Estudo publicado em revista científica aponta que a demora para atingir o estágio REM do sono pode estar associada ao Alzheimer, servindo como alerta precoce
O Alzheimer, doença neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas no mundo, pode apresentar sinais discretos antes dos primeiros sintomas clínicos. Um estudo publicado na revista Alzheimer’s & Dementia revelou que a demora para atingir o estágio REM do sono pode ser um indicador precoce da condição, levantando atenção para a importância do sono na prevenção e detecção inicial.
A pesquisa analisou 123 participantes com diferentes níveis de função cognitiva. Entre eles, 64 já haviam sido diagnosticados com Alzheimer, 41 apresentavam comprometimento cognitivo leve e o restante mantinha desempenho cognitivo normal. Todos realizaram exames de polissonografia, que monitoram os estágios do sono, e testes para identificar biomarcadores da doença.
Os resultados mostraram que indivíduos que levavam mais tempo para atingir o sono REM, fase associada aos sonhos, aprendizado e consolidação da memória, apresentavam maior incidência de biomarcadores ligados ao Alzheimer, sugerindo que essa característica pode ser usada como um possível sinal de alerta em avaliações médicas.
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Relação entre sono e Alzheimer
Pesquisadores ainda buscam compreender a relação direta entre padrões de sono e o desenvolvimento do Alzheimer. Embora pessoas que já convivem com demência apresentem com frequência distúrbios do sono, a ciência ainda investiga se noites mal dormidas podem ser fator de risco para a doença ou apenas consequência dela.
Estudos recentes apontam uma possível ligação. Uma pesquisa de novembro indicou que 35% dos indivíduos com sono de baixa qualidade, que relataram sonolência excessiva durante o dia, evoluíram para a síndrome cognitiva motora (MCR), condição considerada precursora de quadros demenciais.
De acordo com o neurologista e especialista em medicina do sono W. Christopher Winter, padrões de sono regulares e de qualidade podem reduzir o risco de declínio cognitivo. Ele recomenda rotinas consistentes de horário para dormir e acordar, evitando cafeína à tarde e mantendo prática regular de atividades físicas.
Como melhorar o sono e reduzir riscos
Embora não seja possível controlar diretamente em quais fases do sono o corpo entra, manter bons hábitos pode favorecer ciclos completos e saudáveis, aumentando a chance de períodos adequados de sono REM. Entre as orientações médicas estão: estabelecer rotinas noturnas relaxantes, evitar álcool em excesso, praticar exercícios pela manhã e reduzir estímulos visuais antes de dormir.
Segundo especialistas, é fundamental também buscar avaliação profissional caso existam sinais persistentes de insônia, despertares frequentes ou fadiga diurna. Um estudo do sono pode ajudar a identificar distúrbios como apneia e orientar tratamentos personalizados para proteger a saúde cerebral.
Apesar dos avanços, a ciência ainda não conhece uma forma garantida de prevenir o Alzheimer, mas o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) recomenda medidas como controle da pressão arterial, manejo do diabetes, prevenção de perda auditiva e adoção de estilo de vida ativo e livre de tabaco.
A informação foi divulgada pela revista científica Alzheimer’s & Dementia e divulgada por portais de saúde internacionais, com declarações do especialista W. Christopher Winter. Pesquisadores reforçam que novos estudos são necessários para confirmar a demora no sono REM como marcador precoce do Alzheimer e definir como essa descoberta pode ser incorporada em protocolos médicos.