Petrobras analisa propostas de manutenção das fábricas de fertilizantes na Bahia e Sergipe, após impasse com Unigel. Retomada está prevista para novembro.
A Petrobras iniciou a fase de análise das propostas para manutenção de suas fábricas de fertilizantes localizadas na Bahia e em Sergipe. A medida ocorre após o encerramento de um longo impasse contratual com a Unigel, que havia arrendado as unidades durante o governo anterior.
A expectativa da estatal é retomar as operações ainda em novembro de 2025, como parte da sua estratégia de reinserção no setor de fertilizantes.
O processo licitatório recebeu ao menos seis propostas, com valores que ultrapassam a casa dos R$ 999 milhões. A menor delas foi apresentada pela Leap Technologies Manutenção, no valor de R$ 830 milhões, conforme dados públicos da licitação.
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Bahia volta ao foco com reativação das plantas de ureia e amônia
A unidade da Bahia, localizada no Polo Petroquímico de Camaçari, integra o pacote de serviços contemplados na licitação.
O contrato prevê atividades de operação e manutenção nas plantas de amônia, ureia e Arla-32, além da estrutura portuária de amônia e ureia no Porto de Aratu.
Em Sergipe, a fábrica inclui as mesmas frentes de produção, com destaque para a ureia granulada.
Juntas, as duas plantas têm capacidade para produzir 1,6 milhão de toneladas de ureia por ano, insumo essencial na agricultura brasileira.
Relação com a Unigel e os desafios do passado
As Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados (Fafens) foram arrendadas à Unigel durante o governo Bolsonaro, quando a Petrobras optou por sair do setor.
No entanto, a operação foi interrompida cerca de dois anos depois, após a Unigel entrar em processo de recuperação extrajudicial, encerrado somente em janeiro de 2025.
Mesmo após a tentativa de retomar as operações com um modelo de contrato de industrialização por encomenda — em que a Petrobras forneceria gás natural e receberia os fertilizantes produzidos — o Tribunal de Contas da União (TCU) encontrou inconsistências e apontou falhas de governança, o que inviabilizou o acordo.
Petrobras quer consolidar seu retorno ao setor de fertilizantes
Em maio deste ano, Petrobras e Unigel finalmente assinaram um acordo para encerrar todos os litígios envolvendo o arrendamento das plantas.
Com isso, a estatal deu sinal verde para o processo de retomada, reforçando seu compromisso com a produção nacional de fertilizantes.
A reativação das Fafens é vista como estratégica para reduzir a dependência do Brasil em relação à importação desses produtos, especialmente em momentos de instabilidade global.
Além disso, trata-se de uma ação alinhada à política da Petrobras de fortalecer setores industriais com potencial para dinamizar a economia e gerar empregos locais, especialmente na Bahia.
Nova fase marca retomada da produção nacional com gás da Petrobras
Com o novo contrato de manutenção, a Petrobras pretende operar diretamente as unidades, fornecendo gás natural como matéria-prima e garantindo a qualidade do insumo final.
A escolha do novo prestador de serviços deve ocorrer nas próximas semanas, o que permitirá avançar no cronograma de reativação das plantas.
A empresa reafirma, assim, seu papel estratégico na cadeia de produção de fertilizantes, com ênfase em sustentabilidade, geração de empregos e segurança energética.