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Petrobras convoca reunião após duas mortes de trabalhadores! Presidente da estatal já havia dado ‘puxão de orelha’ por conta de medidas de segurança

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 13/10/2024 às 20:00
A incerteza ronda a Petrobras e a Acelen, com investidores perdendo a paciência em meio a negociações sem fim. O que vem a seguir?
A incerteza ronda a Petrobras e a Acelen, com investidores perdendo a paciência em meio a negociações sem fim. O que vem a seguir?

Após duas mortes de trabalhadores terceirizados, a Petrobras convoca reunião com sindicatos para discutir segurança. O presidente da estatal já havia alertado sobre falhas nas práticas da empresa.

Um grave alerta foi acionado na Petrobras nos últimos dias, e ele vai muito além das rotinas operacionais.

Duas tragédias recentes envolvendo trabalhadores de empresas terceirizadas que prestavam serviços para a gigante do petróleo lançaram uma sombra sobre as práticas de segurança da companhia.

Na próxima terça-feira (15), a Petrobras se reunirá com representantes sindicais para discutir políticas de segurança, após a morte de dois funcionários terceirizados no início de outubro.

De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a reunião busca um diálogo mais intenso sobre as práticas de segurança da companhia, uma demanda que se tornou crítica com os últimos acontecimentos.

Segundo o jornal Valor Econômico, a estatal demonstrou profunda preocupação com o tema e se comprometeu a revisar suas medidas preventivas.

As vítimas eram trabalhadores em áreas de risco, e a repercussão de suas mortes expôs fragilidades que a empresa não pode mais ignorar.

Em nota, a Petrobras lamentou profundamente as fatalidades e garantiu que tem prestado apoio às famílias. “Estamos empenhados em prestar todo o suporte necessário”, destacou a estatal.

O que se sabe sobre os acidentes?

No dia 5 de outubro, o trabalhador Edson Lopes Almeida foi encontrado sem vida em sua acomodação a bordo da plataforma Cidade Niterói, localizada na Bacia de Campos.

De acordo com o Instituto Médico Legal (IML) de Macaé, a causa da morte foi natural, e a Petrobras informou que todas as medidas de apoio à família e colegas foram adotadas imediatamente.

Conforme a nota divulgada, a empresa e a afretadora da unidade notificaram prontamente as autoridades competentes.

Poucos dias depois, em 7 de outubro, a engenheira Rafaela Martins de Araújo, funcionária da empresa terceirizada MJ2, morreu após ser atropelada por um equipamento pesado em um dos acessos ao terminal de Cabiúnas, também em Macaé.

A tragédia ocorreu quando Rafaela foi socorrida e transportada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próxima, mas, infelizmente, o óbito foi constatado na chegada.

A Petrobras, em conjunto com a MJ2, também prestou assistência à família e está conduzindo uma investigação para apurar as causas do acidente.

A estatal comunicou que, seguindo seu regimento interno, uma comissão de apuração foi formada para investigar as circunstâncias da fatalidade.

As atividades na obra onde o acidente ocorreu foram imediatamente paralisadas e permanecerão suspensas até a conclusão da apuração.

Conforme reportou o Valor Econômico, essa comissão contará com a presença de representantes sindicais e da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).

Advertências antes dos acidentes

Curiosamente, poucos dias antes dos incidentes, Magda Chambriard, presidente da Petrobras, já havia chamado a atenção para falhas nas normas de segurança em um evento público.

Em 26 de setembro, durante uma premiação a fornecedores, Chambriard criticou a falta de rigor em áreas restritas de plataformas e citou, inclusive, um vídeo que havia vazado mostrando funcionários usando celular e sandálias inadequadas durante uma operação de descomissionamento.

O alerta da presidente parecia ter sido uma antecipação trágica dos eventos que estavam por vir.

Ainda conforme relatou o Valor Econômico, Chambriard destacou que a plataforma P-19, no campo de Marlim, sofreu uma inclinação acidental durante uma manobra, uma semana antes dos acidentes fatais.

Ninguém ficou ferido, mas a plataforma foi imediatamente desativada e entrará em processo de descomissionamento.

As falhas de segurança, aparentemente menores, geraram preocupações internas que agora são ampliadas pelas fatalidades recentes.

Novos compromissos de segurança da Petrobras

A Petrobras reafirmou seu compromisso com a segurança ao garantir que continuará investindo em programas de capacitação e na recomposição de seus quadros por meio de concursos públicos.

O objetivo, segundo a empresa, é reforçar a presença de mão de obra qualificada para reduzir os riscos de acidentes em áreas operacionais.

A reunião com os sindicatos promete ser um passo importante para ajustar as políticas e práticas da companhia, visando evitar que tragédias como essas voltem a acontecer.

Conforme a estatal, além das investigações em andamento, outros projetos voltados para a segurança já estão sendo estudados.

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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