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BR do Mar poderá reduzir preços do transporte de cargas com a utilização da cabotagem, aponta ONTL

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 05/07/2022 às 12:54
Uma pesquisa realizada pelo ONTL recentemente apontou que, além de contribuir para a diversificação da matriz de transportes no Brasil, os preços do transporte de cargas por cabotagem com a BR do Mar se tornarão ainda menores no país.
Foto: Governo Federal

Uma pesquisa realizada pelo ONTL recentemente apontou que, além de contribuir para a diversificação da matriz de transportes no Brasil, os preços do transporte de cargas por cabotagem com a BR do Mar se tornarão ainda menores no país

O Observatório Nacional de Transporte e Logística (ONTL) realizou uma pesquisa recente em relação aos benefícios do Projeto de Lei conhecido como BR do Mar no Brasil e, até essa terça-feira (05/07), as projeções são favoráveis ao transporte de cargas pela cabotagem. Isso acontece porque, de acordo com os levantamentos da organização, os preços para realizar a movimentação das mercadorias entre os portos brasileiros serão reduzidos ao longo dos próximos anos. 

Pesquisa do ONTL comprova que BR do Mar trará fortes benefícios aos preços do transporte de cargas com a adoção da cabotagem nos portos do Brasil 

O Projeto de Lei Programa de Estímulo à Cabotagem, conhecido como BR do Mar, é a maior aposta do Governo Federal para o setor portuário brasileiro nos próximos anos, uma vez que estimula a utilização da movimentação entre os portos do país para diversificar a matriz de transportes. No entanto, esse não é o único benefício que o projeto trará: uma pesquisa do ONTL comprovou que a BR do Mar também ajudará a reduzir os preços do transporte de cargas no Brasil. 

Assim, de acordo com as pesquisas feitas pelo órgão, para realizar uma movimentação de cargas de aproximadamente 38 mil TEUs (unidade de medida), ao longo de um determinado período, entre os portos de Suape (PE) e Santos (SP), são necessários 14 navios com um custo estimado em R$ 88 milhões.

Já para realizar o mesmo percusso por meio de rodovias, seria necessário a utilização de um total de 20 mil caminhões e custaria 400% a mais, comprovando os altos custos para o modal rodoviário em comparação ao hidroviário. 

A BR do Mar entrou em vigor neste ano de 2022 e, após um bom resultado na cabotagem no ano anterior, já que os dados do Ministério da Infraestrutura mostram que a navegação por cabotagem cresceu 5,6% em 2021 em relação a 2020, a expectativa é que os resultados sejam ainda melhores neste ano. Assim, o deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR) destacou ser o momento ideal para o Brasil diversificar os modais de transporte utilizados para a movimentação de cargas e aproveitar o alto potencial dos portos nacionais. 

BR do Mar é apenas uma das medidas do governo para estimular a diversificação no transporte de cargas no Brasil e reduzir preços das operações

Embora a BR do Mar seja a principal aposta do governo brasileiro para a redução nos preços das operações de transporte de cargas, em razão dos baixos custos da cabotagem, a autoridade nacional busca outras formas de diversificar a matriz de transportes no país. Entre as medidas, está o marco legal das ferrovias, por exemplo, que tem potencial para aumentar de 20% para 40% a parcela dos trens na matriz.

Assim, Gilberto Gomes, especialista em infraestrutura de transportes, destacou que esse é o momento ideal para mudanças nos modais e disse: “Se pegarmos, por exemplo, as reformas no setor de ferrovias, há praticamente uma revolução, em que você deixa de fazer ferrovias com investimentos públicos a partir de concessões para possibilitar que particulares construam suas próprias ferrovias por meio de autorização. Isso mostra que nós vamos ter uma possibilidade num futuro próximo de termos uma redução do custo de produção devido a uma otimização dos modais de transportes”.

Agora, o mercado nacional avança nos investimentos para tornar os preços das atividades de transporte de cargas decrescentes e a BR do Mar, somada ao Marco Legal das Ferrovias, será essencial para uma perspectiva de crescimento no setor durante os próximos anos.

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Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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