Sob pressão dos Estados Unidos, Opep+ decide manter plano de expansão da produção de petróleo, mesmo com dúvidas em relação a possível aumento
Na última semana, foi estabelecido pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e países aliados, denominada Opep+, que a produção de petróleo no mês de agosto será elevada em 648 mil barris diários. Em junho, o cartel de países petrolíferos já havia dado sinais de um acordo que promovesse o aumento da oferta do combustível entre os membros do grupo.
Nesse sentido, a decisão pode ser compreendida como uma tentativa de conter a disparada global nos valores dos combustíveis. Ela está também relacionada à pressão do presidente Joe Biden, dos Estados Unidos, para que a produção do ativo energético seja ampliada, visto o cenário de escalada dos preços e de sanções impostas à Rússia devido à guerra na Ucrânia.
Opep tem a expectativa de retomar aos níveis de produção pré-pandemia até o final de agosto
Dessa forma, espera-se que, até o fim do mês de agosto, a Opep tenha finalmente recuperado os níveis de produção observados antes que a pandemia de covid-19 tivesse início. Os lockdowns realizados ao redor de todo o mundo fizeram com que a demanda por petróleo diminuísse de maneira brusca, o que foi o motivo pelo qual o cartel havia reduzido severamente a sua produção.
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Agora, os ministros da Opep e os seus 10 países aliados, entre os quais encontram-se, por exemplo, a Rússia e o México, devem promover uma nova reunião no dia 3 de agosto.
Diante do cenário mundial, existem dúvidas de que a Opep consiga cumprir com o ajuste na produção acordado
É importante destacar, porém, que, apesar da decisão do grupo, a produção de petróleo da Opep fica, comumente, abaixo da meta estabelecida, o que gera dúvidas a respeito da capacidade do cartel em atender aos volumes de fornecimento prometidos. Isso ocorre porque alguns países da aliança ainda enfrentam fatores que limitam a sua produção. A Líbia, por exemplo, está passando por uma grave crise política entre governos opositores do país, tendo, assim, a sua principal fonte de renda, que consiste na produção de petróleo, afetada.
Há também outros países, como a Nigéria, o Congo e a Guiné Equatorial, que já deixaram de cumprir as suas metas produtivas, em razão da escassez de investimentos no setor em meio à pandemia. Até mesmo países-modelo, como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, estão tendo dificuldades para a ampliação de seus volumes de produção, conforme declarou o presidente francês Emmanuel Macron na semana passada.
Finalmente, deve-se lembrar que, desde o mês de fevereiro, quando ocorreu a invasão na Ucrânia, a Rússia, um dos mais importantes produtores mundiais de petróleo, sofre embargos provenientes dos Estados Unidos e da União Europeia, juntando-se, assim, a outros países que passam por sanções, como o Irã e a Venezuela.
Analistas avaliam que, diferente do esperado, os preços do petróleo devem subir ainda mais
Sob esse viés, Stephen Brennock, da PVM Energy, afirmou que a produção de petróleo da Opep+, embora tenha sido firmado o recente acordo, não deve aumentar ainda mais durante os meses de julho e agosto. Além disso, Ipek Ozkardeskaya, analista do Swissquote Bank, alertou que os problemas de abastecimento permanecerão sendo a principal questão relacionada ao petróleo atualmente, de modo que os preços tendem a subir ainda mais, a não ser que o medo de uma recessão provoque a sua queda.