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O segredo do concreto romano — cientistas explicam sua durabilidade mesmo após 2.000 anos

Publicado em 15/02/2025 às 08:00
concreto romano
Foto: Reprodução
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Concreto romano de 2.000 anos: durabilidade, autocura e um segredo que pode transformar a construção moderna

Os antigos romanos dominaram a engenharia como poucos. Prova disso são seus aquedutos, estradas e monumentos que atravessaram milênios praticamente intactos. Mas qual era o segredo por trás dessa durabilidade? A resposta pode estar em um tipo especial de concreto romano: o pozolânico.

O melhor exemplo de resistência desse material é o Panteão de Roma. Construído há quase 2.000 anos, ainda ostenta a maior cúpula de concreto não armado do mundo. Estruturas como essa desafiaram o tempo e intrigaram cientistas há décadas.

A fórmula conhecida do concreto romano envolve dois ingredientes principais: pozolana, uma mistura de cinza vulcânica, e cal. Essa combinação cria um material extremamente durável, mas um estudo recente indica que há mais nesse segredo do que se imaginava.

Descoberta inesperada

Em 2023, pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) analisaram amostras de concreto romano do sítio de Privernum, na Itália. O que chamou a atenção da equipe foram pequenos pedaços de cal espalhados pelo material.

Esses fragmentos foram vistos antes, mas foram considerados um defeito na mistura. No entanto, Admir Masic, cientista do MIT, questionou essa explicação.

Se os romanos se esforçaram tanto para fazer um material de construção excepcional, seguindo todas as receitas detalhadas que foram otimizadas ao longo de muitos séculos, por que eles se esforçariam tão pouco para garantir a produção de um produto final bem misturado? Tem que haver mais nessa história, disse Masic na época.

A resposta foi na forma como o concreto era feito. Em vez de apenas misturar cal apagada com pozolana e água, os romanos adicionavam cal viva diretamente à mistura, elevando as temperaturas do evento.

O processo, chamado de “mistura a quente”, criava os fragmentos de cal e trazia benefícios inesperados.

Vantagens surpreendentes

O primeiro benefício é químico. O calor extremo provoca reações que não ocorrem em temperaturas normais, criando compostos mais resistentes. Além disso, o processo acelera a cura do concreto, permitindo construções mais rápidas.

Mas o mais impressionante é a capacidade de “autocura” do material. Quando o concreto romano racha, a água entra na fissura e dissolve os fragmentos de cal. Essa rica solução em cálcio reage com o ambiente, formando carbonato de cálcio, que preenche e sela a rachadura naturalmente.

Essa característica já foi observada no Túmulo de Cecília Metella, outra estrutura de 2.000 anos. Ali, os pesquisadores notaram que as rachaduras foram seladas com calcita ao longo dos séculos, mantendo a integridade do monumento.

Testes confirmam a resistência

Para comprovar a descoberta, os cientistas recriaram o concreto romano usando a mesma técnica e compararam com uma versão sem cal viva. Em testes de fissuração, o concreto tradicional encontrava-se rachado, enquanto o concreto romano se regenerava completamente em apenas duas semanas.

Esse efeito pode explicar porque os paredões romanos resistiram ao impacto das ondas do mar por tanto tempo, enquanto os concretos modernos tendem a se deteriorar rapidamente.

Agora, uma equipe do MIT trabalha para adaptar essa técnica ao mundo moderno. Além de criar construções mais resistentes, o concreto pozolânico pode ser uma alternativa mais sustentável, reduzindo a necessidade de reparos e evitando as emissões da indústria da construção.

É emocionante pensar em como essas formulações de concreto mais duráveis ​​podem expandir não apenas a vida útil desses materiais, mas também como podem melhorar a durabilidade das formulações de concreto impressas em 3D“, disse Masic.

Com informações de Sciencealert.

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Romário Pereira de Carvalho

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