Descubra como pesquisadores da UFC desenvolvem um cimento álcali-ativado a partir de resíduos da siderurgia, impulsionando a revolução da construção sustentável no Brasil!
No Ceará, os pesquisadores da Universidade Federal (UFC) encontraram uma saída que mistura sustentabilidade, meio ambiente e inovação: transformar resíduos da siderúrgica e da termelétrica em um cimento ecológico. A produção do famoso cimento Portland responde por cerca de 5% a 8% das emissões globais de CO₂, liberando aproximadamente 0,89 tonelada de CO₂ para cada tonelada fabricada e promete revolucionar a construção civil no Brasil.
Como uma pesquisadora do Pecém está transformando resíduos industriais em cimento sustentável
No campus do Complexo do Pecém, a pesquisadora Heloina Nogueira da Costa aproveitou escória BOF (resíduo da siderurgia) e cinzas da termelétrica para criar um cimento do tipo álcali-ativado, que pode ser tão eficiente quanto o cimento tradicional, mas com emissões de carbono reduzidas em até 80%.
Sob a orientação dos professores Ricardo Emílio Nogueira e Eduardo Cabral, Heloina misturou escória BOF com cinzas (volantes e pesadas), acrescidas de soluções de silicato e hidróxido de sódio. O resultado? Um ligante potente, com comportamento semelhante ao cimento Portland, porém muito mais verde e funcional. Além de ganhar uma patente para a UFC (a 44ª), começou a ser aplicada em blocos vazados, cobogós, itens de fachadas e até estruturas leves.
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Testes que impressionam a qualidade do concreto
Dados do doutorado mostram que misturas como 50% cinza volante + 50% escória BOF atingem resistência à compressão de 62,3 MPa em 28 dias, índice competitivo com o cimento convencional. Em paralelo, outro estudo na UFC revelou que o concreto produzido seca mais rápido: em apenas três dias, alcança resistência igual à versão comum em sete dias. O professor Eduardo Cabral destaca:
Transformando “lixo” industrial em um cimento amigo do meio ambiente
Além de reciclar resíduos industriais, a tecnologia evita impactos causados pela extração de areia e brita, que destroem rios e paisagens. A escória outrora considerada “lixo” agora pode ocupar um lugar de destaque: servindo de material base para blocos de vedação ou estrutural, em substituição à brita produzida via detonações e transportes pesados.
Apesar do desempenho, ainda faltam estudos de vida útil, regulamentação e precificação. Heloina lembra: “Nossa diferença é realmente o apelo sustentável e ambiental. A gente consegue agregar valor a esse material.” Na prática, isso significa iniciar certificações, entender custos em escala e convencer o mercado de que o cimento verde vale o investimento, algo que empresas cada vez mais conscientes estão dispostas a fazer.
O futuro da construção no Ceará
O projeto da UFC reforça a importância de investimentos em tecnologias limpas, reforçando a reputação do Ceará como polo de inovação em sustentabilidade. A aplicação em pré-moldados e blocos sustentáveis mostra que construção e meio ambiente podem andar juntos. Com as metas globais de carbono cada vez mais rigorosas, soluções como essa pavimentam o caminho para uma nova era do cimento, mais verde e responsável.