Os petroleiros baianos temem demissões e desabastecimento com a venda da Refinaria Landulpho Alves – RLAM e organizam protesto para o dia 30 de Abril.
Após a Petrobras anunciar nesta sexta-feira, 26 de Abril novas diretrizes de gestão do portfólio de ativos, autorizando a venda da RLAM e de outras sete refinarias, os petroleiros baianos em resposta ao anúncio de desinvestimento da Petrobras na Refinaria Landulpho Alves (RLAM) em São Francisco do Conde, irão realizar um protesto nesta terça-feira, 30 de Abril em frente à sede, no Recôncavo baiano. A categoria teme os impactos negativos da privatização da refinaria, como demissões em massa, aumento de preços dos comunistíveis e desabastecimento.
A companhia é a primeira do Sistema Petrobras no Brasil e a segunda do país em capacidade de processamento, responsável por 99,32% do refino de petróleo na Bahia e por 20% da arrecadação de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do estado. A RLAM produz diesel, gasolina, querosene de aviação, asfalto, nafta, gases petroquímicos, parafinas, lubrificantes, GLP e óleos combustíveis
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Ainda não há data para venda das oito refinarias anunciada nesta sexta-feira pela Petrobras. Além da RLAM, sofrerão desinvestimento pela Petrobras as refinarias Abreu e Lima (RNEST), Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), Gabriel Passos (REGAP), Presidente Getúlio Vargas (REPAR), Alberto Pasqualini (REFAP), Isaac Sabbá (REMAN) e Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (LUBNOR).
Caso uma empresa privada compre a refinaria no Recôncavo, haverá impactos negativos à geração de empregos no estado, podendo reduzir o quadro de funcionários, que atualmente contam 870 trabalhadores concursados que trabalham na refinaria e outros 1.200 terceirizados atuam no local.
Em defesa, a Petrobras argumenta que os projetos possibilitarão “dar maior competitividade e transparência ao segmento de refino no Brasil”.
Porém, os petroleiros baianos temem que o preço dos combustíveis e do gás de cozinha aumentem, além da diminuição na arrecadação de impostos. O diretor do Sindipetro, Deyvid Bacelar, destaca que a empresa que se instalar no local não terá a mesma função social que a Petrobras tem como empresa estatal.
“Eles vão perseguir ainda mais a política de preços de paridade internacional e se o preço variar para cima, não terá como amortecer isso para que a população não sinta. Com isso, os preços ficarão ainda mais altos e as empresas não vão querer perder dinheiro. Fora que cidades com acesso mais difícil poderão ficar até desabastecidas, já que a Petrobras possuía um braço apenas para levar combustíveis para esses lugares por conta do papel social”, afirmou.
“O clima está muito ostensivo na refinaria porque a empresa disse que pode transferir a gente para outras regiões mas também que a refinaria será transferida operando. Isso quer dizer que algumas pessoas terão que ser mantidas no sistema para manter a planta operacional”, disse o funcionário da RLAM Atilla Barbosa, segundo ele, o medo de demissão dos colegas é real e muito presente.
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