China e MST firmam parceria para levar tratores e tecnologia agrícola a assentamentos rurais no Brasil.
A agricultura familiar brasileira está prestes a dar um salto de modernização com uma nova parceria entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e uma estatal chinesa.
O acordo, assinado no último dia 11 de julho em Brasília, vai viabilizar o envio de tratores, soluções tecnológicas e apoio técnico para comunidades ligadas à reforma agrária.
O projeto conta com a participação da Sinomach Digital Technology Corporation, da China, em colaboração com a Prefeitura de Maricá (RJ), a Unicrab (braço do MST) e a agrotecnológica brasileira OZ.Earth.
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Como resultado, o objetivo é estruturar uma rede de apoio à produção camponesa. Assim, o foco em será em mecanização agrícola e no uso de ferramentas digitais adaptadas à realidade dos pequenos produtores.
Maricá será referência em modernização rural
O município de Maricá, no Rio de Janeiro, foi escolhido como um dos centros estratégicos da iniciativa. Em resumo, está prevista a implantação de fábricas para a produção local de tratores e equipamentos inteligentes voltados exclusivamente para a agricultura familiar.
Acordo propõe troca de conhecimento e apoio direto ao campo
Segundo os articuladores, o projeto é resultado de um processo de articulação internacional que já dura alguns anos.
Além da entrega de maquinário, também está prevista a criação de centros de pesquisa e treinamento, missões técnicas à China e intercâmbio de saberes entre trabalhadores do campo dos dois países.
Além disso, as ações pretendem beneficiar comunidades que já praticam uma agricultura sustentável, com ênfase na produção de alimentos livres de agrotóxicos e com acesso limitado a recursos tecnológicos.
MST: entre elogios e críticas
Entretanto, a atuação do MST como signatário do projeto gerou reações distintas.
Para alguns, a iniciativa representa uma oportunidade concreta de melhorar as condições produtivas nos assentamentos. Enquanto, para outros, há questionamentos devido ao perfil político do movimento.
O MST, por sua vez, afirma que a parceria tem caráter técnico e produtivo, sem envolvimento partidário, e que está voltada ao fortalecimento da agricultura camponesa e da soberania alimentar no país.
Brasil e China ampliam cooperação no setor agrícola
Essa iniciativa faz parte de um processo maior de aproximação entre os dois países.
Como resultado, governos locais, movimentos sociais e empresas têm atuado juntos na construção de uma agenda comum para o desenvolvimento rural.
Assim, a expectativa do MST é de que o projeto traga benefícios concretos para os assentamentos, impulsione a produção agroecológica e aproxime ainda mais as relações de cooperação tecnológica entre Brasil e China.