Quer uma moto elétrica? Empresa está distribuindo 140 mil unidades de graça em país do continente africano

Uma startup da África está oferecendo uma moto elétrica de graça para cada moto-taxista de Uganda. No total, 140 mil motos elétricas serão fornecidas com foco em mobilidade sustentável no país.

No começo de 2023, Uganda anunciou que buscaria substituir todas as suas motocicletas com motores a combustão por motos elétricas, oferecendo modelos gratuitamente aos pilotos. Agora, saberemos como o país planeja cumprir o plano, e isso está ligado a uma startup pouco conhecida de troca de baterias e mobilidade sustentável chamada de Spiro.

Motoristas de moto-táxi receberão uma moto elétrica de graça

Anteriormente chamada de MAUTO, a Spiro já colocou 4,5 mil veículos sustentáveis nas ruas de Ruanda, Togo e Benin. Agora, a startup planeja ampliar significativamente as operações, doando 140 mil motos elétricas em Uganda nos próximos 5 anos. Se tratando de tecnologia, a Acer também está investindo em tecnologia devido a um vazamento de dados dos seus clientes.

Os veículos elétricos serão entregues gratuitamente com a Spiro esperando obter receita com o lado de carregamento e troca de bateria de suas operações. Os novos veículos tem como foco os operadores de moto-táxi do país.

As motocicletas e especialmente as motocicletas de táxi, que recebem o nome de bodas-bodas em Uganda, se tornaram uma forma popular de transporte por conta de sua acessibilidade, adaptabilidade e conveniência.

Diante das estradas bastante congestionadas e dos sistemas pouco confiáveis de transporte público, os modelos de duas rodas fornecem uma alternativa mais flexível e rápida para navegar em áreas rurais e urbanas. Além disso, o menor custo de manutenção e de compra, se comparado com os carros, tornou este veículo uma opção mais acessível para diversos ugandenses.

A popularidade das motos também fomentou uma indústria próspera de boda-boda, gerando diversas vagas de emprego para mecânicos, pilotos e empresas relacionadas, contribuindo de forma significativa para a economia e a estrutura social local de Uganda. Entretanto, com quase todas essas motos utilizando motores a combustão, a grande demanda também contribuiu para as emissões de poluentes do país e para a redução da qualidade do ar.

Motos elétricas da Spiro possuem baterias removíveis

Após contar com US$ 50 milhões em financiamento do Fundo Africano para Transformação e Industrialização (ATIF), a Spiro planeja fornecer não apenas moto elétrica de graça fabricada localmente, mas também 3 mil estações de troca de bateria, contribuindo significativamente para a mobilidade sustentável. Em vez de esperar horas para que a bateria do veículo carregue completamente, os modelos da Spiro contam com baterias removíveis.

Os componentes não são tão avançados quanto os da Gogoro ou de outras empresas líderes neste setor, que podem ser trocadas em questões de segundos, visto que dependem de trocas manuais que levam em torno de três minutos. Isso ainda permite que os operadores de moto-táxi voltem às estradas rapidamente, algo que é essencial visto que atuam em longos turnos em todo o país. A empresa atualmente opera 250 estações de troca de bateria, que são responsáveis por mais de 130 mil trocas nos países em que a empresa já entrou.

As 4,5 mil motos sustentáveis que utilizam essas estações de troca já percorreram mais de 22 milhões de km até então. Com o foco também na mobilidade sustentável, a startup planeja montar uma fábrica de montagem de veículos elétricos que poderá gerar 9 mil empregos na indústria.

Ficha técnica da moto elétrica

Os modelos da startup contam com motores de 6,5 kW conseguindo atingir velocidades de 80 km/h. A autonomia de 90 km por carga é complementada pelas baterias removíveis para manter os veículos na estrada ao longo do dia.

Segundo o CEO da Spiro e parceiro do Fundo Africano para Transformação e Industrialização (ATIF), Shogun Adjadi Bakari, a capacidade da empresa de implantar mais de 4,5 mil motos elétricas em menos de um ano de atividade mostra que as motos elétricas são o futuro da mobilidade sustentável na África.