Discurso xenófobo viraliza em Portugal: brasileiro vale €500 em vídeo que revoltou meio milhão de imigrantes
Um vídeo publicado nas redes sociais gerou indignação entre a comunidade brasileira em Portugal, estimada em cerca de 550 mil pessoas. Nas imagens, um homem português promete pagar € 500 (aproximadamente R$ 3,1 mil) a quem lhe trouxesse a “cabeça de um brasileiro”, em um discurso violento e xenófobo que repercutiu rapidamente.
A fala, carregada de ódio, foi interpretada por lideranças sociais como uma incitação à violência contra imigrantes, em especial contra brasileiros, que representam a maior comunidade estrangeira no país europeu. Diante da pressão popular, a padaria onde o autor do vídeo trabalhava anunciou a sua demissão, destacando que não compactua com práticas racistas nem discriminatórias.
Repercussão e denúncias formais
O caso provocou reação imediata de organizações voltadas à defesa dos imigrantes. Sônia Gomes, fundadora da Associação de Apoio a Emigrantes, Imigrantes e Famílias (AAEIF), confirmou que irá formalizar uma queixa criminal contra o homem.
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português oferece 500 euros pela cabeça de brasileiros que vivem em Portugal.
— Stefani Costa (@sttefanicosta) August 30, 2025
isso reflete as políticas xenofóbicas e racistas que hoje saem do Parlamento e ganham força nas ruas pic.twitter.com/XNYgAdzP12
“Mexer com brasileiro? Ele está ficando doido? Aqui, não. É tolerância zero”, afirmou.
Na mesma linha, Juliet Cristino, do Comitê dos Imigrantes de Portugal (CIP), cobrou ação rápida das autoridades:
“Quem não se revolta com isso? A polícia precisa agir porque é crime e discriminação. Esse tipo de discurso só aumenta a violência e depois ainda tentam culpar os imigrantes.”
Reação da Casa do Brasil de Lisboa
A presidente da Casa do Brasil de Lisboa, Ana Paula Costa, classificou o episódio como “a expressão mais perversa, violenta e criminosa do discurso anti-imigração, do racismo e da xenofobia”. A entidade reforçou que o caso precisa de uma investigação profunda para que não fique impune.
Demissão e pressão da opinião pública
A repercussão foi tão intensa que a empresa empregadora do acusado decidiu demiti-lo imediatamente. Em comunicado, a padaria informou:
“Queremos deixar claro que a pessoa envolvida nos vídeos já não faz parte da nossa equipe. Não aceitamos nem compactuamos com qualquer forma de racismo.”
A decisão foi elogiada por entidades de defesa dos direitos humanos, que consideraram a medida um passo necessário diante da gravidade da situação. Ainda assim, brasileiros residentes em Portugal cobram uma atuação firme do Ministério Público, com abertura de inquérito para apurar o crime de incitação à violência e à discriminação.


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