Os parques eólicos do Nordeste, principalmente do Rio Grande do Norte foram considerados “oásis de vento para o mundo” em análise feita pelo Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER)
A potência dos parques eólicos onshore do Nordeste brasileiro superou a soma de sete países europeus em 2021 de acordo com análise do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER). A análise foi feita através de comparações entre dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e um relatório divulgado pela WindEurope no final de fevereiro. A produção dos parques eólicos do Rio Grande do Norte conseguiu superar isoladamente a produção dos parques eólicos de 12 países europeus
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De acordo com os dados divulgados pela Aneel, foram liberados no ano passado 3,7 Gigawatts (GW) para operação comercial em parques eólicos no Brasil, nos estados da Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte. Já a soma dos países europeus (Dinamarca, Espanha, Finlândia, Noruega, Polônia, Reino Unido e Ucrânia), foram liberados 3,6 GW em 2021.
O Rio Grande do Norte produziu 40,54% do total nacional, com 1,5 GW liberados em 2021. A quantia já supera isoladamente 12 países europeus, sendo ultrapassada apenas pela Alemanha (1,9 GW) e Suécia (2,1 GW), de acordo com a análise do ISI-ER. De acordo com Amaro Sales de Araújo, presidente do Sistema FIERN, o Rio Grande do Norte vem sobressaindo a nível nacional e mundial na produção de energias limpas, trazendo na sua matriz energética, entre solar e eólica, grandes possibilidades de ser o maior produtor de energias do mundo. De acordo com Sales, a expectativa é de que grande quantidade de energia possa contribuir cada vez mais para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte e do Brasil.
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De acordo com o Agora RN, ao todo foram instalados 17,4 GW em parques eólicos na Europa no ano passado, sendo 14 GW onshore e 3,4 GW em parques eólicos offshore – uma frente de investimentos nos quais os projetos iniciais estão à espera de licenciamento no Brasil e em que o Rio Grande do Norte é cotado como uma das áreas mais promissoras para investimentos.
Sales ainda acrescenta que as análises feitas pelo ISI-ER e confirmadas por instituições reconhecidas mundo aumentam a credibilidade sobre a atratividade do Rio Grande do Norte.
Posição estratégica do Rio Grande do Norte
De acordo com Rodrigo Mello, diretor do ISI-ER, a posição estratégica do Brasil e do Rio Grande do Norte já reconhecida mundialmente é reforçada pelo mundo. Rodrigo observa que cada dia mais o Brasil, e, no caso de eólica, em especial o Nordeste brasileiro, se caracteriza como um dos principais polos para produção de energia limpa. Ele complementa que mundo vive um problema de energia e sem dúvida a expansão da disponibilidade energética internacional passa pelo Nordeste brasileiro, a partir de energia limpa.
Além disso, Rodrigo menciona a guerra entre Rússia e Ucrânia, que reflete no campo energético que vão desde a disparada nos preços do gás até a ameaça russa de cortar o fornecimento de energia do continente europeu, com o intuito de dar resposta aos mercados do ocidente que suspenderam importações da Rússia, especialmente de petróleo e gás.
“Esse conflito do Leste Europeu tem como uma de suas principais características a motivação energética, de fornecimento energético da Europa. Então fica claro para a sociedade o quanto essa pauta é estratégica e que inevitavelmente passará pelo Brasil uma contribuição importante para a solução energética internacional” analisa o diretor do ISI-ER.