A China inaugura seu primeiro reator nuclear de 3ª geração, uma inovação tecnológica com capacidade de abastecer milhões de lares com energia limpa e eficiente.
Outro marco tecnológico foi alcançado pela China. O reator nuclear Hualong One, localizado na usina nuclear de Zhangzhou, província de Fujian, foi conectado à rede elétrica e operou com sucesso por 168 horas.
Esse feito chinês consolida a posição do país como líder na implementação de reatores nucleares de terceira geração, uma tecnologia mais segura, eficiente e confiável do que as versões anteriores.
O Hualong One representa a evolução do setor nuclear. Enquanto a maioria das usinas em operação globalmente utilizam reatores de segunda geração, a transição para a terceira geração é um passo estratégico para aprimorar a segurança e eficiência energética.
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A China, com mais de 30 reatores Hualong em operação ou construção, está na vanguarda desse movimento.
Conforme a China National Nuclear Corporation (CNNC), o número de unidades Hualong One em operação e construção atingiu 33, tornando-se a tecnologia nuclear de terceira geração mais implementada no mundo.
Energia limpa como meta estratégica
Desde 2020, a China tem perseguido um objetivo ambicioso: atingir a neutralidade de carbono até 2060. Nesse contexto, os reatores Hualong desempenham papel crucial ao reduzir a dependência de combustíveis fósseis, como o carvão.
Um único reator Hualong One pode reduzir 8,16 milhões de toneladas de emissões de CO₂ e economizar 3,12 milhões de toneladas de carvão anualmente..
O complexo de Zhangzhou é muito importante para a China. Com um total de seis reatores planejados, será a maior base de energia nuclear Hualong One deo mundo.
Uma vez em plena operação, terá capacidade para atender a demanda de eletricidade de aproximadamente 6 milhões de pessoas.
O primeiro reator já está operacional, e o segundo deve começar a funcionar em 2025. O projeto recebeu um orçamento de US$ 14 bilhões, sendo considerado um dos mais ambiciosos do setor nuclear global.
A propriedade do projeto é dividida entre a CNNC, que detém 51% de participação, e a China Guodian Corporation, com 49%.
Comparação com os Estados Unidos
Embora a China tenha avançado significativamente, os Estados Unidos ainda são os líderes na produção de energia nuclear. Em 2023, os EUA geraram mais de 779.000 gigawatts-hora (GWh) de eletricidade nuclear, quase o dobro da produção chinesa no mesmo período, que foi de 406.484 GWh.
Em termos de infraestrutura, os EUA possuem 94 reatores operacionais, enquanto a China conta com 56.
No entanto, a maioria dos reatores americanos foi construída entre 1970 e 1990, o que significa que muitos ainda utilizam tecnologias de segunda geração.
Em contraste, o Japão foi o primeiro a inaugurar um reator de terceira geração em 1996, marcando o início dessa evolução tecnológica.
No caso da China, a CNNC afirma que 33 dos reatores em operação ou construção utilizam tecnologia Hualong One.
Alguns desses reatores estão localizados fora do país, como no Paquistão. Isso reflete a estratégia chinesa de não apenas expandir sua capacidade interna, mas também exportar tecnologia avançada.
Reator nuclear chinês — Impacto global e perspectivas futuras
O avanço da China no setor nuclear não apenas fortalece sua posição como potência tecnológica, mas também sinaliza mudanças no cenário global de energia.
A transição para tecnologias mais seguras e limpas é uma prioridade para muitos países, e o exemplo chinês pode servir de modelo.
A expansão de reatores Hualong One representa um passo concreto em direção à sustentabilidade. Além de atender à crescente demanda por energia, a redução de emissões de carbono reforça o compromisso com um futuro mais sustentável.
Enquanto os Estados Unidos ainda lideram em capacidade total de energia nuclear, a China está apostando no futuro com tecnologias de ponta.
O ritmo acelerado de implantação de reatores de terceira geração pode, eventualmente, colocar o país na liderança global, tanto em inovação quanto em capacidade instalada.
A conectividade do primeiro reator Hualong One em Zhangzhou marca apenas o começo de um projeto mais amplo e ambicioso.
Com avanços contínuos, a China demonstra que está pronta para moldar o futuro da energia nuclear.