Na sexta-feira, 1 de julho, o Ministério da Agricultura da Índia anunciou que o país teve uma produtividade de 27% a menos do que no ano de 2021 devido à falta de chuva e escassez de junho. Apesar disso, a produtividade da cana de açúcar se manteve estável e nos mesmos volumes esperados.
Após um período de chuvas abaixo do normal para a Índia, os preços das commodities voltaram a subir para o arroz com casca, cotado com alta de 27% no acumulado das últimas 52 semanas. Tendo isso em vista, os valores mais altos cobrados ao consumidor tendem a impactar a economia brasileira, ocasionando em inflação e preferência dos agricultores em vender o grão para o exterior, a fim de receber em dólar.
Até o momento, os agricultores indianos plantaram apenas 4,3 milhões de hectares, não sendo o suficiente para suprir as demandas do grão em escala internacional. As chuvas deste mês seriam cruciais para o plantio do arroz e produtividade do setor. Para que consigam recuperar o prejuízo deixado pela escassez, a quantidade de chuva necessária em julho será maior.
“Índia precisa de três bons períodos de chuvas”, afirma analista
Um dos negociantes que vivem no país, considerado como um dos maiores exportadores de arroz do mundo, afirmou que regiões como Bengala Ocidental, Odisha e Chhattisgarh, onde há a centralização dos cultivos, precisarão de “três bons períodos de chuvas para que o PIB, Produto Interno Bruto não seja prejudicado”.
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O Estado da Índia prevê que, se houver baixa produtividade neste ano, como forma de fortalecer os preços internos e garantir que a população não sofrerá com aumentos financeiros na alimentação, criarão sanções e bloqueios para as exportações. Essa também deveria ser a atitude tomada pelo governo brasileiro durante a pandemia, no entanto, com as restrições de exportações, os agricultores e grandes exportadores enviaram produtos para fora, fazendo com que a população nacional tivesse que pagar mais caro devido à falta de estoques.
O Ministério da Fazenda anunciou, entretanto, que a área total plantada de algodão no país chegou a 6,4 milhões de hectares, maior do que o tido pelo mesmo período em 2021, quando chegaram a 6,2 bilhões. O plantio de cana de açúcar, enquanto isso, não cresceu: se manteve estável e estagnado por ser mais resistente à falta de água e variações de temperatura.
Arroz tem alta mundial de 27% e brasileiro paga caro com dólar a R$ 5,33: em dois anos, alta do grão fez preços dispararem mais 100%, 3 vezes acima da escala internacional
Mesmo com a taxa Selic se mantendo em 13,7%, o dólar é cotado a R$ 5,33 e pode flertar com R$ 6 até o final do ano. Tendo isso em vista, o brasileiro tem que pagar valores ainda mais caros sobre o arroz, que tem sua alta mundial em 27%. Os preços médios cobrados para 5kg deste alimento em 2020 eram de R$ 9, agora está em R$ 20, alta esta que é superior a 100%, três vezes a alta internacional.
Não é somente o preço das commodities que impactam o mercado, como também a inflação do país. Os estoques também influenciam, visto que, se há falta de produtos e muita demanda, os preços inflam. Devido a um cenário de baixa produtividade, os países tendem a barrar as suas exportações a fim de garantir estoques internos e preços estáveis, como foi sugerido pelo governo da Índia nesta sexta-feira, 01 de julho, o que diminui a quantidade de estoque e aumenta a demanda.