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Prejuízo das lojas Americanas ainda é incalculável e trabalhador brasileiro pode ter que pagar a conta

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 30/01/2023 às 18:13
Atualizado em 02/02/2023 às 09:04
Prejuízo das lojas Americanas ainda é incalculável e trabalhador brasileiro pode ter que pagar a conta
Foto: Neofeed/Reprodução

A Lojas Americanas conta com prejuízo enorme, e o consumidor brasileiro pode ser o último a escapar do rombo. A empresa entrou com pedido de recuperação judicial. Entenda mais sobre o caso.

Após um rombo de R$ 20 bilhões em seu balanço do último ano e de anos anteriores, a Lojas Americanas anunciou recentemente que entrou em recuperação judicial. Com uma dívida de aproximadamente R$ 43 bilhões, há uma lista com cerca de 16,3 mil credores. Aqueles que terão prioridade para receber a quantia serão bancos, consumidores ou trabalhadores. Esta fila possui uma ordem e há um caminho a ser percorrido até chegar no momento certo do pagamento. 

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Ao entrar em recuperação judicial, a empresa blinda seu caixa de cobranças realizadas por credores por 6 meses, um prazo que pode ser prorrogado. É justamente neste período que deve começar a negociar com todos aqueles a quem está devendo pagamentos para montar o plano de recuperação, que deve ser aprovado em assembleia de credores, estes que estão separados por categorias e possuem uma ordem de prioridade de pagamento de dívidas.

No topo da lista estão aqueles que trabalham na empresa. Desta forma, estes serão os primeiros a receber. Logo depois, estão os credores que possuem dívidas com garantia junto à companhia. Em seguida, sai o pagamento dos créditos fiscais e, por fim, vem aqueles que não contam com qualquer preferência sobre os outros grupos de credores.

Desta forma, os consumidores estão no fim da fila, ainda que possuam seus direitos de ressarcimento preservados. Também estão entre os últimos os fornecedores varejistas, a depender de quanto tempo levará até a aprovação do plano de recuperação, que na avaliação de especialistas pode ser de dois anos.

Rombo bilionário

No último dia 11 de janeiro, o anúncio de uma inconsistência contábil de 20 bilhões envolvendo operações de risco sacado da Lojas Americanas desencadeou uma crise de grande proporções na varejista, gerando batalhas no campo jurídico e recuperação judicial com bancos credores.

Em linhas gerais, este é um processo de antecipação de recebíveis pela modalidade de cessão de crédito. Por meio de uma triangulação de operações, a empresa inclui um banco na operação, de forma que a instituição financeira antecipe esse pagamento ao fornecedor desta companhia com um deságio. É uma operação bastante comum para o funcionamento do setor varejista.

Desta forma, quando uma empresa possui uma demanda financeira, ou uma dívida a ser paga, pode fazer um acordo com o banco, obtendo o dinheiro para pagar seu fornecedor através de uma instituição financeira. A partir daí, a empresa deve pagar a quantia emprestada posteriormente, com juros que variam conforme o prazo de término do investimento.

Por que o prejuízo não foi notado antes?

As empresas contabilizam a dívida de formas diferentes. Algumas contabilizam suas operações ao lado de fornecedores, mas nas notas explicadas fazem a separação e mencionam o que é o risco sacado. Outras mudam de linha do balanço e há também aquelas que lançam como dívida bancária.

Segundo especialistas, em um cenário mais recente, de juros mais baixos, foi possível ocultar o prejuízo da Americanas, fazendo com que a diferença entre fluxo e lucro de caixa não fosse tão marcante.

No momento em que foi possível notar um aumento significativo nas taxas de juros, somado a um período mais complicado para o setor, com desaceleração no comércio eletrônico, foi possível ver a inconsistência, que pode ter ficado mais evidente para aqueles que possuíam valores mais diretos e quantias maiores, somado ainda à mudança de gestão.

Fonte: UOL Notícias

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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