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Por que não existe uma ponte entre o estado de Amapá e Brasil? Acesso ao estado ainda é via balsa ou avião

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 11/04/2024 às 17:02
Por que não existe uma ponte entre Amapá e Brasil? Acesso ao estado ainda é via balsa ou avião
Foto: Divulgação/MJ

O Amapá, isolado geograficamente por rios e o Oceano Atlântico, enfrenta desafios únicos de conectividade com o Brasil, dependendo de balsas e voos para acesso, enquanto projetos de pontes e rodovias permanecem incompletos, refletindo a complexa interação entre desenvolvimento econômico, isolamento e conservação ambiental.

O Amapá, único dos 26 estados brasileiros, permanece isolado do restante do país. A despeito das vastas redes rodoviárias que cruzam o Brasil, chegar ao Amapá requer uma viagem de balsa de 26 horas ou voos diretos, devido ao seu entorno dominado por corpos d’água significativos como o Rio Amazonas, Rio Oiapoque e o Oceano Atlântico.

A única ponte existente, a binacional Brasil-França, conecta o Amapá à Guiana Francesa, mas não facilita o trânsito rodoviário para o Suriname ou outros estados brasileiros.

Mas por que não existe uma ponte entre Amapá e Brasil?

O Amapá enfrenta barreiras geográficas e econômicas significativas. Com 72% de seu território coberto por densas florestas e uma economia centrada no extrativismo, o estado carece de infraestrutura rodoviária adequada. A fraca presença industrial e o isolamento geográfico dificultam o desenvolvimento econômico e a integração com o resto do Brasil.

Embora tenha havido tentativas de construir pontes, como a inacabada ponte sobre o Rio Jari, projetos infraestruturais no Amapá frequentemente enfrentam obstáculos burocráticos e financeiros. O potencial de desenvolvimento, como o promissor projeto do novo pré-sal na Amazônia Azul, pode alterar o cenário econômico, mas ainda está sujeito a aprovações ambientais e técnicas.

Projetos que ainda não foram concluídos

Iniciado em 2002, o projeto da ponte sobre o Rio Jari pretendia conectar Laranjal do Jari, no Amapá, a Monte Dourado, no Pará. Este projeto era uma esperança para integrar o Amapá ao resto do Brasil, facilitando o transporte e o comércio. No entanto, após mais de duas décadas, a construção está paralisada com apenas 39% dos trabalhos concluídos. Problemas financeiros e de gestão, incluindo acusações de corrupção e desvio de fundos, foram obstáculos significativos. A construção, que já consumiu milhões em recursos públicos, está inativa, com apenas alguns pilares erguidos, e sem previsão de retomada.

A rodovia BR-156 é outro projeto crítico para a conectividade do Amapá. Com início em 1932, a estrada deveria ligar o sul ao norte do estado, atravessando de Laranjal do Jari até Oiapoque. Apesar de décadas de trabalho, grande parte da rodovia ainda está incompleta ou não asfaltada, com apenas 100 km pavimentados entre 1985 e 1990. A rodovia enfrenta desafios semelhantes de execução, financiamento e gestão, impedindo sua finalização e deixando a população dependente de rotas alternativas, como viagens de balsa, para se deslocar.

Encruzilhada sem fim?

O Amapá permanece em uma encruzilhada, buscando equilibrar desenvolvimento econômico e preservação ambiental. A conclusão de projetos como a ponte sobre o Rio Jari e a rodovia BR-156 pode finalmente conectar o estado ao restante do Brasil, promovendo o progresso e abrindo novos caminhos para o desenvolvimento sustentável.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 2.300 artigos publicados no CPG. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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