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Primeira usina termelétrica flutuante chega ao Brasil e já está pronta para entrar em operação

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 19/05/2022 às 11:10
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Apesar da polêmica envolvendo a operação da usina termelétrica flutuante na Baía de Sepetiba, a companhia turca avalia oportunidades nos mercados termelétrico e solar – Créditos: Karpowership

Chega ao Brasil a primeira usina termelétrica flutuante e durante as próximas semanas, mais quatro unidades chegarão ao país e juntas poderão gerar 560 MW em energia elétrica.

A primeira termelétrica flutuante prevista para operar no Brasil chegou nesta terça-feira (17) ao país. A usina termelétrica, que também é um navio, atualmente está fundeada no Porto de Angra dos Reis, na Costa Verde, mas oficialmente está em águas alfandegadas, esperando licença ambiental para entrar no país de fato. Nas próximas semanas, a estimativa é que outras usinas semelhantes cheguem no Brasil. Ao total, as quatro unidades serão capazes de gerar 560 megawatts, o que é suficiente para abastecer cerca de 2 milhões de pessoas.

Usinas termelétricas flutuantes ficarão na Baía Sepetiba

https://www.youtube.com/watch?v=rWctmcljtHg
Crea-RJ foi convidado pela empresa Karpowership para conhecer a primeira planta de termelétrica montada em uma embarcação no Brasil.

A Karpowership, empresa turca responsável pelas usinas, foi uma das vencedoras do leilão emergencial feito no fim do último ano, justamente, no período de escassez hídrica, que trouxe de volta um dos piores racionamentos da história.

De acordo com Gilberto Bueno, diretor de projetos da empresa, o contrato da usina termelétrica flutuante tem prazo definido em três anos e meio para que a reserva de energia durante esse período seja garantida. O executivo afirma que aconteceram alguns imprevistos na linha de transmissão de alguma planta, a usina termelétrica flutuante pode ser convocada para operar de forma instantânea e em questão de minutos a energia estará toda na rede oferecendo a segurança energética do Brasil.

De acordo com o projeto, as usinas termelétricas ficarão fundeadas na Baía Sepetiba, a 3 km da costa, ao lado da unidade que abastece as outras embarcações com gás. Todas as unidades serão conectadas à linha de transmissão que tem cerca de 15 km: Três na água e os doze restantes em terra, que cortam o distrito industrial de Santa Cruz, situado na Zona Oeste da Capital Fluminense até chegarem à subestação de Furnas, onde a eletricidade entra no Sistema Interligado Nacional (SIN).

MPF questiona licenciamento ambiental das usinas flutuante

Apesar de tudo, o projeto virou alvo de uma ação do Ministério Público Federal, que está questionando o licenciamento ambiental feito pelo Inea, que é o órgão estadual competente. De acordo com o MPF, há vícios no processo, apesar da usina termelétrica flutuante ser a primeira do país.

Como não há montagem, nem construção, tendo em vista que a termelétrica já vem pronta, não houve nenhum licenciamento prévio das usinas flutuantes. Entretanto, a empresa afirma que há diversos estudos sendo feitos para avaliar as mudanças no meio ambiente quando as usinas entrarem em operação.

Vale ressaltar que a linha de transmissão, que possui 36 torres, estima o corte da vegetação de pelo menos um hectare, o que equivale a um campo de futebol. A empresa turca se comprometeu em realizar as compensações ao meio ambiente. De acordo com o Inea, o pedido de licenciamento para o começo da operação das usinas flutuantes ainda está em análise.

Projetos offshore estão ganhando destaque no Brasil

A Samsung Heavy Industries também está desenvolvendo a primeira usina nuclear flutuante da costa da Coreia e terá a contribuição da dinamarquesa Seaborg para o desenvolvimento do projeto.

Até agora, a Samsung assinou um memorando de entendimento com a Seaborg, empresa especializada no desenvolvimento de reatores compactos de sal fundido (CSMRs). Os reatores compactos podem gerar energia com muita eficiência, sem a emissão de gases poluentes, como o CO2.

Esses reatores são bem menores em comparação às usinas nucleares comuns e podem ser utilizados em qualquer tipo de projeto que demande uma quantidade de energia relativamente pequena em comparação com a escala de usinas nucleares convencionais.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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