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Petróleo, gás, refino: veja como pensa a nova presidente da Petrobras

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 27/05/2024 às 20:49
Regina Chambriard, presidente da Petrobras. (Imagem: Antonio Cruz/ Agência Brasil)
Regina Chambriard, presidente da Petrobras. (Imagem: Antonio Cruz/ Agência Brasil)

A Petrobras, maior empresa estatal brasileira e uma das maiores petrolíferas do mundo, está de presidente novo. Agora, quem manda na companhia é a engenheira civil Magda Maria Regina Chambriard, defensora da atuação da Petrobras na exploração e produção de petróleo e gás e do papel da empresa como indutora do desenvolvimento no país.

Regina assume a Petrobras com o objetivo de acelerar investimentos em áreas em que a empresa se desfez de ativos recentemente. Como exemplo, tem-se o refino e fertilizantes.

Em entrevista ao Blog do Desenvolvimento, agência de notícias econômicas do Norte e Nordeste do Brasil, a executiva revelou suas principais opiniões. Nesta matéria do Click Petróleo e Gás, você confere o que de mais relevante ela falou.

Velha conhecida de Lula e da Petrobras

Regina Chambriard integrou a equipe responsável por formular o projeto de governo do ainda então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ou seja, conhece bem os temas do setor mais sensíveis e importantes para a atual gestão do Executivo.

Além de ter participado do projeto de governo de Lula, Regina Chambriard também já esteve na própria Petrobras. Isso, de 1980 a 2002. Ela saiu da empresa porque acabou sendo cedida à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Por lá, ela foi diretora e assumiu a diretoria-geral.

Regina Chambriard, presidente da Petrobras. (Imagem: Antonio Cruz/ Agência Brasil)

Ideias de Regina Chambriard

De acordo com ela, a Petróleo tem um papel na matriz energética, visto que 84% da energia no mundo ainda é resultante dos combustíveis fósseis. Com esses números, afirma ela, é fácil concluir que ainda é necessário contar com o petróleo.

“Não tem como dar cavalo de pau em um transatlântico”, disse ela, que ainda destacou a importância do setor naval. Nesse sentido, ela destacou que é preciso atualizar a infraestrutura portuária.

Como exemplo, ela citou a atividade petroleira do Estado do Rio de Janeiro que acontece no mar. “Toda uma economia voltada para o mar. Vamos precisar de toda uma infraestrutura portuária atualizada, inclusive os terminais para tancagem de petróleo e derivados”, disse.

Sobre o gás natural, Regina Chambriard destca que a produção não para de crescer. “A produção de gás do país não para de crescer. No mês de janeiro [de 2023] o país produziu 143 milhões de metros cúbicos por dia (m³) de gás natural, um volume mais do que suficiente para atender a toda a demanda do país (…)”, disse.

Segundo ela, esse gás nacional não consegue chegar completamente ao consumidor final por falta de infraestrutura de escoamento, de transporte e de distribuição. “O governo, em 2019, entendeu que esse mercado de gás é monopsônico como produtor, oligopsônico como distribuidor e detentor do terceiro gás mais caro entre as referências de preço da Europa”, explicou.

Quanto ao refino, Regina Chambriard destacou que o Brasil é um país continental, carente de cada vez mais energia para seu crescimento. Nesse sentido, ela afirma ser necessário ampliar a capacidade de processamento do petróleo cru e, desta forma, agregar valor a ele no Brasil.

O papel da Petrobras

Por fim, a executiva ainda destacou o papel da Petrobras. Segundo ela, um país é mais forte quanto mais forte forem suas corporações. “Eu me pergunto como é isso, quando uma empresa é partilhada e deixa de atuar como uma corporação tão forte em favor do Brasil. Para avaliar se precisamos de uma estatal ou não, é preciso conhecer o Brasil”, afirmou Regina Chambriard.

E a negativa do Ibama

Na entrevista, ela ainda falou sobre a negativa do Ibama ao pedido de licenciamento para a perfuração de poço exploratório na Bacia da Foz do Amazonas. Isso, depois de dez anos da licitação da área.

Para ela, não se pode ser inconsequente e licenciar a qualquer custo. “Mas também é certo que se precisa estar mais preparado para enfrentar o desafio do licenciamento tempestivo, sob pena de condenar o Brasil à estagnação”, disse.

Nesse sentido, ela destaca que o Ministério do Meio Ambiente não pode “usurpar” o poder de concessão da Presidência da República. “É nesse contexto que se advoga a intervenção do Presidente da República. É ele que tem mandato para estabelecer as prioridades nacionais, em nome do povo, já que essas outorgas têm o aval do CNPE e da Presidência,” destacou.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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