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Opep+ pretende aumentar a produção de petróleo em 648 mil barris diários no mês de agosto, com o objetivo de frear a escalada de preços dos combustíveis

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 06/07/2022 às 20:21
OPEP, petróleo, produção
foto: Resone Tic/ fonte: Pixabay

Sob pressão dos Estados Unidos, Opep+ decide manter plano de expansão da produção de petróleo, mesmo com dúvidas em relação a possível aumento

Na última semana, foi estabelecido pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e países aliados, denominada Opep+, que a produção de petróleo no mês de agosto será elevada em 648 mil barris diários. Em junho, o cartel de países petrolíferos já havia dado sinais de um acordo que promovesse o aumento da oferta do combustível entre os membros do grupo.

Nesse sentido, a decisão pode ser compreendida como uma tentativa de conter a disparada global nos valores dos combustíveis. Ela está também relacionada à pressão do presidente Joe Biden, dos Estados Unidos, para que a produção do ativo energético seja ampliada, visto o cenário de escalada dos preços e de sanções impostas à Rússia devido à guerra na Ucrânia.

Opep tem a expectativa de retomar aos níveis de produção pré-pandemia até o final de agosto

Dessa forma, espera-se que, até o fim do mês de agosto, a Opep tenha finalmente recuperado os níveis de produção observados antes que a pandemia de covid-19 tivesse início. Os lockdowns realizados ao redor de todo o mundo fizeram com que a demanda por petróleo diminuísse de maneira brusca, o que foi o motivo pelo qual o cartel havia reduzido severamente a sua produção.

Agora, os ministros da Opep e os seus 10 países aliados, entre os quais encontram-se, por exemplo, a Rússia e o México, devem promover uma nova reunião no dia 3 de agosto.

Diante do cenário mundial, existem dúvidas de que a Opep consiga cumprir com o ajuste na produção acordado

É importante destacar, porém, que, apesar da decisão do grupo, a produção de petróleo da Opep fica, comumente, abaixo da meta estabelecida, o que gera dúvidas a respeito da capacidade do cartel em atender aos volumes de fornecimento prometidos. Isso ocorre porque alguns países da aliança ainda enfrentam fatores que limitam a sua produção. A Líbia, por exemplo, está passando por uma grave crise política entre governos opositores do país, tendo, assim, a sua principal fonte de renda, que consiste na produção de petróleo, afetada.

Há também outros países, como a Nigéria, o Congo e a Guiné Equatorial, que já deixaram de cumprir as suas metas produtivas, em razão da escassez de investimentos no setor em meio à pandemia. Até mesmo países-modelo, como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, estão tendo dificuldades para a ampliação de seus volumes de produção, conforme declarou o presidente francês Emmanuel Macron na semana passada.

Finalmente, deve-se lembrar que, desde o mês de fevereiro, quando ocorreu a invasão na Ucrânia, a Rússia, um dos mais importantes produtores mundiais de petróleo, sofre embargos provenientes dos Estados Unidos e da União Europeia, juntando-se, assim, a outros países que passam por sanções, como o Irã e a Venezuela.

Analistas avaliam que, diferente do esperado, os preços do petróleo devem subir ainda mais

Sob esse viés, Stephen Brennock, da PVM Energy, afirmou que a produção de petróleo da Opep+, embora tenha sido firmado o recente acordo, não deve aumentar ainda mais durante os meses de julho e agosto. Além disso, Ipek Ozkardeskaya, analista do Swissquote Bank, alertou que os problemas de abastecimento permanecerão sendo a principal questão relacionada ao petróleo atualmente, de modo que os preços tendem a subir ainda mais, a não ser que o medo de uma recessão provoque a sua queda.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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