A construção de túneis no deserto egípcio promete transformar o país, lidando com a escassez de água e energia.
O Egito, famoso por seu antigo império e a relação íntima com o Rio Nilo, está prestes a enfrentar uma transformação gigantesca. Devido ao rápido crescimento populacional e à demanda crescente por alimentos e energia, o Nilo já não consegue suprir as necessidades do país. A solução? Uma ambiciosa construção de túneis no deserto para criar um dos maiores lagos artificiais do mundo.
Localizada no noroeste do Egito, a depressão de Catará é uma vasta área inabitada, 430 km distante do Nilo e 55 km ao sul do Mediterrâneo. Com 19.000 km² e pontos que chegam a 133 metros abaixo do nível do mar, essa região está prestes a ser transformada. O plano envolve encher essa área de água, transportando-a através de túneis e canais, garantindo um fluxo constante com estações de bombeamento para combater a evaporação.
Egito investe na construção de túneis no deserto para revolucionar a economia
Este projeto não é novo. Cientistas de vários países vêm estudando a ideia há mais de um século. Inspirados por obras como “A Invasão do Mar” de Júlio Verne, a ideia é transformar essa região desértica em um lago artificial que não só forneceria água, mas também energia e alimentos.
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Desde a Primeira Guerra Mundial, cientistas britânicos mapearam a região e cogitaram inundá-la. Nos anos 70, estudos mais detalhados sugeriram a construção de túneis e canais para conectar a depressão ao Mediterrâneo. Apesar das dificuldades técnicas e do alto custo, a ideia nunca foi completamente esquecida.
Hoje, com a agricultura egípcia em crise e o país importando mais de 50 bilhões de dólares em alimentos por ano, o projeto de inundação da depressão de Catará voltou ao debate. A construção de túneis no deserto é vista como uma solução potencial para os problemas econômicos e ambientais do Egito.
Detalhes do projeto
A primeira fase do projeto envolve a construção de túneis e canais para transportar água do Mediterrâneo até a depressão de Catará, um percurso que pode variar entre 55 e 100 km, dependendo da rota escolhida. A água passaria por turbinas hidrelétricas instaladas nos túneis, gerando energia no processo.
Na primeira etapa, seria construída a Estação Catará 1, capaz de gerar 670 MW. Na segunda etapa, a capacidade seria ampliada para mais de 1200 MW, e com a instalação de uma central hidroelétrica reversível, a produção total poderia chegar a 6870 MW, suficiente para abastecer 40 milhões de residências.
Desafios e soluções
Embora a ideia de usar explosivos para abrir caminho nas montanhas tenha sido abandonada, hoje existem máquinas capazes de perfurar as rochas mais duras, tornando viável a passagem da água. A água vinda do Mediterrâneo seria altamente salgada, mas o governo estuda a construção de estações de dessalinização para torná-la própria para a agricultura.
Outra opção seria usar água do Nilo, o que tornaria a construção mais cara e complexa, mas evitaria problemas com salinidade. No entanto, essa opção traz riscos de diminuir ainda mais a vazão do Nilo, um erro que poderia ser catastrófico para o país.
A construção de túneis no deserto egípcio para criar um lago artificial na depressão de Catará é uma aposta ousada para transformar a economia e a paisagem do Egito. Com potencial para gerar energia, aumentar a umidade e até criar empregos, esse projeto pode ser a chave para um futuro mais próspero. Resta saber se o Egito conseguirá superar os desafios técnicos e econômicos para transformar essa visão em realidade. E aí, o que você acha dessa mega construção?