Petrobras obtém licença e já projeta início da exploração em 2032
A Petrobras confirmou que pretende iniciar a produção de petróleo e gás na Bacia da Foz do Amazonas em cerca de sete anos, após conquistar uma importante licença ambiental.
O Ibama concedeu o aval para perfuração exploratória em 20 de outubro de 2025, marcando um avanço decisivo no projeto.
Hoje, 21 de outubro, a CEO Magda Chambriard explicou à Reuters que o cronograma depende da confirmação de grandes reservas e da emissão de novas autorizações ambientais.
Além disso, ela afirmou que a empresa trabalha para garantir segurança e agilidade em cada etapa.
Licenciamento e compromisso ambiental da Petrobras
Desde 2020, quando assumiu o bloco FZA-M-59, a Petrobras atua intensamente para atender todas as exigências do Ibama.
Em agosto de 2025, a estatal realizou uma Avaliação Pré-Operacional (APO) com a participação de mais de 400 profissionais.
Durante o simulado, a empresa criou um Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) em Oiapoque (AP) e adicionou três embarcações de apoio para atendimento à fauna oleada.
Com isso, a companhia reforçou suas ações preventivas e demonstrou compromisso com o meio ambiente.
Essas iniciativas garantem respostas rápidas a incidentes e fortalecem a imagem da estatal como operadora responsável.
Perfuração e possíveis descobertas
O primeiro poço exploratório autorizado pelo Ibama será perfurado ainda em 2025, com duração estimada de cinco meses.
De acordo com Magda Chambriard, “a broca dirá se há descoberta”, evidenciando o otimismo em relação ao potencial da região.
Caso a perfuração confirme reservas, a Petrobras delimitará a jazida em até dois anos, o que permitirá o início da produção entre 2032 e 2033.
Além disso, a executiva afirmou que o licenciamento dos próximos poços ocorrerá de forma mais ágil, já que parte das exigências foi cumprida antecipadamente.
Assim, o cronograma se mantém firme, e o projeto segue como prioridade estratégica para a companhia.
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Margem Equatorial: nova fronteira energética do Brasil
A Bacia da Foz do Amazonas integra a Margem Equatorial brasileira, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte.
Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estudos de outubro de 2025 indicam um potencial de 6,2 bilhões de barris recuperáveis na região.
Por outro lado, o Ministério de Minas e Energia projeta até 10 bilhões de barris, valor comparável às reservas do pré-sal.
Dessa forma, a Margem Equatorial representa a principal aposta exploratória do país, essencial para manter o crescimento da produção até 2035.
Enquanto isso, o pré-sal deve iniciar seu declínio natural, o que torna essa nova fronteira ainda mais estratégica para o futuro energético nacional.
Estratégia e impacto econômico
A Petrobras já renovou o contrato da sonda de perfuração, que permanecerá disponível por oito meses.
O equipamento, que atua no mar do Amapá, possui custo diário de R$ 4,2 milhões e foi utilizado nos simulados do Ibama.
Segundo Chambriard, a meta é sincronizar o início da produção da Margem Equatorial com o declínio gradual do pré-sal, evitando queda nos volumes nacionais.
Consequentemente, o projeto garantirá continuidade na geração de receitas, preservação de empregos e estabilidade energética no Brasil.
Por fim, o plano da Foz do Amazonas se consolida como um dos pilares mais estratégicos da Petrobras, capaz de redesenhar o futuro da indústria de petróleo e gás nacional.