corrida global e o “boom” da IA
A demanda por energia limpa e constante estรก impulsionando uma corrida global pelo desenvolvimento de SMRs. A firma de capital de risco Andreessen Horowitz (a16z) previu um “boom” na energia nuclear para 2025, impulsionado pela necessidade de alimentar os data centers de inteligรชncia artificial, que consomem uma quantidade colossal de eletricidade.
Gigantes da tecnologia e da indรบstria jรก estรฃo investindo pesado:
NuScale Power (EUA): รฉ uma das empresas mais avanรงadas, com um projeto jรก certificado nos Estados Unidos.
TerraPower (EUA): fundada por Bill Gates, estรก desenvolvendo o reator Natrium, com inรญcio de construรงรฃo previsto para 2028.
Rosatom (Rรบssia): jรก opera o primeiro SMR flutuante do mundo, o Akademik Lomonosov, desde 2019.
Google: fechou um acordo com a Kairos Power para usar SMRs para alimentar seus data centers atรฉ 2030.
O Brasil de olho na tecnologia
Com uma matriz energรฉtica fortemente dependente de hidrelรฉtricas, o Brasil vรช nos SMRs uma oportunidade para garantir a seguranรงa energรฉtica, especialmente durante perรญodos de seca. O interesse do paรญs tem se intensificado:
Parceria com a Rรบssia: em maio de 2025, o governo brasileiro firmou uma parceria com a Rosatom para o desenvolvimento de SMRs e a mineraรงรฃo de urรขnio.
Projetos para a Amazรดnia: jรก estรฃo em andamento planos para o uso de microrreatores em comunidades isoladas na Amazรดnia, que poderiam gerar energia por atรฉ 10 anos sem a necessidade de recarga, substituindo os caros e poluentes geradores a diesel.
Custo, resรญduos e aceitaรงรฃo pรบblica
Apesar do otimismo, a energia nuclear “verde” e reatores modulares pequenos ainda enfrenta desafios. O custo por megawatt-hora (MWh) dos primeiros projetos ainda รฉ mais alto que o de fontes como a solar e a eรณlica. Alรฉm disso, estudos indicam que os SMRs podem gerar, proporcionalmente, um volume maior de lixo nuclear do que os reatores convencionais, uma questรฃo que exige soluรงรตes de longo prazo.
Superar a desconfianรงa do pรบblico, ainda marcada por acidentes como Chernobyl e Fukushima, e criar um ambiente regulatรณrio claro sรฃo os passos fundamentais para que essa tecnologia promissora possa, de fato, se consolidar como um pilar da energia limpa no futuro.
E vocรช, o que acha? A energia nuclear “verde” e reatores modulares pequenos sรฃo a soluรงรฃo para a crise energรฉtica e climรกtica, ou os riscos ainda superam os benefรญcios? Deixe sua opiniรฃo nos comentรกrios!