Com a capacidade de 21 quatrilhões de cálculos por segundo, o supercomputador da Petrobras ajuda a reduzir riscos e custos na exploração de petróleo em águas ultraprofundas
A exploração de petróleo na camada do pré-sal, a mais de 7 km de profundidade, é um dos maiores desafios de engenharia do mundo. Para “enxergar” através de rocha e sal e encontrar as reservas de óleo e gás, a Petrobras utiliza uma ferramenta de poder computacional extremo: o supercomputador da Petrobras, Pégaso.
Lançado no final de 2022, o Pégaso é uma máquina colossal, projetada para processar terabytes de dados sísmicos e transformá-los em mapas 3D precisos do subsolo. Essa capacidade é essencial para diminuir os riscos e os custos bilionários da perfuração de novos poços, consolidando a liderança tecnológica da Petrobras no setor de energia.
Pégaso, a máquina de 21 Petaflops lançada pela Petrobras em 2022
O supercomputador Pégaso, instalado em um centro de dados da Petrobras no Rio de Janeiro, entrou em operação total em dezembro de 2022. Sua capacidade de processamento é de 21 Petaflops, o que significa que ele pode realizar 21 quatrilhões de cálculos por segundo.
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Para lidar com o volume massivo de dados, o Pégaso conta com 678 terabytes de memória RAM e 2016 unidades de processamento gráfico (GPUs). A máquina de 30 toneladas teve um custo de R$ 300 milhões para a Petrobras, um valor considerado economicamente viável, já que há 10 anos, um equipamento similar custaria cerca de US$ 3 bilhões.
O supercomputador da Petrobras mais potente da América Latina? O ranking e a ecoeficiência do Pégaso
No seu lançamento, o Pégaso foi reconhecido como o maior supercomputador da América Latina. No cenário global, ele se posicionou como o 5º maior da indústria de óleo e gás e o 33º no ranking geral de supercomputadores (TOP500.Org).
Além da potência, o Pégaso se destaca pela ecoeficiência. Ele foi classificado como o supercomputador mais ecoeficiente da América Latina pelo ranking Green500. Isso foi possível graças ao uso de GPUs e fontes de alimentação de alta eficiência, além de um sistema de refrigeração customizado que utiliza apenas energia limpa.
Como o processamento sísmico reduz o risco e o custo de perfuração
A principal função do supercomputador da Petrobras é processar os dados sísmicos coletados em alto-mar. Ondas sonoras são emitidas em direção ao fundo do oceano, e seus ecos são captados e analisados para criar um mapa detalhado das camadas de rocha.
Com as imagens 3D de alta resolução geradas pelo Pégaso, os geólogos da Petrobras conseguem identificar com muito mais precisão onde estão as reservas de petróleo. Isso otimiza o número de poços a serem perfurados em um campo e minimiza a chance de perfurar um “poço seco”, um erro que pode custar milhões de dólares.
A estratégia do “tetracampeonato” do supercomputador da Petrobras
O supercomputador da Petrobras Pégaso é o auge de uma estratégia de investimento contínuo da Petrobras em computação de alto desempenho. A chegada do Pégaso marcou o “tetracampeonato” da empresa na liderança de supercomputadores na América Latina.
Antes dele, a Petrobras já havia alcançado a primeira posição com outras três máquinas: o Fênix, em 2019; o Atlas, em 2020; e o Dragão, em 2021. Essa sequência de investimentos mostra como a capacidade de processamento de dados é um pilar estratégico para a competitividade da companhia.
O futuro em 2025: o novo supercomputador de 73 Petaflops que superará o Pégaso
A liderança do Pégaso, no entanto, será transitória. A Petrobras já anunciou um investimento de R$ 500 milhões na aquisição de cinco novos supercomputadores. Um deles, com entrada em operação prevista para 2025, terá uma capacidade de 73 Petaflops, mais de três vezes a capacidade do Pégaso.
Esse novo supercomputador da Petrobras irá consolidar e substituir as máquinas mais antigas, como o Fênix, o Atlas e o Dragão. Com isso, a Petrobras não apenas manterá sua liderança em computação de alto desempenho na América Latina, mas também garantirá a vanguarda tecnológica para continuar desvendando os segredos do pré-sal.