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Petrobras confirma uma de suas maiores descobertas e já tem data para começar exploração  

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 05/12/2024 às 13:01

Uma das maiores descobertas de gás da história foi feita pela Petrobras. Com potencial para triplicar as reservas, o poço promete revolucionar o setor energético.

É nas profundezas do Mar do Caribe que a Petrobras acaba de dar um passo transformador na exploração de gás natural.

O poço marítimo Sirius-2, localizado a cerca de 77 quilômetros da costa colombiana, trouxe à tona um volume impressionante de gás que pode redefinir o futuro energético da Colômbia.

Essa descoberta, anunciada em dezembro de 2024, já é considerada uma das mais importantes da história recente, mas há muito mais por trás dessa operação do que os números bilionários.

A perfuração do poço Sirius-2, iniciada em junho de 2024, confirmou volumes superiores a 6 trilhões de pés cúbicos de gás natural in place, segundo comunicado oficial da Petrobras.

Essa quantidade tem potencial para triplicar as reservas atuais da Colômbia, um país que hoje depende de importações para suprir parte de suas necessidades energéticas.

Localizado em uma lâmina d’água de 830 metros, o poço é explorado por um consórcio formado pela Petrobras, que detém 44,44% do bloco, e pela Ecopetrol, a estatal colombiana que possui os outros 55,56%.

A descoberta é mais do que uma conquista técnica — ela representa um marco para as ambições da Colômbia de atingir a autossuficiência energética nos próximos anos.

Além disso, o gás natural é uma das alternativas menos poluentes entre os combustíveis fósseis, o que alinha essa descoberta aos esforços globais de transição energética.

Investimento bilionário e inovação tecnológica

Para viabilizar a produção, o consórcio prevê investimentos de US$ 1,2 bilhão na fase exploratória e mais US$ 2,9 bilhões para o desenvolvimento da produção.

Esses valores estão diretamente relacionados ao uso de tecnologias avançadas.

Um dos destaques do projeto é o modelo “subsea to shore”, que permite a extração e transporte do gás diretamente do fundo do mar para a costa, eliminando a necessidade de grandes plataformas offshore.

O plano prevê a produção de gás através de quatro poços, com uma capacidade diária estimada em 13 milhões de metros cúbicos, o suficiente para atender parte significativa da demanda de gás do país durante uma década.

Segundo a Petrobras, a implementação dessa tecnologia envolve uma série de estudos ambientais e geotécnicos detalhados.

Dados como batimetria (medição da profundidade oceânica) e características do fundo do mar serão essenciais para a instalação de gasodutos e unidades de tratamento de gás em terra.

O impacto para a Colômbia

Para a Colômbia, essa descoberta representa uma oportunidade única de redefinir sua matriz energética.

Atualmente, o país enfrenta desafios significativos relacionados à importação de gás natural, o que encarece os custos e dificulta o acesso a uma energia mais limpa e eficiente.

Com o início da produção no Sirius-2, a expectativa é que a Colômbia não apenas se torne autossuficiente, mas também se posicione como exportadora de gás para outros países da América Latina.

Essa mudança tem potencial para fortalecer a economia local, criar empregos e atrair novos investimentos no setor energético.

Além disso, a descoberta consolida a parceria entre Petrobras e Ecopetrol como uma das mais importantes na história recente do setor energético da região.

O papel da Petrobras

A Petrobras é reconhecida mundialmente por sua expertise na exploração de recursos em águas profundas e ultraprofundas.

Esse projeto, em particular, está alinhado ao Plano de Negócios 2025-2029, que prevê a expansão das operações internacionais e o investimento em fontes de energia mais limpas.

Para a estatal brasileira, o Sirius-2 também representa uma oportunidade de aumentar sua competitividade no mercado global, especialmente em um momento em que as pressões por sustentabilidade e eficiência energética são cada vez maiores.

Além disso, a operação reforça a importância da presença estratégica da Petrobras na Colômbia, um país que vem se consolidando como um importante polo de desenvolvimento de hidrocarbonetos na América do Sul.

Quando a produção começa?

Embora a descoberta seja motivo de celebração, ainda há um caminho a ser percorrido antes que o gás do Sirius-2 chegue aos consumidores.

A Petrobras estima que a produção comece em três anos, após a obtenção de todas as licenças ambientais e a conclusão de estudos sobre viabilidade comercial.

Caso os prazos sejam cumpridos, o projeto deverá estar em plena operação até 2027, fornecendo gás natural de forma consistente e com impacto ambiental controlado.

O que esperar do futuro?

A descoberta do Sirius-2 marca um novo capítulo para a Petrobras, a Colômbia e o setor energético latino-americano como um todo.

Ela demonstra como a inovação tecnológica e a cooperação internacional podem impulsionar projetos estratégicos com benefícios econômicos e ambientais de longo prazo.

No entanto, o sucesso do projeto dependerá de uma gestão eficiente e de uma abordagem equilibrada entre exploração econômica e responsabilidade socioambiental.

Com tanto em jogo, resta a pergunta: será que o gás do Sirius-2 será o ponto de virada para o futuro energético da Colômbia e da Petrobras?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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