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Petrobras prevê tolling na Unigel e Três Lagoas em 2028.

Escrito por Paulo S. Nogueira
Publicado em 25/11/2023 às 01:49
Araucária Nitrogenados (Ansa), Bahia, fertilizantes, Paraná, Petrobras, Sergipe, UFN 3 (Três Lagoas/MS), Unigel
RIO DE JANEIRO (RJ), 19/07/2023 – O diretor de processos industriais e produtos da Petrobras, diretor de processos industriais e produtos, Willian França fala durante café da manhã . Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Além disso, a estratégia de recuperação dos investimentos em fertilizantes contempla a reinstauração da Ansa, localizada no Paraná, visando impulsionar ainda mais a produção e o mercado agrícola. Este novo plano visa revigorar completamente a indústria de fertilizantes no estado, trazendo benefícios significativos para a economia local e nacional.

O plano da Petrobras de voltar ao mercado de produção de fertilizantes inclui a retomada das operações da Araucária Nitrogenados (Ansa) no Paraná até o final de 2024, assim como o início da produção da UFN 3 em Três Lagoas (MS) em 2028.

A empresa também está em negociações para fechar um contrato de tolling com a Unigel a fim de viabilizar as fábricas de fertilizantes (fafens) localizadas na Bahia e em Sergipe. Nesse modelo, a estatal fornecerá o gás e ficará com os fertilizantes, pagando apenas pelo uso das instalações fabris. Esse acordo de tolling permitirá que a Petrobras retome suas operações de forma ágil e eficiente, sem precisar investir na construção de novas fábricas.

O diretor executivo de processos industriais e produtos da empresa, William França, compartilhou os dados durante uma coletiva de imprensa realizada na manhã de sexta-feira, 24 de novembro.

Segundo França, a retomada da Ansa incluirá o projeto de fertilizantes, que se concretizará de forma mais ágil. A fábrica está inativa desde 2019. Os recursos para reiniciar as operações já estão previstos no novo plano orçamentário da diretoria e serão alocados principalmente para a manutenção da unidade.

Essa iniciativa impactará significativamente o desempenho da empresa nos próximos anos.

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Planos para Reativar uma Planta de Produção

“Estamos finalizando o levantamento das necessidades para realizar um processo de concorrência. Posteriormente, com a concorrência pronta e com as avaliações do grupo de trabalho analisando responsabilidades e recursos humanos, por exemplo, aí sim tomamos a decisão de voltar a operar essa planta”, disse.

França também afirmou que a empresa está em negociações com uma possível parceira para substituir o gás natural utilizado na produção de fertilizantes por gás gerado a partir de biomassa, o biogás.

O líder da Petrobras, Jean Paul Prates, também validou o compromisso de finalizar as obras da UFN 3, em Três Lagoas, que foram paradas em 2014. A unidade foi até mesmo posta à venda durante o governo Bolsonaro, mas a tentativa não foi bem-sucedida. No entanto, a continuação das obras dependerá de novas análises financeiras.

“O objetivo é concluir a obra, mas o método para isso pode ser variável. Na China, tivemos conversas com potenciais parceiros interessados em concluir o projeto e se tornarem acionistas. Esta possibilidade pode se concretizar ou, alternativamente, podemos concluir a obra por conta própria e depois buscar sócios”, afirmou Prates.

O diretor de processos industriais e produtos, William França, ressaltou que a UFN 3 possui a vantagem de ser mais eficiente do que outras instalações da Petrobras. “Ela é mais rentável e, com a mesma quantidade de gás, produz 60% a mais de ureia. A previsão é que entre em operação em 2028, porém estamos empenhados em otimizar esse prazo, caso se confirme a viabilidade da operação”, afirmou.

Adicionalmente, a Petrobras também afirmou que está em conversas com a Proquigel, subsidiária da Unigel, para estabelecer um acordo de tolling para as unidades de produção de fertilizantes localizadas em Sergipe e na Bahia.

Através deste acordo, a Proquigel continuará pagando pelo arrendamento das fábricas e pela comercialização da ureia, enquanto a Petrobras fornecerá gás natural para as operações.

A parceria entre as duas empresas tem o objetivo de manter a produção de fertilizantes e garantir o abastecimento do mercado brasileiro.

Unidades arrendadas à Unigel em situação financeira delicada

A Unigel arrendou as unidades em um contrato de dez anos. Em estado de crise financeira, a empresa tem argumentado que o custo atual do gás natural fornecido pela estatal está impedindo a continuidade das operações das fábricas. 

Segundo um representante da empresa, “O conceito não é ajudar ninguém, é nos ajudar. As duas plantas são ativos nossos. A alternativa a isso seria descontinuar as plantas e devolvê-las”.

O acordo foi adiantado pelo governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, durante uma entrevista ao estúdio epbr. Veja a entrevista na íntegra abaixo:

Prates mencionou que o acordo de tolling tem como objetivo dar à Petrobras mais tempo para decidir qual será o destino dos projetos.

Durante o período de seis meses, que pode ser estendido por mais seis, será realizado um esforço para encontrar uma solução alternativa: seja trazendo de volta as operações de produção, estabelecendo uma parceria com a empresa, envolvendo um terceiro parceiro ou integrando-se a outros empreendimentos. Também estamos considerando um projeto de produção de hidrogênio, que é bastante promissor.

Segundo França, uma das opções em análise é usar a fábrica na Bahia para a produção de amônia verde destinada à exportação.

O líder executivo declarou que a reentrada da empresa estatal na indústria de fertilizantes está relacionada não somente à necessidade de atender à demanda interna, mas também à posição da companhia na transição energética. “É a partir daí que surgirão novos produtos, como amônia verde e os fertilizantes do futuro, então é crucial que tenhamos uma parcela de mercado, queremos participar do jogo”, afirmou.

Em relação à rentabilidade dos projetos, Prates enfatizou que a empresa precisa diversificar suas atividades no contexto da transição energética, e que pode se beneficiar da capacidade logística e operacional, bem como do acesso à matéria-prima para concretizar projetos lucrativos nesse setor.

Investimentos em Projetos de Fertilizantes não São Prejuízo, Afirma Diretor Executivo

“Claro que se compararmos uma reserva isolada do pré-sal, por exemplo, com uma indústria de fertilizantes, a rentabilidade não será a mesma, mas isso não significa que seja um prejuízo investir em fertilizantes”, explicou.

O executivo financeiro e de relações com investidores, Sérgio Leite, ressaltou que os critérios utilizados para determinar os investimentos permanecem os mesmos para os projetos de fertilizantes.

De acordo com a fonte, todos os investimentos estão sujeitos à governança, sendo que alguns demandam maior atenção do que outros. A tomada de decisão para investimentos leva em consideração a criação de valor, margens e atratividade financeira, seja no setor de fertilizantes ou em qualquer outra área.

Fonte: EPBR

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Paulo S. Nogueira

Criador e divulgador de conteúdo na área do petróleo, gás, offshore, renováveis, mineração, economia tecnologia, construção e outros setores da energia.

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