Poço exploratório Monai, no pré-sal da Bacia do Espírito Santo, alcança 7.700 metros de profundidade e bate diversos recordes operacionais
A gigante do petróleo brasileiro Petrobras, informou em fato relevante ao mercado, na última sexta-feira (10/12), que concluiu a perfuração do poço exploratório de petróleo pioneiro do bloco ES-M-669, no pré-sal da Bacia do Espírito Santo. Perfurado a 145 km da costa, em locação conhecida como Monai, figura mitológica da cultura Guarani, o projeto bateu diversos recordes, entre os quais o de poço mais profundo já perfurado no Brasil, com cerca de 7.700 metros; e maior camada de sal já perfurada no país, com aproximadamente 4.850 m.
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“O uso intensivo de tecnologia e a atuação eficiente das equipes envolvidas também permitiram que diminuíssemos em aproximadamente 50% o tempo de perfuração do poço, em comparação com a média histórica para projetos dessa natureza e complexidade, o que representa também uma redução de custos significativa. A exploração dessa nova fronteira no pré-sal da Bacia do Espírito Santo reafirma o foco da Petrobras em atuar em águas ultraprofundas por meio de parcerias com outras empresas”, destacou o diretor de Desenvolvimento da Produção, João Henrique Rittershaussen.
Diferentemente de um poço produtor de petróleo, um poço exploratório tem como objetivo obter informações sobre as características das rochas perfuradas, sua geologia, pressões existentes e presença de reservatórios com petróleo ou gás. A perfuração do poço pioneiro Monai obteve todas as informações geológicas esperadas para a avaliação adequada da área. Os dados obtidos estão sendo analisados para a definição do futuro do bloco ES-M-669. Cabe salientar que as informações geológicas obtidas em áreas de fronteira exploratória, como é o caso do Monai, subsidiam também o aprimoramento dos estudos e modelagens para outras áreas e bacias, incorporando um importante conhecimento estratégico para a companhia.
Poço Monai foi perfurando à profundidade recorde de 7.700 metros, o equivalente a 1,3 vezes a altura do Monte Kilimanjaro, montanha mais alta da África.
Localizado em uma nova fronteira exploratória, a perfuração do poço Monai caracterizou-se por um cenário com expressivos desafios técnicos e alto nível de complexidade operacional. O poço foi perfurado em um local com lâmina d’água (distância entre a superfície da água e o fundo do mar) de 2.366 metros. A profundidade recorde total do poço de 7.700 metros, para efeito de comparação, equivale a 1,3 vezes a altura do Monte Kilimanjaro, montanha mais alta da África. O recorde anterior de profundidade era do poço conhecido como Parati, um dos precursores da descoberta do pré-sal, perfurado em 2005, na Bacia de Santos, com 7.630 metros.
Outro importante recorde obtido pelo poço Monai foi o de maior espessura de camada de sal já perfurada, com 4.850 metros, o equivalente à altura de quase seis Burj Khalifa, arranha céu mais alto do mundo. A espessura usual da camada de sal em poços de petróleo no pré-sal da bacia de Santos, maior polo petrolífero pré-sal do planeta, gira em torno 2.000 a 2.200 metros.
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Poço Monai teve o maior peso de revestimento já descido em águas brasileiras, de 794 toneladas, o equivalente a cinco baleias azuis, animal mais pesado do planeta.
O poço Monai também superou outros recordes de perfuração no Brasil. Trata-se do poço com maior extensão de fase única (segmento) em poço vertical/direcional no país, com cerca de 3.400 metros. Além disso, o poço também bateu o recorde de maior coluna de tie-back, um tipo de tubulação de aço que conecta um trecho de tubulação no fundo do poço à “cabeça” do poço, instalada no fundo do mar. A coluna de tie-back no poço Monai tem comprimento total de 4.300 metros. Por fim, o poço Monai teve o maior peso de revestimento já descido em águas brasileiras, de 794 toneladas, o equivalente a cinco baleias azuis, animal mais pesado do planeta. O revestimento é uma coluna de aço que reveste as paredes do poço para manter a sua estabilidade e integridade, evitando o desmoronamento das rochas para dentro do poço e atuando também como uma importante barreira de proteção contra vazamentos de fluidos para o meio externo.
As grandes profundidades alcançadas impuseram uma série de desafios para a Petrobras. Em geral, quanto mais profunda a perfuração, mais compactas e densas são as rochas existentes. Para efeito de comparação, a velocidade de perfuração próxima ao leito marinho atinge cerca de 100 metros por hora. Em horizontes muito profundos, como nas fases finais do Monai, a velocidade de perfuração cai para menos de 5 metros por hora. A pressão em grandes profundidades, como as alcançadas pelo poço Monai, também traz um grande desafio para a perfuração segura do poço. Nesses horizontes geológicos tão profundos, a pressão atinge valores em torno de 17.000 psi, o equivalente a aproximadamente 1200 vezes a pressão existente na atmosfera terrestre a nível do mar ou 500 vezes a pressão de ar em um pneu de carro de passeio.
A perfuração nesses níveis de severidade vem exigindo uma evolução tecnológica constante da Petrobras. No projeto foram utilizadas tecnologias de ponta, como sondas de perfuração com alta especificação técnica, brocas de perfuração de última geração, sistemas de perfuração avançados como o Managed Pressure Drilling (MPD), que consiste no gerenciamento de pressões no poço em tempo real, por meio da utilização de sensores, aumentando a eficiência e principalmente a segurança da operação. O projeto também contou com sistemas de vigilância operacional 24×7 a bordo e remoto, contribuindo decisivamente para a eficiência e a segurança operacional. Além disso, tanto no planejamento quanto na execução dos poços, a Petrobras tem feito intenso uso de lições aprendidas, novas tecnologias, automação e soluções digitais para garantir que as operações sejam realizadas com excelência e gerando expressivo valor aos seus projetos.
Um marco na indústria de exploração de petróleo no Brasil, o projeto de perfuração do poço Monai reflete o foco da Petrobras em segurança, eficiência, tecnologia e geração de valor
O Bloco ES-M-669 foi adquirido em 2013, na 11ª Rodada de Concessões da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A Petrobras é operadora no bloco com 40% de participação, enquanto Equinor e Total, que completam a formação do consórcio, têm 35% e 25% respectivamente. Desde a aquisição do bloco, já foram aplicados recursos significativos em sísmicas, na perfuração do poço exploratório pioneiro e em outras atividades. Esses investimentos, que estão ocorrendo ainda em fase de incerteza sobre a viabilidade de produção, mostram o risco econômico usual a que toda a indústria de petróleo está submetida. A esse capital já empregado na exploração, serão somados outros consideráveis gastos na produção e refino do petróleo, e no transporte e comercialização de derivados, para que combustíveis, como gasolina e diesel, cheguem até o consumidor final.
Um marco na indústria de exploração de petróleo no Brasil, o projeto de perfuração do poço Monai reflete o foco da Petrobras em segurança, eficiência, tecnologia e geração de valor. Seguindo esses princípios, a companhia estará cada vez mais forte e apta a contribuir para a prosperidade da sociedade.