A Petrobras, maior empresa estatal brasileira e uma das maiores petrolíferas do mundo, está de presidente novo. Agora, quem manda na companhia é a engenheira civil Magda Maria Regina Chambriard, defensora da atuação da Petrobras na exploração e produção de petróleo e gás e do papel da empresa como indutora do desenvolvimento no país.
Regina assume a Petrobras com o objetivo de acelerar investimentos em áreas em que a empresa se desfez de ativos recentemente. Como exemplo, tem-se o refino e fertilizantes.
Em entrevista ao Blog do Desenvolvimento, agência de notícias econômicas do Norte e Nordeste do Brasil, a executiva revelou suas principais opiniões. Nesta matéria do Click Petróleo e Gás, você confere o que de mais relevante ela falou.
Velha conhecida de Lula e da Petrobras
Regina Chambriard integrou a equipe responsável por formular o projeto de governo do ainda então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ou seja, conhece bem os temas do setor mais sensíveis e importantes para a atual gestão do Executivo.
- Com investimento superior a R$ 20 BILHÕES, nova fábrica de celulose no Brasil irá gerar 10 mil empregos durante obra e terá uma produção astronômica de 2,8 milhões de toneladas de celulose por ano!
- Rodovia de R$ 3 bilhões conecta Caraguatatuba a São Sebastião em 18 minutos e promete transformar a mobilidade no litoral paulista
- Fim da apreensão em blitz: veículos irregulares agora têm nova chance, mas há um porém!
- 2025 será o ano dos feriados prolongados: confira as datas que prometem mudar o ritmo do seu ano!
Além de ter participado do projeto de governo de Lula, Regina Chambriard também já esteve na própria Petrobras. Isso, de 1980 a 2002. Ela saiu da empresa porque acabou sendo cedida à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Por lá, ela foi diretora e assumiu a diretoria-geral.
Ideias de Regina Chambriard
De acordo com ela, a Petróleo tem um papel na matriz energética, visto que 84% da energia no mundo ainda é resultante dos combustíveis fósseis. Com esses números, afirma ela, é fácil concluir que ainda é necessário contar com o petróleo.
“Não tem como dar cavalo de pau em um transatlântico”, disse ela, que ainda destacou a importância do setor naval. Nesse sentido, ela destacou que é preciso atualizar a infraestrutura portuária.
Como exemplo, ela citou a atividade petroleira do Estado do Rio de Janeiro que acontece no mar. “Toda uma economia voltada para o mar. Vamos precisar de toda uma infraestrutura portuária atualizada, inclusive os terminais para tancagem de petróleo e derivados”, disse.
Sobre o gás natural, Regina Chambriard destca que a produção não para de crescer. “A produção de gás do país não para de crescer. No mês de janeiro [de 2023] o país produziu 143 milhões de metros cúbicos por dia (m³) de gás natural, um volume mais do que suficiente para atender a toda a demanda do país (…)”, disse.
Segundo ela, esse gás nacional não consegue chegar completamente ao consumidor final por falta de infraestrutura de escoamento, de transporte e de distribuição. “O governo, em 2019, entendeu que esse mercado de gás é monopsônico como produtor, oligopsônico como distribuidor e detentor do terceiro gás mais caro entre as referências de preço da Europa”, explicou.
Quanto ao refino, Regina Chambriard destacou que o Brasil é um país continental, carente de cada vez mais energia para seu crescimento. Nesse sentido, ela afirma ser necessário ampliar a capacidade de processamento do petróleo cru e, desta forma, agregar valor a ele no Brasil.
O papel da Petrobras
Por fim, a executiva ainda destacou o papel da Petrobras. Segundo ela, um país é mais forte quanto mais forte forem suas corporações. “Eu me pergunto como é isso, quando uma empresa é partilhada e deixa de atuar como uma corporação tão forte em favor do Brasil. Para avaliar se precisamos de uma estatal ou não, é preciso conhecer o Brasil”, afirmou Regina Chambriard.
E a negativa do Ibama
Na entrevista, ela ainda falou sobre a negativa do Ibama ao pedido de licenciamento para a perfuração de poço exploratório na Bacia da Foz do Amazonas. Isso, depois de dez anos da licitação da área.
Para ela, não se pode ser inconsequente e licenciar a qualquer custo. “Mas também é certo que se precisa estar mais preparado para enfrentar o desafio do licenciamento tempestivo, sob pena de condenar o Brasil à estagnação”, disse.
Nesse sentido, ela destaca que o Ministério do Meio Ambiente não pode “usurpar” o poder de concessão da Presidência da República. “É nesse contexto que se advoga a intervenção do Presidente da República. É ele que tem mandato para estabelecer as prioridades nacionais, em nome do povo, já que essas outorgas têm o aval do CNPE e da Presidência,” destacou.