Operação da UFN3, que teve capacidade projetada pela Petrobras em 3.600 toneladas/dia de ureia e 2.200 toneladas/dia de amônia, pode ajudar o Brasil a reduzir dependência do produto importado, enquanto o país lida com dificuldades advindas da guerra entre Ucrânia e Rússia.
Petrobras divulgou em fato relevante ao Mercado no dia 28 de abril, que não foi concluído o processo de venda da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III), no município de Três Lagoas, com o grupo russo Acron, “tendo em vista que o plano de negócios proposto pelo potencial comprador, em substituição ao projeto original, impossibilitou determinadas aprovações governamentais que eram necessárias para a continuidade da transação”.
De acordo como comunicado feito pela petroleira, “a companhia está realizando os trâmites internos para encerramento do atual processo de venda e preparando o lançamento de um novo teaser tão logo possível. A previsão é lançar o novo processo já no início de junho. A Petrobras reforça o seu compromisso com a ampla transparência de seus projetos de desinvestimento e de gestão de seu portfólio e informa que as etapas subsequentes do projeto serão divulgadas de acordo com a Sistemática de Desinvestimentos da companhia”.
Após a Petrobras divulgar a nota, o secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar do MS) esclareceu que nos últimos três meses o Governo do MS intensificou as tratativas com os representantes do grupo Acron no Brasil para que fosse dada continuidade ao processo de venda da UFN3, em Três Lagoas. “As equipes da Semagro e Sefaz reuniram-se sistematicamente com a diretoria da Acron e houve uma apresentação do plano de negócios da empresa. Ocorre que esse plano de negócio previa apenas a instalação de uma misturadora de fertilizante”, informou.
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Segundo Verruck, “o Governo do Estado entendeu que esse plano de negócios não estava adequado, pois não atendia aos anseios da política industrial de Mato Grosso do Sul e aos anseios da política industrial brasileira, que é o de ter uma unidade de produção de fertilizantes e nitrogenados. Em função disso, nós indeferimos o plano de negócios da Acron”.
A UFN3 teve a obra de construção paralisada em dezembro de 2014, com cerca de 80% das obras finalizadas, após a Petrobras romper o contrato com o consórcio responsável pela construção da fábrica que, na época, já havia consumido mais e R$ 3 bilhões.
Uma das maiores petroquímicas da América Latina que comprar UFN3
Fábrica de fertilizantes da Petrobras já está na mira de novas empresas. Visando expandir sua atuação no setor, a Unigel, uma das maiores petroquímicas na produção de fertilizantes nitrogenados da América Latina, está interessada na compra do projeto idealizado para produzir ureia e amônia, visando expandir sua atuação no setor. A informação foi confirmada pelo CEO a Reuters.
A operação da unidade, que teve capacidade projetada pela Petrobras em 3.600 toneladas/dia de ureia e 2.200 toneladas/dia de amônia, poderia ajudar o Brasil a reduzir sua dependência do produto importado, enquanto o país lida com dificuldades advindas da guerra entre Ucrânia e Rússia.
“A empresa já investe em fertilizantes no Brasil, e tem interesse de concluir a UFN-III e ocupar 50% do mercado de fertilizantes”, ressaltou uma das fontes da Reuters.
A Unigel conta com mais de 2,9 milhões de toneladas de capacidade instalada, sendo 925 mil toneladas de amônia, 1,125 milhão de toneladas de ureia e 670 mil toneladas de sulfato de amônio, segundo informações da empresa.