Conflito tarifário entre as duas maiores economias do mundo provoca forte queda no valor do barril e aumenta risco de crise econômica internacional
Os preços do petróleo caíram mais de 3% nesta segunda-feira, alcançando os níveis mais baixos desde abril de 2021, em meio ao agravamento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. A decisão da China de aplicar novas tarifas sobre produtos norte-americanos intensificou o medo de uma recessão global, o que afetou diretamente as expectativas de demanda por petróleo no mercado internacional. O clima de instabilidade econômica levou grandes instituições financeiras a reverem suas projeções e a alertarem para um cenário de desaceleração mais intensa.
Choque comercial aumenta o risco de recessão global
A crise se intensificou após a China anunciar tarifas adicionais de 34% sobre produtos dos Estados Unidos, em resposta às medidas de proteção comercial do governo norte-americano, liderado por Donald Trump. Esse novo capítulo na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo elevou o nível de incerteza entre investidores e analistas. Para o mercado de petróleo, o impacto é direto: uma possível recessão global pode significar menor consumo de energia, derrubando ainda mais os preços da commodity.
Mercado financeiro reage com cautela
Instituições como o Goldman Sachs e o JPMorgan Chase revisaram suas projeções diante do cenário atual. O Goldman aumentou para 45% a chance de recessão nos Estados Unidos nos próximos 12 meses, enquanto o JPMorgan estima uma probabilidade ainda maior: 60% de retração econômica nos EUA e globalmente. Ambos também ajustaram para baixo suas estimativas de preço para o petróleo, que já vinha sofrendo pressões devido à volatilidade geopolítica.
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OPEP+ observa mercado, mas sinaliza aumento de oferta de petróleo
Mesmo com o recuo nos preços, a OPEP+ planeja ampliar a oferta de petróleo no mercado. A organização, no entanto, destacou a importância do cumprimento das cotas atuais de produção e solicitou aos países que ultrapassaram seus limites que apresentem planos de compensação até meados de abril. O aumento da produção, somado à queda na demanda, pode intensificar ainda mais a pressão baixista sobre os preços.
Tendência de queda do petróleo preocupa exportadores
A queda do petróleo não preocupa apenas os mercados, mas também países exportadores que dependem fortemente da receita com a commodity. Se o barril continuar em trajetória descendente, governos de países produtores podem ser forçados a rever seus orçamentos e políticas fiscais, além de enfrentar desvalorização cambial e redução de investimentos estrangeiros.
Especialistas alertam que o desenrolar do conflito comercial entre EUA e China será determinante para os rumos do petróleo. A combinação de desaceleração econômica e oferta abundante desenha um cenário de baixa prolongada para os preços da commodity. Até que haja um arrefecimento das tensões ou recuperação da demanda, o mercado deve seguir pressionado e sensível a qualquer novo desdobramento geopolítico.