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O “rei da babosa” do interior de SP produz aloe vera em larga escala e transforma gel em biofertilizante exportado

Publicado em 28/10/2025 às 16:23
O rei da babosa, Magno Alves, transforma aloe vera em biofertilizante na Aloe Fértil Brasil, exportando inovação e sustentabilidade agrícola.
O rei da babosa, Magno Alves, transforma aloe vera em biofertilizante na Aloe Fértil Brasil, exportando inovação e sustentabilidade agrícola.
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Conhecido como o rei da babosa, o produtor Magno Alves transformou uma plantação de aloe vera em Santa Cruz do Rio Pardo (SP) na maior do país, com produção em larga escala voltada à criação de biofertilizantes que já chegam ao mercado internacional.

A babosa, nome popular das mais de 500 espécies do gênero Aloe, é conhecida pelo gel usado em cosméticos e medicamentos naturais. De acordo com o portal do globorural, no Brasil, o cultivo ainda é limitado, mas Magno Alves se tornou referência ao unir biotecnologia e agricultura regenerativa em uma plantação de 18 hectares no interior de São Paulo. De lá, extrai o gel de Aloe vera para abastecer sua empresa, a Aloe Fértil Brasil, responsável por desenvolver um fertilizante orgânico derivado da planta, hoje exportado para diferentes países.

Com uma produtividade média de 200 toneladas por hectare, a fazenda de Alves é um exemplo de eficiência agroindustrial. O produtor é reconhecido por transformar um insumo tradicionalmente usado em xampus, loções e sabonetes em um biofertilizante natural capaz de revitalizar o solo e aumentar a produtividade agrícola.

Da cosmética ao agronegócio sustentável

Magno Alves, apelidado de rei da babosa pelo pioneirismo e escala de produção, estudou durante nove anos formas de estabilizar o gel sem perder suas propriedades químicas.

A partir dessa pesquisa surgiu a Aloe Fértil Brasil, fundada em 2008, que passou a desenvolver compostos voltados para melhorar a absorção de nutrientes e proteger lavouras contra estresse hídrico.

Os produtos derivados da babosa fortalecem as defesas naturais das plantas e ajudam na regeneração de solos degradados.

Atualmente, os bioinsumos da empresa cobrem cerca de 2 milhões de hectares em lavouras de soja, milho, feijão, arroz, café e hortaliças, tanto no Brasil quanto em outros países.

Segundo Alves, o uso é acessível a pequenos produtores e também a grandes fazendas. “Vai desde uma pequena estufa até propriedades com mais de 10 mil hectares”, explica.

Essa versatilidade consolidou a babosa como um recurso estratégico dentro da bioeconomia brasileira, aliando sustentabilidade e rentabilidade.

Resultados comprovados em testes de campo

Entre 2022 e 2025, o pesquisador Adonis Moreira, da Embrapa Soja, em Londrina (PR), realizou uma série de ensaios com o extrato de babosa produzido pela Aloe Fértil.

Os testes mostraram ganhos de até 14% na produtividade média de lavouras submetidas a períodos de seca, comparadas a áreas sem aplicação do bioinsumo.

Em cenários de condições normais, os resultados indicaram aumento de cerca de 5% na produção, demonstrando o potencial do composto como agente de equilíbrio fisiológico das plantas.

De acordo com Moreira, o extrato é “um insumo promissor para aumentar a resiliência agrícola e a tolerância ao estresse climático”.

Os resultados chamaram a atenção de empresas internacionais interessadas em soluções naturais e escaláveis para o campo.

Entre elas está a Manuchar, uma das maiores distribuidoras de produtos químicos do mundo, com presença em 150 países, que passou a atuar na comercialização do biofertilizante brasileiro.

Expansão global e impacto econômico

A parceria com a Manuchar levou os bioinsumos da Aloe Fértil ao mercado externo, incluindo aplicações em fruticultura, café, citros e tomate.

Segundo o diretor comercial Robinson da Costa Bertoli, o portfólio da empresa foi ampliado para incluir fertilizantes solúveis e micronutrientes derivados da babosa, integrando o insumo à cadeia de defensivos agrícolas sustentáveis.

Esse movimento posiciona o “rei da babosa” como pioneiro na exportação de tecnologia verde desenvolvida a partir de espécies nativas adaptadas ao clima tropical.

O sucesso do projeto reforça o papel do Brasil como produtor de bioinsumos de alto valor agregado, em um momento em que o agronegócio busca reduzir dependência de compostos sintéticos e minimizar impactos ambientais.

O trabalho do rei da babosa, Magno Alves, mostra como inovação científica e gestão agrícola podem transformar uma planta tradicional em fonte de biofertilizante sustentável com alcance internacional.

O uso da Aloe vera no campo indica um caminho promissor para a bioeconomia brasileira, combinando produtividade, pesquisa e conservação ambiental.

Você acredita que o Brasil está pronto para liderar o mercado mundial de bioinsumos naturais como o da babosa?

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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