Após duas mortes de trabalhadores terceirizados, a Petrobras convoca reunião com sindicatos para discutir segurança. O presidente da estatal já havia alertado sobre falhas nas práticas da empresa.
Um grave alerta foi acionado na Petrobras nos últimos dias, e ele vai muito além das rotinas operacionais.
Duas tragédias recentes envolvendo trabalhadores de empresas terceirizadas que prestavam serviços para a gigante do petróleo lançaram uma sombra sobre as práticas de segurança da companhia.
Na próxima terça-feira (15), a Petrobras se reunirá com representantes sindicais para discutir políticas de segurança, após a morte de dois funcionários terceirizados no início de outubro.
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De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a reunião busca um diálogo mais intenso sobre as práticas de segurança da companhia, uma demanda que se tornou crítica com os últimos acontecimentos.
Segundo o jornal Valor Econômico, a estatal demonstrou profunda preocupação com o tema e se comprometeu a revisar suas medidas preventivas.
As vítimas eram trabalhadores em áreas de risco, e a repercussão de suas mortes expôs fragilidades que a empresa não pode mais ignorar.
Em nota, a Petrobras lamentou profundamente as fatalidades e garantiu que tem prestado apoio às famílias. “Estamos empenhados em prestar todo o suporte necessário”, destacou a estatal.
O que se sabe sobre os acidentes?
No dia 5 de outubro, o trabalhador Edson Lopes Almeida foi encontrado sem vida em sua acomodação a bordo da plataforma Cidade Niterói, localizada na Bacia de Campos.
De acordo com o Instituto Médico Legal (IML) de Macaé, a causa da morte foi natural, e a Petrobras informou que todas as medidas de apoio à família e colegas foram adotadas imediatamente.
Conforme a nota divulgada, a empresa e a afretadora da unidade notificaram prontamente as autoridades competentes.
Poucos dias depois, em 7 de outubro, a engenheira Rafaela Martins de Araújo, funcionária da empresa terceirizada MJ2, morreu após ser atropelada por um equipamento pesado em um dos acessos ao terminal de Cabiúnas, também em Macaé.
A tragédia ocorreu quando Rafaela foi socorrida e transportada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próxima, mas, infelizmente, o óbito foi constatado na chegada.
A Petrobras, em conjunto com a MJ2, também prestou assistência à família e está conduzindo uma investigação para apurar as causas do acidente.
A estatal comunicou que, seguindo seu regimento interno, uma comissão de apuração foi formada para investigar as circunstâncias da fatalidade.
As atividades na obra onde o acidente ocorreu foram imediatamente paralisadas e permanecerão suspensas até a conclusão da apuração.
Conforme reportou o Valor Econômico, essa comissão contará com a presença de representantes sindicais e da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).
Advertências antes dos acidentes
Curiosamente, poucos dias antes dos incidentes, Magda Chambriard, presidente da Petrobras, já havia chamado a atenção para falhas nas normas de segurança em um evento público.
Em 26 de setembro, durante uma premiação a fornecedores, Chambriard criticou a falta de rigor em áreas restritas de plataformas e citou, inclusive, um vídeo que havia vazado mostrando funcionários usando celular e sandálias inadequadas durante uma operação de descomissionamento.
O alerta da presidente parecia ter sido uma antecipação trágica dos eventos que estavam por vir.
Ainda conforme relatou o Valor Econômico, Chambriard destacou que a plataforma P-19, no campo de Marlim, sofreu uma inclinação acidental durante uma manobra, uma semana antes dos acidentes fatais.
Ninguém ficou ferido, mas a plataforma foi imediatamente desativada e entrará em processo de descomissionamento.
As falhas de segurança, aparentemente menores, geraram preocupações internas que agora são ampliadas pelas fatalidades recentes.
Novos compromissos de segurança da Petrobras
A Petrobras reafirmou seu compromisso com a segurança ao garantir que continuará investindo em programas de capacitação e na recomposição de seus quadros por meio de concursos públicos.
O objetivo, segundo a empresa, é reforçar a presença de mão de obra qualificada para reduzir os riscos de acidentes em áreas operacionais.
A reunião com os sindicatos promete ser um passo importante para ajustar as políticas e práticas da companhia, visando evitar que tragédias como essas voltem a acontecer.
Conforme a estatal, além das investigações em andamento, outros projetos voltados para a segurança já estão sendo estudados.
Isso só vai resolver quando PRIVATIZAR,aí sim a empresa vai ter proprietário e as coisas melhorar sim,sem dúvidas.Mas do jeito que vai ninguém nem.esta aí para nada , e vai continuar existindo mortes por ACIDENTES!
Até porque não existem mortes na iniciativa privada né? Sendo que o sistema Petrobrás é o mais seguro e com menos acidentes, sendo que somente o segundo foi acidente, genial seu comentário
Aqui na Bahia, depois que privatizou a refinaria, pagamos o combustível e o gás de cozinha mais caro do país. A empresa privada que comprou já reduziu carga e parou diversas unidades, conforme representação sindical… Segurança definitivamente não é prioridade para empresas privadas.. olhe o que acontece em SP com a Enel..