Petrobras reafirma interesse em participar do maior leilão de óleo e gás da Índia. Iniciativa fortalece parcerias estratégicas e amplia presença internacional da estatal.
A Petrobras anunciou na segunda-feira (7) que pretende participar da 10ª Rodada de licitação de blocos de óleo e gás na Índia, a maior já promovida pelo país asiático. O leilão vai ofertar 25 blocos distribuídos por 13 bacias sedimentares, incluindo áreas em terra firme, águas rasas e águas ultraprofundas.
A iniciativa faz parte do programa OALP (Open Acreage Licensing Policy), criado pelo governo indiano para atrair investimentos estrangeiros e reforçar sua segurança energética.
A informação foi divulgada durante o Fórum Econômico Brasil-Índia, no Rio de Janeiro, evento que ocorre paralelamente à Cúpula dos Brics.
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Francisco Vervloet, gerente de Relações Institucionais da Petrobras, destacou que a empresa acompanha a rodada com grande atenção e vê uma oportunidade de longo prazo para gerar valor no exterior.
Leilão na Índia atrai atenção da Petrobras por alinhamento estratégico
Segundo Vervloet, a 10ª rodada representa uma chance única de aprofundar o relacionamento entre Brasil e Índia no setor energético.
“Essa iniciativa, a maior já realizada pela Índia, em termos de áreas ofertadas, representa uma oportunidade para reforçar a parceria Brasil-Índia na área de energia, para a Petrobras gerar valor aliado à sua estratégia de longo prazo”, afirmou o executivo.
O leilão inclui seis blocos terrestres, seis em águas rasas, um em águas profundas e 12 em águas ultraprofundas — totalizando mais de 190 mil km² em áreas exploratórias.
Acordos com empresas indianas fortalecem laços energéticos
O interesse da Petrobras na Índia é fruto de um movimento mais amplo de aproximação com o país asiático.
Em fevereiro, a estatal brasileira assinou memorandos de entendimento com a ONGC (Oil and Natural Gas Corporation) e a Oil India, visando parcerias em exploração, produção e transição energética.
Além disso, firmou um contrato com a estatal BPCL (Bharat Petroleum Corporation Limited) para exportar até 6 milhões de barris de petróleo por ano, a partir de 2025.
Essas ações fortalecem a presença internacional da Petrobras e ajudam a diversificar sua atuação em mercados estratégicos.
Índia busca reduzir dependência de petróleo importado
A Índia é um dos maiores consumidores de petróleo do mundo e depende de importações para cerca de 85% de sua demanda interna. Por isso, o governo indiano tem investido em medidas para atrair empresas globais ao setor de exploração.
A Petrobras vê a Índia como uma parceira estratégica nesse contexto. Vervloet destacou que os dois países enfrentam desafios semelhantes, como desigualdades regionais e a necessidade de ampliar o acesso à energia. “Tanto como a Índia, temos grandes disparidades em termos de desenvolvimento regional. A energia é a base desse desenvolvimento”, afirmou.
Projeto em Sergipe segue em revisão e sem cronograma definido
Enquanto intensifica os laços com a Índia, a Petrobras ainda revisa o projeto Sergipe Águas Profundas (SEAP), desenvolvido em parceria com empresas indianas.
A estatal informou que o plano passa por simplificação diante da queda nos preços internacionais do petróleo em 2025.
O empreendimento prevê a instalação de dois FPSOs (unidades flutuantes de produção) com capacidade para processar 240 mil barris por dia e até 22 milhões de m³ de gás natural.
A Petrobras tem como parceiras no SEAP a ONGC Videsh e a IBV, uma joint venture formada pela BPCL e a Videocon Industries.
Por ora, não há data definida para o início da produção.