Com informações da Sindipetro, a refinaria da Petrobras já deixou de produzir aproximadamente 11 mil metros cúbicos de GLP e 75 milhões de litros de gasolina
Segundo publicado pela Sindipetro (Sindicato dos Petroleiros do estado de São Paulo), desde segunda-feira passada (5 de julho), a Refinaria de Paulínia (Replan) da Petrobras, paralisou a produção de uma unidade de Craqueamento Catalítico, a U-220, por falta de escoamento do gás liquefeito de petróleo (GLP). O sindicato ainda ressalta que em cinco dias, a Replan já deixou de produzir aproximadamente 11.000 de metros cúbicos de GLP e 75 milhões de litros de gasolina. Veja ainda: Para adequar e modernizar a Refinaria de Paulínia, Petrobras abre processo de licitação de equipamentos
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Motivo da suspensão da produção da unidade na refinaria da Petrobras
De acordo com um operador da Replan, que preferiu não ser identificado ao Sidipetro, a paralisação da produção na unidade da refinaria da Petrobras foi uma decisão do governo de zerar o Imposto de Importação sobre a resina de polipropileno no início de abril. Elaborada pelo Comitê Executivo de Gestão (Gecex), ligado ao Ministério da Economia, a medida estipulou uma cota de 77 mil toneladas do produto, que é a matéria-prima utilizada na produção de máscaras de proteção contra o Sars-Cov-2, vírus causador da Covid-19.
Entretanto, tal medida afetou diretamente a Braskem, petroquímica controlada pela Odebrecht e também pela Petrobras, que produz o polipropileno. Como reação em cadeia, a Petrobras também foi afetada, por ser a fornecedora do propeno, insumo utilizado na fabricação do polipropileno. Por isso, o propeno foi incorporado ao GLP, que não encontrou logística de escoamento.
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Riscos com a paralisação na produção da refinaria
Outro operador, ouvido pela reportagem da Sindipetro, chamou a atenção para o aumento da probabilidade de acidentes. Segundo o operador, as unidades da refinaria da Petrobras são projetadas para operarem ininterruptamente e, por isso, as paradas multiplicam os riscos de vazamentos, incêndios e falhas nas estruturas. A grande maioria dos eventos de grandes vazamentos e tragédias, ocorre em momentos nos quais as plantas de operação estão sob intervenção ou fora do regime normal de operação, diz o operador.
O petroleiro relata o ineditismo da situação, pois segundo ele, uma paralisação como essa, segundo os funcionários mais antigos, jamais ocorreu antes. O trabalhador da refinaria da Petrobras ainda ressaltou que a Replan possui um vasto parque de esferas de armazenagem.
Veja ainda: As refinarias da Petrobras que não serão vendidas, irão receber investimentos de US$ 300 milhões até em 2025
A Petrobras anunciou que pretende investir cerca de US$ 300 milhões nas refinarias que não estão nos planos de desinvestimentos. O anúncio da estatal foi feito no dia 24 de maio, e os aportes tem como principal objetivo aumentar a eficiência e desempenho dos ativos. As refinarias da Petrobras, que irão receber os investimentos são, Presidente Bernardes, Duque de Caxias, Capuava, Paulínia e Henrique Lage, todas elas distribuídas nos estados de São Paulo e no Rio de Janeiro.
A Petrobras anunciou um programa denominado de RefTOP – Refino de Classe Mundial, que tem como objetivo estar entre as melhores refinarias de petróleo no mundo. Tal programa faz parte do Plano Estratégico 2021-2025 da Petrobras, com aporte de US$ 3,7 bilhões, dos quais US$ 300 milhões serão destinados às refinarias.