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Primeiro reator nuclear de 3ª geração da China tem capacidade impressionante e pode abastecer milhões de residências

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 02/01/2025 às 09:34
reator nuclear
Foto: Reprodução

A China inaugura seu primeiro reator nuclear de 3ª geração, uma inovação tecnológica com capacidade de abastecer milhões de lares com energia limpa e eficiente.

Outro marco tecnológico foi alcançado pela China. O reator nuclear Hualong One, localizado na usina nuclear de Zhangzhou, província de Fujian, foi conectado à rede elétrica e operou com sucesso por 168 horas.

Esse feito chinês consolida a posição do país como líder na implementação de reatores nucleares de terceira geração, uma tecnologia mais segura, eficiente e confiável do que as versões anteriores.

O Hualong One representa a evolução do setor nuclear. Enquanto a maioria das usinas em operação globalmente utilizam reatores de segunda geração, a transição para a terceira geração é um passo estratégico para aprimorar a segurança e eficiência energética.

A China, com mais de 30 reatores Hualong em operação ou construção, está na vanguarda desse movimento.

Conforme a China National Nuclear Corporation (CNNC), o número de unidades Hualong One em operação e construção atingiu 33, tornando-se a tecnologia nuclear de terceira geração mais implementada no mundo.

Energia limpa como meta estratégica

Desde 2020, a China tem perseguido um objetivo ambicioso: atingir a neutralidade de carbono até 2060. Nesse contexto, os reatores Hualong desempenham papel crucial ao reduzir a dependência de combustíveis fósseis, como o carvão.

Um único reator Hualong One pode reduzir 8,16 milhões de toneladas de emissões de CO₂ e economizar 3,12 milhões de toneladas de carvão anualmente..

O complexo de Zhangzhou é muito importante para a China. Com um total de seis reatores planejados, será a maior base de energia nuclear Hualong One deo mundo.

Uma vez em plena operação, terá capacidade para atender a demanda de eletricidade de aproximadamente 6 milhões de pessoas.

O primeiro reator já está operacional, e o segundo deve começar a funcionar em 2025. O projeto recebeu um orçamento de US$ 14 bilhões, sendo considerado um dos mais ambiciosos do setor nuclear global.

A propriedade do projeto é dividida entre a CNNC, que detém 51% de participação, e a China Guodian Corporation, com 49%.

Comparação com os Estados Unidos

Embora a China tenha avançado significativamente, os Estados Unidos ainda são os líderes na produção de energia nuclear. Em 2023, os EUA geraram mais de 779.000 gigawatts-hora (GWh) de eletricidade nuclear, quase o dobro da produção chinesa no mesmo período, que foi de 406.484 GWh.

Em termos de infraestrutura, os EUA possuem 94 reatores operacionais, enquanto a China conta com 56.

No entanto, a maioria dos reatores americanos foi construída entre 1970 e 1990, o que significa que muitos ainda utilizam tecnologias de segunda geração.

Em contraste, o Japão foi o primeiro a inaugurar um reator de terceira geração em 1996, marcando o início dessa evolução tecnológica.

No caso da China, a CNNC afirma que 33 dos reatores em operação ou construção utilizam tecnologia Hualong One.

Alguns desses reatores estão localizados fora do país, como no Paquistão. Isso reflete a estratégia chinesa de não apenas expandir sua capacidade interna, mas também exportar tecnologia avançada.

Reator nuclear chinês — Impacto global e perspectivas futuras

O avanço da China no setor nuclear não apenas fortalece sua posição como potência tecnológica, mas também sinaliza mudanças no cenário global de energia.

A transição para tecnologias mais seguras e limpas é uma prioridade para muitos países, e o exemplo chinês pode servir de modelo.

A expansão de reatores Hualong One representa um passo concreto em direção à sustentabilidade. Além de atender à crescente demanda por energia, a redução de emissões de carbono reforça o compromisso com um futuro mais sustentável.

Enquanto os Estados Unidos ainda lideram em capacidade total de energia nuclear, a China está apostando no futuro com tecnologias de ponta.

O ritmo acelerado de implantação de reatores de terceira geração pode, eventualmente, colocar o país na liderança global, tanto em inovação quanto em capacidade instalada.

A conectividade do primeiro reator Hualong One em Zhangzhou marca apenas o começo de um projeto mais amplo e ambicioso.

Com avanços contínuos, a China demonstra que está pronta para moldar o futuro da energia nuclear.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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